IGHB PROMOVE CURSO DE HISTÓRIA DA BAHIA


Curso: HISTÓRIA DA BAHIA. 
Período: SETEMBRO A DEZEMBRO, das 14h às 16h. 
SERÃO OFERECIDOS QUATRO MÓDULOS - (SETEMBRO: 10 a 14; OUTUBRO: 15 a 19; NOVEMBRO: 05 a 09;DEZEMBRO: 03 a 07. Carga horária: 40 horas. 
Instrutora: Professora  Antonietta d´Aguiar Nunes. 
Inscrição presencial na sede do IGHB - Avenida Joana Angélica, 43 - Piedade. 
Valor R$ 50,00 (cinquenta reais). VAGAS LIMITADAS. 71 3329 4463

II Colóquio Regional de História Colonial

(PARA MAIORES INFORMAÇÕES CLICK NA IMAGEM) 

Prêmio Katia Mattoso: Solenidade de premiação e Conferência de Alencastro


Movimentos sociais e partidos políticos na Bahia republicana nas décadas de 1920 e 1930



O Conversando com a sua História vem por nove anos convidando a sociedade baiana a conhecer sua história, oferecendo uma permanente oportunidade de reunir a comunidade acadêmica e o público em geral, instigado em debater questões e problemas ligados a história colonial, imperial e republicana do Estado da Bahia. Com esta ação, aspira-se difundir conhecimento, agregar valores e estabelecer um elo entre a academia e a comunidade, promovendo a interação entre professores, pesquisadores, estudantes e demais interessados nos diferentes temas apresentados durante o curso. O curso acontece todas as segundas, às 17h, na sala Kátia Mattoso, auditório da Biblioteca Pública do Estado da Bahia (BPEB), Barris.
O acesso ao evento se dá mediante inscrição prévia, que permanece aberta durante todo o evento, de modo a permitir aos interessados formalizarem a inscrição gratuita por email ( cmb.fpc@fpc.ba.gov.br) ou telefone (71 3117-6050), em tempo oportuno, para participarem do curso que tem entrada franca. Aqueles que tiverem presença registrada em 75% dos encontros receberão certificado de participação. Este curso é uma realização do Centro de Memória da Bahia, unidade vinculada a Fundação Pedro Calmon/ SecultBa.

07/08 – Movimentos sociais e partidos políticos na Bahia republicana nas décadas de 1920 e 1930.
Palestrante: Carlos Zacarias de Sena Júnior – UFBA 

I° Seminário de Preservação de Acervos Teatrais



O Iº SEMINÁRIO DE PRESERVAÇÃO DE ACERVOS TEATRAIS se propõe a ser um encontro nacional dedicado, especificamente, a tratar de assuntos relativos a acervos teatrais existentes no Brasil. Tal iniciativa se justifica diante da notória precariedade de conservação de inúmeros acervos, que se encontram não só em em risco de perda iminente, como também das dificuldades de organização, da fragilidade de parâmetros teóricos específicos e a inexistência ou ineficácia de políticas públicas ou privadas para equação consistente dessa situação.As pesquisas documentais que têm fundamentado inúmeros trabalhos sobre o teatro em seus diversos aspectos têm levado os pesquisadores a se conscientizarem cada vez mais, por todo o país, sobre a importância dos acervos teatrais e a constatarem as enormes deficiências, dificuldades e ameaças que tais acervos enfrentam, fazendo-os questionarem-se sobre políticas e estratégias para modificar tal situação.Esse inédito encontro entre especialistas da área teatral, da arquivologia, da museologia, da biblioteconomia, do Direito, entre artistas e responsáveis pelos acervos existentes será de grande relevância para, em primeiro lugar, estabelecer um diagnóstico da situação atual e real desses conjuntos documentais; depois, dar início a uma rede de relacionamentos para a troca de experiências e soluções (teóricas e técnicas) e, finalmente, começar a estabelecer uma política de atuação comum junto aos órgãos públicos e privados responsáveis por apoios institucionais e financeiros.
A iniciativa do encontro é do grupo de professores/pesquisadores que coordenam o Laboratório de Informação e Memória do CAC (Departamento de Artes Cênicas da USP) - LIM CAC, Prof.ª Dr.ª Elizabeth R. Azevedo, Prof. Dr. Fausto Viana e Prof.ª Dr.ª Sílvia Fernandes. O programa do Iº SEMINÁRIO será composto por dois dias de encontros contando, na parte de cada manhã, com duas palestras de especialistas em áreas de interesse, seguidas das comunicações (trabalhos previamente inscritos e aprovados), repetindo-se, no período da tarde, o mesmo esquema (o programa detalhado será publicado em breve).

II Encontro Internacional de Estudos Africanos da UFF



Pretendendo dar continuidade ao estabelecimento de um fórum permanente de discussão de temas relativos à História da África e
fomentar a consolidação deste amplo campo de pesquisas, o NEAF (Núcleo de Estudos Africanos), com apoio do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense convidam pesquisadores em vários níveis de formação a participar do II ENCONTRO INTERNACIONAL DE ESTUDOS AFRICANOS DA UFF, em Niterói, entre os dias 13 a 17 de agosto de 2012.


