Ricardo
Barros Sayeg
O terremoto seguido de tsunami que atingiu
o Japão na última madrugada de sexta-feira, 11 de março de 2011, foi o maior
que os japoneses já presenciaram. O país já se acostumou, há muito tempo, a
conviver com desastres naturais. Estes últimos, entretanto, causaram enorme
destruição e muitas perdas humanas. Foi o sétimo terremoto mais violento do
mundo – 8,9 graus na escala Richter. Sua força foi tamanha que chegou a
deslocar dez centímetros o eixo de rotação do planeta!
Este, porém, não foi o maior abalo já
registrado pela humanidade. Tudo indica que o terremoto que causou mais mortes tenha
sido registrado em Shensi, na China, no ano de 1556. Ele teria matado cerca de
830 mil pessoas no país mais populoso do mundo. Todavia, ele não foi o de maior
magnitude. O maior já registrado até hoje teria ocorrido no Chile, em 1960, de
9,5 graus na escala Richter, causando a morte de aproximadamente 5.700 pessoas
e deixando cerca de 2 milhões de feridos. Outro abalo de enorme magnitude ocorreu
no Alasca, em 1964, e atingiu 9,2 graus, mas como teria ocorrido em uma área
desabitada não causou tantas perdas humanas ou materiais.
Durante o anúncio de um terremoto pela
mídia sempre é mencionada a escala Richter. Essa escala foi criada em 1935 pelo
cientista norte-americano Charles F. Richter, um dos pesquisadores do Instituto
de Tecnologia da Califórnia. A escala se inicia no grau zero e é infinita (pelo
menos do ponto de vista teórico). Contudo, nunca foi registrado um terremoto de
grau 10 na escala Richter. Ela se baseia num princípio logarítmico, ou seja, um
terremoto de magnitude 6, por exemplo, produz efeitos dez vezes maiores que um
de magnitude 5, e assim, sucessivamente.
O poder de destruição de um abalo sísmico
não está relacionado apenas à sua magnitude. Outros fatores também influenciam
como, por exemplo, a profundidade do hipocentro (ponto interior da crosta
terrestre onde ocorre a fratura principal), as condições geológicas do terreno
onde ele ocorre, a estrutura de engenharia das edificações, a proximidade de
centros populosos, entre outros fatores. Um exemplo disso foi o terremoto
ocorrido no Haiti, em janeiro de 2010. Naquela oportunidade, o tremor de terra de magnitude 7,0 na escala Richter
atingiu o país, provocando uma série de feridos, desabrigados e mortes.
Diversos edifícios desabaram, inclusive o palácio presidencial da capital,
Porto Príncipe.
O terremoto que se abateu
sobre o Japão não pegou a população despreparada. Os japoneses recebem
treinamentos constantes e muitas edificações são construídas para suportar os
abalos. Tomara que esse país, cuja população já enfrentou inúmeras crises e
problemas, consiga se recuperar o mais rápido possível dessa terrível tragédia!
___________________________________________________________________
Ricardo Barros Sayeg é professor do Colégio Paulista,
mestre em Educação pela USP, formado em História e Pedagogia pela mesma
universidade.