CONFERENCISTAS CONFIRMADOS: 

Augusto Nascimento - Instituto de Investigação Científica
Tropical, Portugal

Mariana Candido - Princeton University, Estados Unidos

Paulo Farias - University of Birmingham, Reino Unido

Roquinaldo Ferreira - University of Virginia, Estados Unidos

Yacine Daddi Addoun - University of Kansas, Estados Unidos


INSCRIÇÕES: 

O resumo expandido com o título do trabalho (de 3 a 5 mil caracteres
com espaços) deverá ser enviado para o endereço de e-mail:
encontroafrica2012@gmail.com, na formatação: arquivo ".doc";
fonte Times New Roman, tamanho 12; espaço entre linhas de 1,5. No
resumo deverá constar o nome do(a) autor(a), sua filiação
institucional, o maior nível de formação.

A data limite para o envio dos resumos é 16/03/2012.

Uma comissão científica avaliará e selecionará os trabalhos a
serem apresentado no Encontro. As cartas de aceite serão encaminhadas
até o dia 15/05/2012. Será cobrado o valor de R$35,00 para aqueles
trabalhos que forem aceitos que deverá ser paga até 15/06/2012.

A língua oficial do evento será o português.

O evento não fornecerá cobertura de custos aos participantes.


ORGANIZAÇÃO: Membros do Núcleo de Estudos Africanos-NEAF/UFF

Alexandre Vieira Ribeiro

Alexsander Gebara

Marcelo Bittencourt

Mariza Carvalho

Pós-graduação em Fotografia Aplicada



A pós-graduação em Fotografia Aplicada do Senac é um curso completo, feito para profissionais de comunicação, design, artes visuais ou qualquer função que envolva a utilização de imagens fotográficas.

O mercado vem mudando muito rapidamente e é necessário que o profissional, que trabalha em qualquer dessas áreas, esteja atualizado. Hoje em dia, não basta mais saber somente sobre fotografia: vídeo, o cinema e novas formas interativas da imagem também são fundamentais. Por causa disso, a pós-graduação em Fotografia Aplicada do Senac tem, em seu currículo, conteúdos para a completa atualização profissional.
Para saber tudo sobre essa nossa parceria com o Senac e ficar por dentro da Pós-graduação em Fotografia Aplicada visite o link abaixo e leia nosso Editorial: Digiforum

- Fundamentos da Imagem
- História da Arte
- Comunicação e Semiótica
- Metodologia da Pesquisa
- Estética
- Cultura e Tecnologia
- História da Fotografia
- Produção da Imagem
- Teorias Contemporâneas da Linguagem
- Fluxo de Trabalho e Gerenciamento de Arquivo
- Marketing e Imagem
- Percepção da Imagem
- Trabalho de Conclusão de Curso

Acesse o Portal Senac e saiba mais!

VI Simpósio Escravidão e Mestiçagens: religiões e religiosidades




CONVITE

VI Simpósio Escravidão e Mestiçagens: religiões e religiosidades

18, 19 e 20  de setembro  de 2012
Local: Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB.
Campus de Vitória da Conquista.

Conferências, sessões temáticas e comunicações.

REALIZAÇÃO

Laboratório de Estudos da Escravidão e das Mestiçagens LABESGENS
Museu Pedagógico da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
Programa de Pós-Graduação em Memória: Linguagem e Sociedade
Departamento de História - DH

INSCRIÇÕES

Inscrição e pagamento com apresentação de trabalho
18 de julho a 20 de agosto
Inscrição e pagamento como ouvinte:
18 de julho a 18 de setembro
Divulgação de aceite dos trabalhos:
25 a 30 de agosto




Covidamos a todos para participar do VI Simpósio de Escravidão e Mestiçagens: religião e religiosidades, que ocorrerá entre os dias 18 a 20 de setembro. Solicitamos a participação e divulgação de todos os interessados. Lembro que o evento contará com a participação de profissionais de outros países e locais. Para os que pretendem vir e não possuem lugar para se hospedar, estamos providenciando alojamento no próprio campus do evento.

Desde já agradeço a participação de todos.
Att. Comissão de Organização.



Livro conta história do Verão em que 15 mil latas de maconha foram jogadas no mar do Rio



Tem gente que duvida até hoje: em 1987, um navio com 22 toneladas de maconha, guardadas em latas, jogou tudo no mar. A erva boiou do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul. Foi o animado Verão da Lata, tema do livro de mesmo nome do jornalista carioca Wilson Aquino
Pire aí no roteiro pra lá de cinematográfico: um navio pesqueiro de bandeira do Panamá sai da Austrália e vai para Cingapura, onde pega uma carga de 22 toneladas de maconha. Tudo acondicionado em latas, dessas de leite em pó, e embalado a vácuo. O destino final é Miami, nos EUA – olhe só que viagem. O governo americano, por dentro da movimentação, dá o alerta geral.
A tripulação fica sabendo que a polícia brasileira está na cola. De modo a evitar o flagrante, as 15 mil latas, cada uma com 1,5 quilo de maconha, são jogadas ao mar. Para alegria dos usuários da erva de uma larga faixa de terra – cerca de 2 mil quilômetros – entre os estados do Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul, que acharam o material boiando.
A história mirabolante é de cinema mesmo, mas não de ficção, e sim de documentário – tanto é que um está sendo feito pelo diretor Tocha Alves. De setembro de 1987 até os primeiros meses de 1988, milhares de latas foram chegando às praias.
Tudo isso é contado e ilustrado pelo jornalista carioca Wilson Aquino, 50 anos – com metade da idade na época do fato – no livro Verão da Lata (LeYa/Barba Negra, R$  45/240 págs.). A expressão que batiza a obra é a forma como a estação ficou conhecida.
A gíria, aliás, não foi moda de um Verão só. Quando alguém queria dizer que algo era bom, dizia “é da lata”. “As pessoas comentavam que a maconha era ‘da boa’. Na época, o produto vendido no Rio de Janeiro não era considerado muito bom. E as latas continham maconha com uma qualidade muito grande”, diz Wilson Aquino.

Solon, Solomon 

O autor afirma não ter fumado a mítica maconha da lata – “era uma coisa mais restrita à orla da cidade, e eu morava no subúrbio”, diz. A história tem pitadas de drama também. Como o Brasil ainda era atormentado pela memória dos Anos de Chumbo da Ditadura Militar, a euforia com a descoberta dividia espaço com a apreensão. Quem era achado com maconha apanhava muito e ia em cana, conta Wilson.
Teve gente alugando barco para a busca, em uma verdadeira caça ao tesouro. E surfista trocando as ondas de verdade por outras ondas – eles ficavam atentos ao brilho do metal ao sol. E a polícia caçando todo mundo.
Muita gente até hoje acha que tudo não passa de lenda urbana. “Esse foi um dos motivos para escrever o livro”, diz o autor. O tal navio, é bom contar, era o Solana Star. Numa trapalhada policial, a embarcação entrou tranquilamente no porto do Rio, já sem as latas, jogadas em alto-mar. As autoridades americanas informaram que ele se chamava Solon Star ou Solomon Star. Ninguém se tocou que era o Solana Star.
Quando a polícia se deu conta, apenas o cozinheiro ainda estava na cidade. O resto, espertamente, já tinha dado no pé, cada um para seu país de origem. O americano Stephen Skelton sempre negou a participação na jogada. Chegou a ser condenado, mas foi solto logo depois, por falta de provas. Tudo acabou na mais pura fumaça.

Na lama 

O que também acabou em fumaça foi o conteúdo das latas. Um dos depoimentos do livro é o de Maria Juçá, uma das fundadoras do Circo Voador – famoso espaço de shows carioca, por onde passou muita gente daquele Verão, no palco e na plateia. “Deixei uma (lata) em uso, dei uma para meu amigo artista circense e enterrei duas no quintal”, recorda. Certo dia, chegou em casa e encontrou tudo revirado. Achou que era a polícia. Quando foi ver, era o tal amigo, todo sujo de terra, escavando o jardim em busca das latas perdidas.
O roqueiro Serguei, entrevistado pelo autor, também garante que pescou e fumou da erva, em Saquarema, no estado do Rio. “Gente que nem era surfista veio de prancha, alugou prancha, comprou prancha”, relembra. Um camarada emprestou uma rede de pesca para Serguei. “Bicho, eu não fumo isso aí! Eu não sou maconheiro, mas vou lá para sacar qual é porque não é possível (ser verdade)”, disse o músico na época.
E teve gente que nem sabia o que era aquilo. “Teve caiçara que encheu o cachimbo com a erva e fumou como se fuma tabaco. Outros tocavam fogo na erva para espantar mosquito. Alguns até cozinharam a maconha”, escreve Wilson. Cada um em sua própria viagem, na onda que veio do mar.

Salvatore Carrozzo

Fonte: Correio 

Filme sobre a saga de Antônio Conselheiro e a Guerra de Canudos estreia em agosto



Antonio Conselheiro – O Taumaturgo dos Sertões, de José Walter Lima, entra em cartaz nos cinemas do Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador no mês de agosto. O filme retrata um acontecimento social de grande importância na história do Brasil: a guerra de Canudos e o massacre de mais de 25 mil pessoas que resistiram a três batalhas com o exército republicano antes de serem derrotados. Para tanto, a narrativa acompanha a saga de Antônio Conselheiro combinando documentário, ficção e animação numa produção que valoriza elementos poéticos, reflexivos e imagéticos.
A figura mitológica de Antônio Conselheiro é vivida por Carlos Petrovich (Idade da Terra, Glauber Rocha). O ator realiza uma interpretação magistral na qual reencarna não só as ideias, mas o andar, os gestos e a forma de discursar do milagreiro dos sertões. Outro importante personagem do filme é o escritor Euclides da Cunha, interpretado por Leonel Nunes. A narração em off do autor de Os Sertões pontua o filme com passagens de sua grande obra.
Antonio Conselheiro – O Taumaturgo dos Sertões é o encontro de Antônio Conselheiro, ressurgindo nos sertões da Bahia, com seu próprio mito no imaginário popular. O filme é uma metáfora sobre os sertões, uma epopeia sobre a guerra de Canudos, que ficou marcada como um grande exemplo de resistência ao poder centralizado e opressor na história do país.
José Walter Lima é idealizador e organizador do CineFuturo - Seminário Internacional de Cinema e Audiovisual, que acontece há sete anos em Salvador. Como diretor assinou os seguintes filmes: Índios Cariris; O Alquimista do Som; Nós, por exemplo; Brasilienses; Pelourinho; Dom Timóteo Amoroso Anastácio; Sante Scaldaferi a Dramaturgia dos Sertões; Oropa, França e Bahia (curtas) e Um vento sagrado (longa).

Ficha Técnica
Brasil, 2010, 86min, 14 anos
Direção e roteiro: José Walter Lima
Co-direção: Carlos Vasconcelos Domingues
Produção: Neusa Barbosa
Fotografia: Vito Diniz e Pedro Semanovschi
Som: Timo Andrade, Nicolas Hallet, Simone Dourado, Ana Luiza Penna
Direção de Arte: José Walter Lima e Wilson D’ Argollo
Produção executiva: Chico Drumond e Alberto Luiz Viana
Elenco: Carlos Petrovich, Harildo Deda, Leonel Nunes, Chico Drumond, Álvaro Guimarães, Bertrand Duarte, Wilson Melo, Haidil Linhares, Ari Barata

Lançamento do livro Todo risco, de Damário Dacruz



A Fundação Pedro Calmon (FPC) realizará, no dia 27 de julho, no Pouso da Palavra, Cachoeira, o lançamento do livro Todo risco, de Damário Dacruz, que em 2013, se vivo, completaria 60 anos de idade. Neste dia, haverá uma mesa com a presença do Prof. Ubiratan Castro de Araújo, Diretor Geral da FPC, os palestrantes Manoel Passos Pereira e João de Moraes Filho, e a viúva Graça Cruz. A programação terá início às 18h30. A partir das 19h15 acontecerá o recital de Marcos Peralta, com poemas de Damário Dacruz e, em seguida, o lançamento do livro Todo risco.
...
Nos dias 27 e 28, o público terá acesso aos livros publicados pela FPC, visitando o Feira-Móvel, em frente ao Pouso da Palavra. O livro de Damário Dacruz será vendido ao preço de 10 reais, o que possibilitará aos cachoeiranos e visitantes acesso à obra mais conhecida do poeta e que, em 2013, completará 20 anos desde sua primeira edição.
...
O livro resulta da parceria da FPC e da Editora Livro.Com. Com essa publicação, a FPC dá continuidade à coleção Estante de Bolso, que chega ao seu segundo volume.
...
Lembrando a todos que hoje não existe mais nenhum exemplar de nenhum livro de Damário a venda e que esta é uma oportunidade única de adquirir um livro do poeta! Ademais, o Pouso está precisando muito da ajuda de todos vocês! Depois do falecimento do poeta estamos tendo muitas dificuldades em manter o espaço aberto! E, com mais esta ajuda da Fundação poderemos garantir que o espaço continue por, pelo menos, mais alguns meses aberto!
...
Participem, compareçam, divulguem!
http://www.iteia.org.br/jornal/lancamento-do-livro-todo-risco-de-damario-dacruz

Antônio Conselheiro - O Taumaturgo dos Sertões

REVISTA AFRO-ÁSIA Nº 45


ARTIGOS
RESENHAS
A POLÍTICA DO CONTRABANDO NEGREIRO
Ricardo Tadeu Caires Silva

MORAL DA HISTÓRIA


A Revolução das Fontes Históricas Digitalizadas


Biblioteca Nacional digitaliza sua hemeroteca e contribui para a consolidação de uma verdadeira revolução no trabalho de pesquisa acadêmica
Os historiadores brasileiros podem comemorar mais uma excelente notícia no que se refere a oferta de documentos na internet: a Biblioteca Nacional está digitalizando todo o seu acervo de jornais e revistas não-correntes (que deixaram de circular). São milhares de periódicos produzidos entre os séculos XIX e XX e que poderão auxiliar – de forma gratuita – pesquisadores no Brasil e no exterior que investigam os mais diferentes temas e áreas. O acesso poderá ser feito a distância, via um banco de conteúdos online.
O projeto da Biblioteca Nacional é bastante ambicioso. Até o momento foram digitalizados 638 periódicos – pequenos, grandes, raros e populares. A maior parte cobrindo o período que vai do início do século XIX até os anos 1950. E, segundo os funcionários da Biblioteca Nacional, há muito material sendo preparado, incluindo periódicos da segunda metade do século XX. Além do volume significativo de documentos, a hemeroteca digital ainda conta com um muito bem-vindo sistema inteligente. Há alguns anos, os primeiros projetos de digitalização de fontes históricas preocupavam-se muito com a qualidade visual do material, mas quase sempre deixavam a desejar no quesito a pesquisa do acervo. No caso da Biblioteca Nacional, não. Os conteúdos contam com um sistema de buscas que funciona muito bem. É possível virar e revirar todo o banco de dados através de pesquisas precisas por periódico, por período e por local.
Entre os periódicos, já é possível encontrar grandes jornais do período republicano, como “Correio da Manhã” e “Diário Carioca”, e também os pequenos, mas não menos ilustres, como “O Despertar” e “Nova Luz Brazileira”, da época do Império. Alguns poucos jornais não autorizaram a digitalização de seu acervo de forma alguma. É o caso do carioca “O Jornal”. Outros, liberaram parcialmente: o acesso não pode ser feito remotamente, mas somente in loco. Por isso, principalmente, a Biblioteca Nacional já está se equipando: dezenas de computadores com acesso a internet farão companhia as já conhecidas máquinas leitores de microfilmes. Além disso, jornais que passaram por processos de digitalização incompletas e/ou problemáticas, como é o caso do “Jornal do Brasil” e do “Última Hora”, serão redigitalizados e acrescentados ao banco de dados.
A iniciativa da Biblioteca Nacional é um acerto na política de democratização do conhecimento da instituição (aquilo que deve ser, no fundo, a vocação de qualquer biblioteca). Para o historiadores, os benefícios da digitalização de fontes são imensos, para não dizer revolucionários. As pesquisas por “palavras-chave”, e por diferentes entradas, tornam as pesquisas mais rápidas e mais precisas. Liberam tempo para análises e para ampliação de objetos de estudos. E não é só: a digitalização e disponibilização de um acervo como o da Biblioteca Nacional – a oitava maior do mundo – permite a ampliação das pesquisas no país (fuga do excessivo localismo), desafoga o atendimento presencial (melhora a sua qualidade) e ainda preservam os originais. Se as novas mídias estão transformando o ofício do historiador, a digitalização, neste sentido, é uma destas dimensões transformadoras.
Para conferir esse grande trabalho – ainda em processo – acesse o site: www.memoria.bn.br ou http://bndigital.bn.br. Atenção: ainda em teste, o site pode sair do ar em alguns momentos.

VII Semana de História Política - UERJ


A Semana de História Política da UERJ, em sua sétima edição, pretende dar continuidade às questões que foram abordadas nos encontros anteriores, ou seja, promover a pesquisa histórica, bem como o diálogo e aproximações entre pós-graduandos com estudos que envolvam abordagens teórico-metodológicas no âmbito da história política.
Esse projeto visa fomentar o debate acadêmico também com recém-doutores, tendo o intuito de divulgar a produção historiográfica dos interessados e promover o intercâmbio de ideias, profissionais (discentes e docentes) e instituições, contribuindo para a solidificação do Programa de Pós-Graduação, além de investir na produção editorial da revista Dia-Logos, fruto imediato do desenvolvimento desta Semana.
Dentro de seu espírito de renovação e incentivo aos novos pesquisadores, a Semana mantém a apresentação de painéis com trabalhos de iniciação científica, convidando assim alunos da graduação á contribuir com a qualidade alcançada pelo evento nas edições anteriores.
O Evento realiza-se nas dependências da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, sob a direção de uma Comissão Organizadora, composta por discentes do Programa, que se liga à Coordenação da Pós-Graduação em História. Essa Semana impulsiona alunos de diversos Programas do estado, e também do país, a produzir e movimentar seus conhecimentos, permitindo-os ganhar visibilidade, ampliar a temática e trocar experiências.
É de grande valia tal esforço dos discentes, junto à Coordenadoria do Programa, em administrar a Semana, de forma que contribua para a construção de mais um espaço de discussão e de apropriação do universo científico acadêmico, corroborando com a práxis de pesquisa e de docência dos cursos de pós-graduação no Brasil.

UNESP LANÇA BIBLIOTECA DIGITAL



A Unesp - Universidade Estadual Paulista, no âmbito de seu Programa Memória Social, dá início ao processo de disponibilização digital de acervos pertencentes ao seu sistema de bibliotecas e centros de documentação que reúne documentos de naturezas diversas, tais como livros e periódicos, possibilitando à sociedade acessibilidade ao conhecimento.
A parceria com a Biblioteca Nacional, o Arquivo Público do Estado de São Paulo e a Biblioteca Mário de Andrade possibilitou, também, a reprodução de material pertencente a essas importantes instituições públicas. Ao dar acesso irrestrito a esse rico material, a universidade cumpre com sua responsabilidade social, democratizando o acesso à informação e contribuindo com o ensino, a pesquisa e a difusão do conhecimento.

CHAMADA DE ARTIGOS E RESENHAS



A revista Almanack, disponível no endereço www.almanack.unifesp.br, está recebendo artigos e resenhas para seus próximos números. Os textos devem ser encaminhados através do próprio site da revista. Todas as informações necessárias para a submissão de artigos e resenhas encontram-se detalhadas nos links “normas de publicação” e “envie seu texto”. A revista Almanack é um periódico destinado a publicar trabalhos sobre a formação do Estado e da nação no Brasil entre os séculos XVIII e XIX, incluídas as suas interfaces com processos históricos coevos, abordagens comparativas e teórico-metodológicas.

Dúvidas e outras informações podem ser encaminhadas para o e-mailalmanack@unifesp.br

PRÊMIO TOPBLOG 2012. Já votou no Pesquisando a História?

Pibid-UFBA inscreve estudantes para seleção de 311 bolsistas



O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência da Universidade Federal da Bahia (Pibid-UFBA) realiza, no período de 3 a 17 de julho, inscrições para a seleção de 311 bolsistas.  A bolsa, no valor de R$400,00, é concedida pela Capes/MEC. Poderão candidatar-se estudantes dos cursos de licenciatura da UFBA, dos campi Salvador e Barreiras. Também serão selecionados pelo Pibid 75 professores da Educação Básica de escolas parceiras que atuarão como supervisores, garantindo uma iniciação ativa dos licenciandos na docência, com base em um plano integrado de atividades coordenadas por professores da UFBA. Informações completas estão no Edital Pibid-UFBA 01/2012 e 02/2012, disponíveis no site da Pró-Reitoria de Ensino de Graduação:  http://www.prograd.ufba.br/

Fórum do Pensamento Crítico debate Memórias Cruzadas da Cidade do Salvador


Na próxima quarta-feira (18), as 18h, acontecerá na Biblioteca Central dos Barris, a quinta edição do Fórum de Pensamento Crítico – “Memórias cruzadas da cidade do Salvador”. O Fórum do Pensamento Crítico tem como objetivo debater questões referentes à Cultura e às Cidades. O evento ocorre mensalmente e deve ser realizado até dezembro de 2012.
Serão discutidas no evento as mudanças demográficas, sociais, econômicas, e a reintegração da Bahia na dinâmica nacional da economia brasileira, a partir da democratização consolidada pela Constituição de 1946.
O debate será mediado pelo professor Ubiratan Castro de Araujo, diretor geral da Fundação Pedro Calmon (FPC), e contárá com a participação da socióloga e doutora em Planejamento Urbano e Regional, Antonia Garcia, entre outros convidados. As pessoas que não tiverem oportunidade de comparecer ao local do evento poderão acompanhar as discussões online, através do portal da FPC.
Serviço
Fórum de Pensamento Crítico – “Memórias cruzadas da cidade do Salvador”
18 de julho (quarta), às 18h
Gratuito (sujeito ao preenchimento de vagas)
Biblioteca Central dos Barris
Informações: (71) 3103-3269
Certificados serão enviados aos participantes.

PROGRAMA ESPELHO - LENINE

IBGE divulga mapeamento de cidades com maior população indígena


O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira os Mapas Municipais Estatísticos do Censo Demográfico 2010. A finalidade dos mapas foi de representar o conjunto de setores censitários urbanos e rurais para cada município brasileiro, além dos limites municipais, distritais e de perímetros urbanos.

Minas Gerais aparece na quarta posição como o município que tem mais indígenas no país, com a da cidade de São João das Missões, região Norte do estado, contabilizando 7.936 índios. Estão a frente do ranking os estados de Pernambuco, São Paulo e, em primeiro lugar, o Amazonas, que registrou 29.017 índios no município de São Gabriel da Cachoeira.

De acordo com o IBGE, a pesquisa as informações da pesquisa foram atualizadas na fase da pré-coleta do censo demográfico 2010.

Os arquivos analisados contém os limites e numeração de setores censitários e distritos, informações de cursos de água, localidades e vias de transporte, e dados marginais importantes para a localização geográfica do município no contexto do território nacional.


Veja abaixo o ranking das cidades com maior população indígena:
(AM) - São Gabriel da Cachoeira 29.017
(SP) - São Paulo 12.977
(PE) - Pesqueira 9.335
(MG) - São João das Missões 7.936
(MT) - Campinápolis 7.621
(BA) - Salvador 7.563
(MS) - Amambai 7.225
(RJ) - Rio de Janeiro 6.764
(DF) - Brasília 6.128
(PB) - Marcação 5.895
(PA) - Jacareacanga 5.843
(AP) - Oiapoque 5.569
(MA) - Jenipapo dos Vieiras 5.437
(RS) - Redentora 4.033
(RO) - Guajará-Mirim 3.998
(SC) - Ipuaçu 3.436
(AL) - Pariconha 3.303
(CE) - Fortaleza 3.071
(ES) - Aracruz 3.040
(TO) - Tocantínia 2.889
(PR) - Curitiba 2.693
(AC) - Feijó 2.615
(SE) - Aracaju 2.175
(GO) - Goiânia 2.135
(PI) - Teresina 1.333
(RN) - Natal 866

 Fonte: Estado de Minas
Fernanda Nazaré





Boletim eletrônico da Revista de História da Biblioteca Nacional


BFH é nesta terça

Biblioteca Fazendo História discute doenças epidêmicas que marcam o passado e o presente das sociedades urbanas brasileiras. Evento ocorre nesta terça (17), às 16h, na Biblioteca Nacional [Leia mais]

Derrube-me se for capaz

Projeto Fortalezas Multimídia digitaliza todo o acervo documental sobre as primeiras fortificações catarinenses  [Leia mais]

O bispo vermelho?

Falecido aos 91 anos no Rio de Janeiro, D. Eugenio Sales foi uma importante figura da ala conservadora da Igreja Católica, tendo sido um dos mais ferrenhos opositores à Teologia da Libertação [Leia mais]

Cine História: Guerra sem cortes

Por meio do plano-sequência, diretores de cinema aproximam o espectador de grandes dramas históricos [Leia mais]

Arte em família

Exposição que resgata 90 obras dos artistas baianos João Francisco e Manoel Lopes Rodrigues marca os 94 anos da fundação do Museu de Arte da Bahia [Leia mais]

Loja virtual

Na Loja virtual da Revista de História, você pode assinar a revista por um ou dois anos, além de comprar exemplares da revista História da Ciência, assim como a coleção História no Bolso. [Confira]

Informativo do Arquivo Público do Estado de São Paulo

II Fórum Baiano de Arquivos e Bibliotecas Públicas


O II Fórum Baiano de Arquivos e Bibliotecas Públicas, a ser realizado entre os dias 25 e 26 de julho de 2012, tem por finalidade reunir profissionais e interessados na gestão de Arquivos e Bibliotecas Públicas. Ao realizar este evento a Secretaria de Cultura, através da Fundação Pedro Calmon, pretende sensibilizar a comunidade baiana para a efetividade do Sistema Estadual de Cultura por meio do fortalecimento dos Sistemas Estaduais de Arquivos e Bibliotecas.

O IV Encontro Baiano de Bibliotecários de Bibliotecas Públicas e o VI Encontro Baiano de Arquivos Municipais são destinados, especificamente, aos profissionais bibliotecários e arquivistas, e serão realizados no dia 27 de julho.

Confirmação:
A cópia de comprovante de depósito bancário devidamente identificado deverá ser enviada por fax (71) 3116-6841 ou por email (forum.baiano@fpc.ba.gov.br).
Estudantes devem enviar o comprovante de matrícula do semestre em curso.
Profissional: R$ 30,00
Estudante: R$ 15,00

OBS.: Tendo em vista a quantidade de inscrições disponíveis para profissionais, técnicos e dirigentes de arquivos e biblioteca públicas as inscrições para estudantes serão limitadas a 18 para estudantes de Arquivologia e 18 para estudantes de Biblioteconomia.

Acesse: http://www.fpc.ba.gov.br/node/1955

Carta aberta ao Conselho de Cultura sobre o Bairro 2 de Julho



Salvador, 13 de Julho de 2012
Ao Conselho Estadual de Cultura da Bahia
Nós, do Movimento DESOCUPA, viemos por meio desta carta sensibilizar o Conselho de Cultura do Estado da Bahia com relação a um tema que diz respeito a todos cidadãos soteropolitanos. A Prefeitura de Salvador, por meio do projeto intituladoHumanização do Bairro Santa Tereza, tenta defender a tese que é preciso humanizar o tradicional bairro 2 de Julho. Seguem alguns argumentos utilizados na defesa do projeto:
“redesenhar os seus cenários paisagísticos e físico-sociais [de Salvador] e oferecer à cidade um novo conceito de espaço urbano: o bairro humanizado.”
“dotar essa grande área de identidade e auto-estima, dando-lhe alma e corpo de um verdadeiro bairro, uma vez que os seus atuais moradores e usuários não possuem qualquer referência desse conceito”
“proporcionar um “upgrade” à imagem do bairro[1].”
Ora, é evidente que o projeto proposto pela Prefeitura causa espanto, pois não se preocupa em revelar suas verdadeiras intenções quando delimita uma poliginal de intervenção que é praticamente igual à do projeto Cluster Santa Tereza[2], gestado por duas empresas privadas e com objetivos unicamente imobiliários: a Eurofort Patrimonial e a RFM Participações[3] (projeto que vem sendo desenvolvido pelo menos desde 2007).
É impossível pensar que não se tenha aprendido nada com as consequências deste tipo de intervenção que se preocupa exclusivamente com a estrutura física de uma bairro, sem qualquer rebatimento para os moradores e usuários da região. Essa tipo de pensamento retrógrado que segrega o patrimônio material do imaterial foi o mesmo que balizou as políticas adotadas de “revitalização” do Centro Histórico de Salvador, causando os problemas sociais nefastos já conhecidos e o mínimo de preocupação por parte do Estado com as populações que ali residiam.
É preciso lembrar que a noção de patrimônio cultural, apresentada pela primeira vez na Constituição Federal de 1988, foi uma grande inovação em relação às Constituições anteriores, que utilizavam o termo patrimônio histórico e artístico. Para a Constituição: “constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira[4].”
Com a Carta Magna de 88, era de se supor que ficaria superada “a concepção puramente histórica do patrimônio cultural em favor de uma concepção abrangente de todas as expressões simbólicas da memória coletiva, constitutivas da identidade de um lugar, uma região e uma comunidade[5].”
Outros autores como FONSECA (2003) também evidenciam essa ampliação da idéia de patrimônio cultural, implicando no início de um processo de desconstrução de algumas dicotomias paradigmáticas, como a de material x imaterial, cultura erudita x cultura popular, presente x passado e processo x produto[6].
Portanto, o que se espera de qualquer iniciativa por parte do poder público no intuito de “revitalizar as áreas centrais da cidade, relevantes para a memória do município”, nas palavras do próprio texto do projeto, seria que houvesse uma preocupação com a salvaguarda das populações economicamente mais vulneráveis que habitam essas regiões, no caso em questão, o Bairro 2 de Julho. Do contrário, estaríamos insistindo nessa dessasociação elitista do patrimônio, que atropela os interesses da coletividade, fere os direitos de moradia digna em prol da valorização dos imóveis. Pois sabemos que a consequência de projetos como esse são a expulsão da população tradicional para áreas distantes e desprovidas de toda a complexa e delicada teia social que foi sendo tecida ao longo de gerações.
Quem conhece o 2 de Julho reconhece nele imediatamente uma vida pulsante, seja de dia ou de noite, atrelada diretamente às pessoas que ali residem e frequentam: são rodas de capoeira, bares, restaurantes, feiras com os mais variados produtos e uma infinita gama de de serviços que asseguram a vida de milhares de pessoas. Portanto, propostas de intervenção em um bairro tão importante para a cidade são bem-vindos, desde que desenvolvidas por um processo participativo legítimo e que sejam tomadas todas as medidas cabíveis para assegurar a permanência das pessoas que atualmente usam e habitam essa região. Do contrário, estaríamos mais uma vez concordando com o tipo de política que intervêm em um lugar para que apenas cidadãos de maior poder aquisitivo possam desfrutar dessas melhorias.
É relativamente comum cair sobre o morador de baixa renda a responsabilidade pela degradação de um imóvel, quando é preciso lembrar que o abandono do Centro é programado, isto é, é uma consequência de políticas públicas urbanas, dos processos de desvalorização planejados para garantir um reinvestimento pela iniciativa privada na área, com lucros fantásticos.
Portanto, uma política de Estado voltada para uma área tão importante da cidade – reconhecida como Área de Proteção Cultural e Paisagística – não pode visar à reestruturação física sem que haja interação com aquilo que lhe dá vida e dinamicidade, ou seja, as pessoas que moram e usam o 2 de Julho. Seria um desrespeito aos cidadãos soteropolitanos recorrer a projetos enobrecedores que desconsideram a participação popular efetiva dos moradores e parecem desejar a substituição da população atual residente por uma população mais sofisticada, mais “humana”.
É importante ainda lembrar, por ser uma parceria entre Poder Público e iniciativa privada, nos preocupam não apenas os projetos desprovidos de participação apresentados pela Prefeitura, mas também os empreendimentos que, tanto pelo seu porte – que alteram radicalmente a percepção da encosta dessa região –, como pela completa ausência de diálogo e contrapartidas oferecidas aos cidadãos do 2 de Julho, agridem este bairro. O mesmo se dá com o empreendimento hoteleiro da grife Txai, que não parece oferecer nenhuma contrapartida para os moradores da região.
Assim, considerando o inegável valor cultural da área do 2 de Julho e entorno para o Estado da Bahia, solicitamos desse Conselho uma manifestação acerca do referido Projeto Humanização do Bairro Santa Tereza e dos seus impactos sobre o patrimônio cultural da Cidade e do Estado. Da mesma forma, aguardamos por um posicionamento em relação ao projeto do hotel da grife Txai, que causará impactos sociais e paisagísticos na referida região.
Cordialmente,
Movimento DESOCUPA

[1] PREFEITURA MUNICIPAL DE SALVADOR (PMS) / SECRETARIA MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO URBANO, HABITAÇÃO E MEIO AMBIENTE (SEDHAM). Santa Tereza: humanização do bairro. apresentação da pms no xx cideu. Barcelona: 2012
[2] EUROFORT PATRIMONIAL, RFM PARTICIPAÇÕES. Santa Tereza. Disponível emhttp://www.santatereza-ba.com.br/principal.htm. Acesso em 08/07/2012;
[3] MOURAD, Laila Nazem; FIGUEIREDO, Glória Cecília. O Bairro É 2 De Julho, ou O Que Está Em Jogo No Projeto De “Humanização” (?!!!) Do Bairro Santa Tereza?Disponível em: http://pt.scribd.com/doc/98753367/O-Bairro-e-2-de-Julho Acesso em 08.07/2012
[4] BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. Contém as emendas constitucionais posteriores. Brasília, DF: Senado, 1988
[5] SILVA, J. A. da. Ordenação constitucional da cultura. São Paulo: Malheiros, 2001
[6] FONSECA, M. C. L. Para além da pedra e cal: por uma concepção ampla de patrimônio cultural. In: Memória e patrimônio.Rio de Janeiro: DP&A, 2003

Abaixo-assinado Santa Tereza NÃO! Viva o Bairro de Dois de Julho!!



Para:Órgãos competentes da Prefeitura de Salvador e do Estado da Bahia:
Nós, abaixo assinados, registramos nossa oposição ao projeto de urbanização da Prefeitura que visa implementar um empreendimento turístico de grande escala e de alto padrão no Bairro de Dois de Julho, a ser conhecido como o “bairro de Santa Tereza”. Embora retratado como um projeto de “humanização”, ao invés de priorizar as necessidades da comunidade, o projeto as marginaliza, como aconteceu na reforma do Pelourinho, enxergando apenas os interesses do capital. As moradias de algumas pessoas já estão ameaçadas e as obras ainda estão invadindo uma área de proteção rigorosa paisagística estabelecida pela Lei Municipal no 3.289/83: a bela encosta que beira a Baía de Todos os Santos.

Somos inteiramente a favor de melhorias no que se refere à limpeza, à infraestrutura urbana, ao combate à violência, e à valorização do caráter histórico do bairro, mas é preciso envolver os moradores como atores. Rejeitamos, portanto, o projeto de “Santa Tereza”, criado sem sequer consultar à comunidade e inteiramente prejudicial à vitalidade social e cultural do Bairro de Dois de Julho, inclusive promovendo o apagamento do seu nome centenário que rememora as conquistas do povo baiano na independência do Brasil. 

Os signatários
Acesse: