PALESTRAS ANGOLA: DA GUERRA À PAZ


Palestrante:

Prof. Dinis Kebanguilako
Instituto Superior de Ciências da Educação
Instituto Superior Técnico Militar
Luanda - ANGOLA

- Angola da guerra à paz: que futuro para o país?
01/06 (3af) - CEAO - 18:00 hs (Largo 02 de Julho)
- Angola: o processo de paz e a integração social.
08/06 (3a f)  - Casa de Angola - 18:00 hs (Baixa do Sapateiro)
Realização:
Programa de Pós-Graduação em Estudos Étnicos e Africanos/UFBA

e Casa de Angola na Bahia.

Palestra do Prof° Dr Fábio Joly - 31 de maio no PAF


 
Em vista das fortes chuvas, a conferência de encerramento do 2° Encontro de Novos Pesquisadores em História foi remarcada para o dia 31 de maio, às 20:30, no Auditório B do PAF I.  A conferência intitulada História Comparada da Escravidão: apontamentos para uma agenda de pesquisa da escravidão na Roma antiga e no Império do Brasil será ministrada pelo Prof Drº Fábio Joly (UFRB).

Contamos com sua participação

att.

Comissão Organizadora (2° Encontro de Novos Pesquisadores em História)

II Encontro de História do Império Brasileiro

Em 2008 realizamos em João Pessoa o I Encontro de História do Império Brasileiro, por iniciativa dos grupos de pesquisa Sociedade e Cultura no Nordeste Oitocentista e História da Educação no Nordeste Oitocentista (GHENO), ambos vinculados ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal da Paraíba, em parceria com outros programas de pós-graduação. O intuito foi o de reunir pesquisadores das regiões Norte e Nordeste e das demais regiões do Brasil para discutirmos as pesquisas desenvolvidas com o recorte temporal do oitocentos. As repercussões do referido evento e a sua grande aceitação por parte da comunidade acadêmica nos fez investir na segunda edição, em 2010. Assim, para este segundo Encontro, decidimos concentrar as discussões a partir do tema geral "Culturas e Sociabilidades: Políticas, Diversidades, Identidades e Práticas Educativas". Outrossim, a organização do encontro estabeleceu uma parceria com o Programa de Cooperação Acadêmica Novas Fronteiras da Capes (PROCAD-NF 2008 - PPGH-UFPB/ PPGH-UFMG), no sentido de juntos realizarmos o I Simpósio Patrimônios – Conexões Históricas.

A Comissão Organizadora.

EIXOS TEMÁTICOS

1 - Instrução e Culturas Escolares
2 - Culturas políticas e construção do Estado Nacional
3 - Imprensa, Impressos e Práticas de Leitura
4 - Sociedade escravista: escravizados, mulheres e homens livres pobres
5 - Arte, Festas, Vida Cotidiana e Religiosidades
6 - Viajantes e Povos Indígenas
7 - Cidades, Territorialidades e Fronteiras
8 - Intolerância e Violência
9 - Sociabilidades Femininas e Infância
  

Fundação Clemente Mariani - Curso Livre - História e Escravidão




Marcus Carvalho
Universidade Federal de Pernambuco
Doutor em História pela University of Illinois, Estados Unidos

data e horário:
7 a 11 de junho de 2010
14:00 às 18:00h

local:

Fundação Clemente Mariani
Rua Miguel Calmon, 398
Ed. Conde Pereira Marinho
Comércio - 40015-010 - Salvador BA

investimento:
R$ 30,00     inscrições e informações:
(71) 3243 2491 | 3243 2666
academico@fcmariani.org.br

público-alvo:
Concluintes de cursos de graduação
e pós-graduandos em História e áreas afins
   

Saída de Iaô Pierre Verger aos 93 anos


 P.V : Uma vez, quando eu era ainda bem jovem, pensei me tornar budista. Estava no sudeste da Ásia, via aqueles monges todos que só tinham uma peça de roupa, uma túnica cor de laranja, uma cuia para comer e beber, um rosário para contar os mantras e as orações. Era a idéia do despojamento total o que mais me atraía.

A renúncia aos bens do mundo pode esconder uma fuga, uma dificuldade em aceitar e assumir as responsabilidades e os grilhões do mundo e se adaptar a eles.

P.V : Sem dúvida. Nada mais dificil, quando se procura um caminho, que descobrir se a força que nos empurra vem do desejo de fugir ou do desejo de buscar. Talvez, em algum nível bem profundo, nem haja qualquer diferença entre esses desejos. No sentido de que existe uma força inexorável e constante que do nascimento à morte nos impele à frente, em direção à descoberta de nós mesmos. Talvez fosse até melhor dizer : em direção à construção de nós mesmos. Tudo que nos acontece, todos os fatos com sentido ou aparentemente sem sentidos nas nossas vidas, talvez não sejam mais do que ferramentas, recursos, estratégias de que aquela força lança mão para nos empurrar na direção daquela descoberta. Talvez, tanto o desejo de fugir quanto o de buscar sejam duas dessas ferramentas, igualmente importantes. Como disse, naquele nível profundo, talvez haja pouca ou nenhuma diferença entre elas.

Hoje você completa 93 anos, a maior parte deles consagrada ao estudo teórico e prático do candomblé. A parte o interesse cultural, o que todo esse aprendizado significa para você em termos espirituais ?

P.V : Em termos espirituais ? Nada. Não acredito em nada disso. Sou homem de pouca crença. Por natureza pessoal, e também por condicionamento cultural, busco muito mais ser um homem de conhecimento.

Nada ? Você foi consagrado babalaô, entregou sua cabeça a Xangô, sem acreditar em nada disso ?

P.V : Pela manhã, antes de vir me visitar, você não disse que foi ao Pelourinho e comeu um acarajé feito por aquela baiana que monta seu tabuleiro no lado da Fundação Jorge Amado ?
Pois bem, aquela mesma baiana, igual a tantas outras, vestida de baiana e coberta de balangandãs, que passa o dia fritando acarajé para ganhar a vida, você sabe o que acontece à noite, quando ela vai para o seu terreiro, quando ela dança e entra em transe ao som dos atabaques e incorpora a Oxum que ela carrega ? Preste atenção : ela deixa de ser uma simples baiana, igual a milhares de outras, para se transformar naquilo que ela realmente é – uma rainha. Uma rainha, sim, na profundidade do seu ser. Respeitada, tida e havia como tal por toda a comunidade do seu terreiro. E aquele estivador que passa o dia carregando sacos no cais do porto, sabe o que acontece quando ele incorpora no terreiro o Xangô que ele carrega ? Acontece o mesmo : ele se transforma num rei, porque a sua verdadeira natureza é a de um rei. Você me perguntou, eu respondo : foi para isso, sim, que dediquei a maior parte da minha vida. Para contemplar e tentar entender esse espetáculo único, o maior espetáculo da Terra, que é a manifestação plena da verdade que habita a pessoa humana. A verdade profunda que é representada pelo orixá. E, se mais dez vidas eu tivesse, de bom grado dedicaria todas elas a esse mesmo objetivo.

Colaborador desta postagem: J.J.Reis

Banco de Dados Brasil África - IEB

Encontra-se disponível no site do IEB o banco de dados Brasil África, contendo informações sobre livros e manuscritos que tratam do continente africano entre os séc. XVI e XIX. Todo o material estará digitalizado até o final deste ano.  
O Brasil África é um projeto que está sendo desenvolvido no IEB desde 2009 com o financiamento da FAPESP, cujo objetivo central é disponibilizar ao público livros e documentos raros do IEB relativos ao continente africano no período que se estende do século XVI ao XIX. Construímos uma base de dados contendo informações detalhadas sobre cada documento selecionado, tais como o nome do autor, da obra, a data, e o local da publicação. A base trás também um breve resumo de cada documento indicado. A finalidade da base é facilitar o acesso do pesquisador a inúmeras fontes relacionadas a temas diversos relativos ao continente africano, tais como viagens, escravidão, comércio, história, geografia, medicina, religião e religiosidade, entre outros assuntos. Começamos o processo de digitalização dos documentos da base há apenas um mês e até o final de 2010 esperamos estar com todas as obras do banco digitalizadas e disponíveis para impressão. Para fazer a pesquisa clique em busca.
Coordenação: Márcia M. Ribeiro
Apoio: FAPESP

Informações:
11 3091-1149

Uma história da cultura afro-brasileira de Walter Fraga e Wlamyra R. de Albuquerque


Uma história da cultura afro-brasileira compõe um vasto quadro de referências sobre a história, a geografia e a cultura da África, sobre o tráfico de escravos e sobre suas condições de vida no Brasil. O legado deixado por eles na alma brasileira estende-se da culinária às artes, do sincretismo das práticas religiosas ao vocabulário do idioma nacional, da submissão humilhante às lutas por transformações sociais.
Além de oferecer recursos para o entendimento da importância da cultura africana na construção da nossa identidade, o livro estimula o prazer da leitura: suas qualidades estilísticas também despertam o interesse, cativam a atenção e contribuem para a fluidez do discurso no diálogo com o leitor. Pela riqueza do conteúdo, este livro é um convite à reflexão sobre o desenho da nossa idiossincrasia, sobre as formas do nosso imaginário e sobre o supremo valor da liberdade.

Os autores
 

Walter Fraga é Doutor em História Social pela Unicamp. 
Professor Adjunto da  Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).
 

Wlamyra R. de Albuquerque é Doutora em História Social pela Unicamp. 
Professora adjunta da Universidade Estadual de Feira de Santana – BA.

II Encontro Iberoamericano Afro-Latino


O II Encontro Iberoamericano de Ministros da Cultura para uma Agenda Afrodescendente nas Américas, com o tema A Força da Diáspora Africana, acontecerá em Salvador no período de 25 a 28 de maio.


A abertura oficial será no Teatro Castro Alves e coincide com a comemoração do Dia da África, 25 de maio. Haverá apresentação do I Concerto Afro-Latino com os cantores Elza Soares, Mariene de Castro e Riachão.


O evento é promovido pelo Ministério da Cultura, por meio da Fundação Cultural Palmares, e visa elaborar um plano que contemple políticas públicas de ações afirmativas para a igualdade racial, por meio de projetos e propostas de cooperação entre os países da América Latina e Caribe.


Esta reunião marca o compromisso assumido em 2008, durante a realização da primeira edição do encontro em Cartagena, na Colômbia, e reunirá, além dos Ministros de Cultura, organismos internacionais como a Organização dos Países Ibero-Americanos (OEI), a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e a Organização Internacional para as Migrações (OIM).


Na programação constam eventos como Encontro de Pensadores - reunião de agentes políticos, sociais e especialistas na área de cultura negra na América Latina e Caribe para dialogarem sobre as diretrizes políticas em torno do tema -; apresentação do Observatório Afro-Latino - um programa virtual de intercâmbio de conteúdos sobre as culturas de comunidades afro-latinas e caribenhas -; além de oficinas de percussão e atividades artísticas. Além de plenárias, conferências, atividades artísticas, shows e workshops.


Os interessados em participar do Encontro de Pensadores e das oficinas de percussão devem se inscrever, a partir da próxima terça-feira [17 de maio] no site www.encontroafrolatino.com. Os ingressos dos shows também devem ser retirados no site e trocados na portaria do Teatro Castro Alves e do Museu Du Ritmo, onde vão acontecer as apresentações artísticas.


Saiba mais no site da Fundação Cultural Palmares - http://www.palmares.gov.br/

Leia também a seguinte matéria: Observatório Afro-Latino - http://www.cultura.gov.br/site/2008/10/20/observatorio-afro-latino/

http://www.cultura.gov.br/site/2010/05/14/politicas-culturais-para-afrodescendentes/

Iº Simpósio – História Política: Da Colonização à República

O Centro Acadêmico de História, União dos Búzios, gestão 2009/2010, convida toda comunidade acadêmica, a participar do Iº Simpósio de História Política. O principal objetivo do simpósio é discutir fases importantes da trajetória política brasileira e baiana no decorrer da história, além de colocar a UNIJORGE (Centro Universitário Jorge Amado) no meio de discussões importantes, como o papel das esquerdas no Brasil e como o poder político atua na área de educação. Acreditando que o único meio de transformação social é investir seriamente na formação de jovens e crianças, de modo que a atual realidade das escolas públicas é de total abandono, se faz necessárias discussões que possam propor mudanças.

Contatos: uniaodosbuzios@gmail.com
Humberto Manoel: 71-81957279
Inscrições: uniaodosbuzios@gmail.com (envie um e-mail com o assunto inscrição no Simpósio com o nome completo e no credenciamento será confirmada a inscrição).
Será realizada inscrições até o dia 26/05 na entrada do Zélia Gattai.

Data: de 25 a 27 de Maio
Horário: das 19h às 22h20min
Local: Auditório Zéllia Gattai - UNIJORGE
Inscrições: R$10,00
Carga Hóraria : 20 horas

Ciclo de Conferências "Que será? O Brasil no século XXI"

                                                   (Click na imagem para ampliá-la)

Colóquio Internacional Aimé Césaire

Colóquio Internacional Africanidades e pensamento negro na Fundação Pedro Calmon, Biblioteca Pública do Estado da Bahia, dia 25 de maio, às 18 horas.
 
Aimé Césaire é um dos mais interessantes poetas vivos pelo mundo afora. Foi ele que, ao lado de Léopold Sédar Senghor, encabeçou o movimento da negritude no final dos anos 30. Aliás, foi ele quem cunhou este termo que passou a ser usado em toda manifestação de afirmação dos negros ao ponto de perder a força original (Césaire queria tirar a palavra de sua condição pejorativa e usá-la ao favor de uma cultura: a cultura das "folhas que resistem ao vento". Em outras palavras: transformar o tabu em totem.)

Assim como seu camarada, Césaire é uma das melhores cabeças que surgiram no século XX.


Deixo aqui a minha homenagem: a tradução de um poema recente, publicado em um livro chamado "Moi, Laminaire". Saravá Césaire (que significa ave caesar)!


Palavra-Macumba


a palavra é mãe dos santos
a palavra é pai dos santos
com a palavra serpente é possível atravessar um rio
povoado de jacarés
me acontece eu desenhar uma palavra no chão
com uma palavra fresca pode-se atravessar o deserto de um dia
existem palavras remo para afastar tubarão
existem palavras iguana
existem palavras sutis essas são palavras bicho-pau
existem palavras de sombra com despertadores em cólera faiscante
existem palavras Xangô
me acontece de nadar malandro nas costas de uma palavra golfinho

le mot est père des saints/ le mot est mère des saints/ avec le mot couresse on peut traverser un fleuve/ peuplé de caïmans/ il m’arrive de dessiner un mot sur le sol/ avec un mot frais on peut traverser le désert/ d’une journée/ il y a des mots bâtons-de-nage pour écarter les squales/ il y a des mots iguanes/ il y a des mots subtils ce sont des mots phasmes/ il y a des mots d’ombre avec des réveils en colère d’étincelles/ il y a des mots Shango/ il m’arrive de nager de ruse sur le dos d’un mot dauphin
(leia mais poemas de aimé césaire aqui: www.salamalandro.redezero.org)

III Seminário Preconceito na Fala, Preconceito na Cor


Aontecerá nos dias 26, 27 e 28 deste mês o III Seminário Preconceito na Fala e na Cor. Será na Casa de Angola, que fica na praça dos Veteranos, Baixa dos Sapateiros, defronte do corpo de Bombeiros. Confira a programação. Informações sobre valor da inscrição pelo e-mail preconceitonafalaenacor@bol.com.br.

PROGRAMAÇÃO
 
Dia 26 de maio de 2010  quarta-feira 

Manhã 
8.30 às  9.30h  Credenciamento / inscrições ouvintes 
9.30 às 11.30 h 
Local - Auditório 
Comunicações Andréia Vieira da Conceição (coord.) e Érica Bastos da Silva: Preconceito lingüístico em classes de jovens e adultos
Irio Rodrigues Almeida: A religião afro-brasileira nos anos iniciais do ensino fundamental 
Deyse Luciano: Remando contra a maré: trabalhando a lei 10639/03 em ambiente escolar majoritariamente evangélico 
Maria da Conceição A. Oliveira: O negro no livro “Etnias Sergipanas”
 
Tarde 
Local: Auditório  14.30 às 16.30h
Mesa Redonda A IRMANDADE DO ROSÁRIO DOS HOMENS PRETOS E A RELIGIOSIDADE
Coordenadora: Profa. MS. Sabrina Gledhill  Ceao/UFBa 
Este negro não se enxerga: Manuel Querino e a luta contra o preconceito      
Anália Santana: A importância das mulheres na Irmandade do Rosário dos Homens Pretos
Taata Anselmo Santos Minatojv: Entendendo o preconceito religioso     
Magnaldo Santos: Candomblé lei 10.639, memória e história afrobrasileira    

Abertura oficial do Seminário. Local: Auditório - 17h -
Boas vindas do Diretor do Centro Cultural Casa de Angola na Bahia:  Dr. Camilo Afonso
Convidada especial: Profa. Dra. Yeda Pessoa de Castro
Palestra O negro e a escolha entre princípios universais e contingências mundanas
                  Prof. Dr. Luis Lindo.  USP
Palestra Não há o que duvidar: o preconceito está no ar 
              Profa. MS. Antonia da Silva Santos - Coordenação Seminário
Homenagem à Irmandade Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos   
Coquetel Exibição de filme angolano 


Dia 27 de maio de 2010  quinta-feira 

Manhã

8.30 às  9.30h  Credenciamento / inscrições ouvintes 
9.30 às 11.30 h 
Local - Auditório 
Comunicações 
Maria Estela Rocha Ramos (coord.): Bairros negros um olhar arquitetônico  Naisa Barbosa Ribeiro: A cor na passarela - novos rumos e caminhos  
Julio Cesar Leal Pereira: Uma proposta de adaptação linguística inclusiva: o caso da atualização da obra de White no Brasil 
Abílio Manuel M. de Mendonça: Preconceito lingüístico na sala de aula de escola pública    
Marcos Rodrigues: A cor dessa cidade  

Tarde 
Local: Sala 1  14.30 às 16.30h
Mesa Redonda ÍNDIOS E NÃO ÍNDIOS NUMA LUTA IGUAL
Coordenador: Prof. MS. Francisco Alfredo Moraes Guimarães UNEB/Ceao-UFBA
Educação e povos indígenas: legislação e experiência com produção de material didático de autoria indígena na Bahia 
Sidney Baconepà Monzilar: Eu sou índio. E daí? 
Vanusa Gabriel Lipu: A mulher indígena 
Fernando Lima: A questão indígena será que ainda temos um aparteid social com um dos povos formadores da nação brasileira?  

Dia 28 de maio de 2010 sexta-feira 

Manhã
 
8.30 às 9.30h  Credenciamento / inscrições ouvintes 
9.30 às 11.30h  
Local: Auditório
Comunicações 
Jaciete B. dos Santos (coord.): Preconceito em relação aos estudantes com deficiência incluídos no contexto universitário 
Mariluce Santana Vida: A construção da identidade africano-brasileira entre jovens negros e negras da Omi-Dudú: referências que consubstanciam a sua formação para o mercado de trabalho a partir da última década do  século XX               
Maria Priscila de Jesus: Práticas educativas do afoxé pomba de malê e suas contribuições com os processos de construções afirmativas da identidade negra
Isabel Leslie F. de Lima: Negritude poética: vivências e escritas em Francisco J. Tenreiro, José Craveirinha e Mário P. Andrade   
Heloisa Helena Vaz da Silva: A Escola como espaço de construção de práticas antirracistas
Tarde  Local: Auditório 14.30 às 16.30h
Mesa Redonda RACISMO E POLITICAS DE IDENTIDADE NA ESCOLA
Coordenadora: Prof. Dra. América L. César/UFBa 
Suzane Lima Costa: Da arte dos linguajamentos nas aldeias                                                      
Terezinha Oliveira Santos: Eu vim aprender o português legítimo: identidades e representações dos sujeitos do ensino e da aprendizagem na educação de jovens e adultos     
Elvina Perpetua R. Almeida: Leitura e escrita como resistência: a escola de um quilombo    
Local: Sala 1  14.30 às 16.30h
Palestra PROGRAMA DE ÍNDIO: AONDE ESTÁ TANTO PRECONCEITO?                  Dra. Denise Veiga Alves - CIMI   

Local: Auditório  17h
Palestra BALANÇO  o que está sendo feito com a lei 10693/03 na Universidade               Prof. Dr. Kabengelê Munanga - USP
Palestra Religião e Escravidão - Diálogo Possível?               Prof. Dr. Sebastião Heber Vieira Costa  UNEB/Faculdade Dois de Julho
18.30  Agradecimentos
             Encerramento
             Exibição de filme angolano
ACESSE: http://www.sinpro-ba.org.br/conteudo.php?ID=1001

Segunda Semana de História de Santo Antônio de Jesus

 Acontecerá em Santo Antônio de Jesus entre os dias 24 e 27 próximos a 2ª Semana de História da Cidade, evento realizado pela Prefeitura Municipal através da Secretaria Municipal de Educação. Será mais um oportunidade para que a comunidade local conheça a história da região. Estão sendo convidados a participarem, professores de História no ensino fundamental e alunos do curso ou dos programas de pós graduação do Campus V da UNEB. As inscrições gratuitas já estão abertas na sede do Mestrado em História Regional, em frente ao Colégio Santo Antônio em horário comercial.
O evento é parte integrante das celebrações pelos 130 anos anos de história da capital do recôncavo. Na oportunidade acontecerá a exibição de filmes históricos sobre a trajetória cultural, política e administrativa do município.
 VEJA A PROGRAMAÇÃO: http://www.mestradohistoria.com.br/imagens_sys/Programacao.pdf
 ACESSE: http://www.mestradohistoria.com.br/

“Áfricas, identidades, diversidade e desafios para a cooperação”


A UFRB convida para os seminário : “Áfricas, identidades, diversidade e desafios para a cooperação”
O seminário será realizado aqui no CAHL_UFRB, em Cachoeira, nos dias 25 e 26 de maio. O tema é Áfricas, identidades, diversidade e desafios para a cooperação. O objetivo do evento é celebrar o dia da África, 25 de maio, data de fundação da Organização da Unidade Africana. criando um espaço de reflexão, diálogo e cooperação entre estudantes e professores, brasileiros e de diferentes países africanos.

NILO ROSA
Presidente da Associação de Pesquisadores Negros da Bahia – APNB

http:// www.apnb.org.br

Contate-nos:
Cels. 9918-4642 e 8784-2923
http://twitter.com/NILOROSASANTOS
http://www.nilorosa.blogspot.com
http://www.nilorosa.pro.br

SEMINÁRIO: GRAMSCI NO LIMIAR DO SÉCULO XXI

 
A Universidade do Estado da Bahia – UNEB, o Grupo de Estudos e Pesquisas História, Sociedade e Educação no Brasil - HISTEDBR, da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, o Museu Pedagógico – MP/UESB e o Grupo de Estudos e Pesquisas História da Educação da Bahia – HISTEDBA pretendem realizar nos dias 31 de maio e 1º de junho um seminário, visando reunir discussões que retomem as reflexões sobre o pensamento de Antonio Gramsci e sua atualidade. O evento acontecerá na UNEB, Campus I, Cabula, Salvador.

Objetivo do Seminário

 
O objetivo é realizar um debate, provocado por interlocutores como Dermeval Saviani, Paolo Nosella, Edmundo Dias e José Claudinei Lombardi que apresentam uma importante trajetória de estudos sobre Gramsci, e outros colegas como Lívia Diana Magalhães, Eurelino Coelho, Wilson Santos, Carlos Zacarias, das Universidades Estaduais Baianas, que propõem estudos cujos temas e problemas, sobretudo de ordem histórica, continuam desafiando a educação, a política, a cultura e a economia brasileira.

Sobre a Inscrição

 
A inscrição como ouvinte é gratuita. Pode ser feita a partir do dia 17/05 no Núcleo de Pesquisa e Extensão (NUPE), do Departamento de Educação, do Campus I, Uneb, Cabula. O interessado deve procurar Zezé, a secretária do NUPE. Também, pode ser realizada no e-mail eventogramsci@yahoo.com.br
É preciso preencher a ficha de inscrição abaixo, que está anexada, e enviá-la para o e-mail eventogramsci@yahoo.com.br  Além disso, o site da Uneb deixará um link a partir do dia 17/05 para realizar a inscrição. Outra opção é fazer a inscrição no primeiro dia do evento, no dia 31 de maio, pela manhã. A primeira palestra “Gramsci e a Educação no Brasil”, de Dermeval Saviani, começará às 09:00h, e as inscrições acontecerão de 08:00 às 09:00h.

Público Alvo:

 
Professores, pesquisadores, alunos de pós-graduação e de graduação e demais membros da comunidade acadêmica.
Data:
31 de maio a 1 de junho
Local:Teatro UNEB, Campus I, Cabula


CONTO COM SEU VOTO!


Editora da UNESP disponibiliza 44 livros para download gratuito e tem planos para 600


História e Comunicação na Nova Ordem Internacional, de Maximiliano Martin Vicente, é um dos 44 livros que a Fundação Editora da Unesp (FEU), em parceria com a Pró-Reitoria de Pós-Graduação da Universidade Estadual Paulista (UNESP), está disponibilizando para download livre a gratuito na Web .
O programa de livre acesso foi lançado em 2009 com de publicação de livros digitais, nas áreas de Ciências Humanas, Ciências Sociais e Aplicadas e Linguística, Letras e Artes.
Com o patrocínio desse Programa, obras selecionadas pelos Conselhos de Programas de Pós-Graduação da Unesp são editadas pelo Selo Cultura Acadêmica da FEU - Coleção de Publicações Digitais da PROPG.
Os primeiros 44 títulos dessa Coleção já estão disponíveis no site www.culturaacademica.com.br e podem ser baixados sem custo algum.
O projeto prevê a publicação de 600 livros nos próximos 10 anos. É o maior projeto de difusão de publicações de uma universidade pública brasileira.
Visite, cadastre-se e faça seus downloads.
 

PROGRAMA NO ESPELHO

 
Lázaro Ramos propõe uma discussão de relação coletiva em seu programa Espelho, que vai ao ar no canal Brasil. Nos episódios de 17 e 24 de maio, Lázaro recebe mulheres e homens, que participaram de programas anteriores sobre o tema relacionamento, para que frente a frente tentem entender o lado do sexo oposto. Será? Bem, só entrando nessa divertida DR, por mais incrível que pareça, pra saber.
 

Apesar das dificuldades, negros conseguiam manter laços de família durante a escravidão


Priscila Muniz Do JC Online 
Publicado em 13.05.2010, às 20h01
Para um negro que vivia no Brasil na época em que vigorou a escravidão, era difícil estabelecer laços familiares, já que seu destino dependia da vontade do proprietário. Apesar das condições adversas, muitas famílias foram formadas, e elas representaram mais uma forma de resistência dos negros às condições de vida às quais eram submetidos. A família negra sob a escravidão foi um dos temas tratados nesta quinta-feira (13) no seminário "Escravidão no Atlântico Sul e a contribuição africana no processo civilizatório brasileiro", pomovido pela Fundação Joaquim Nabuco. O evento, que acontece no Museu do Homem do Nordeste, teve início na quarta-feira (12) e vai até sexta-feira (14).

Para discutir a temática da família negra, foram convidadas três professoras que estudam o assunto: Isabel Cristina dos Reis, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Cristiane Pinheiro Jacinto, do Instituto Federal do Maranhão (IFMA) e Solange Pereira da Rocha, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). As pesquisas das três são baseadas em documentos como registros de batismo, testamentos e inventários dos proprietários de escravos e até processos criminais da época.

As três destacaram as muitas dificuldades para que os negros estabelecessem laços fomais, destacando que a maior parte das relações eram consensuais. "Eles não eram donos de suas vidas. Eles tinham um senhor que a qualquer momento podia vendê-los, enviá-los para outra província, mandar para uma fazenda no interior", afirmou Cristiane Jacinto.

"Havia um número pequeno de negros casados. Mas, entre eles existiam vários tipos de relação: escravos casados com escravos do mesmo proprietário, escravos casados com escravos de diferentes propritários, escravos casados com livres, escravos casados com libertos", explicou Cristiane. A distinção entre livres e libertos é que os libertos eram negros que antes eram escravos e conseguiram a liberdade, enquanto os livres eram normalmente os negros que, por chegarem ao Brasil através do tráfico ilegal, ficavam sob a custódia do governo.


"Imagine uma mulher escravizada casada com um homem livre? Se a esposa fosse vendida, o que ele faria? Há o registro de uma escrava que era vendida sucessivas vezes e em todas as vezes o marido liberto ia junto", contou a pesquisadora. Ela acrescentou que, no Maranhão, o tráfico interprovincial de escravos foi intensificado a partir de 1846, o que tornou ainda mais difícil a manutenção dos laços familiares. "Quando os dois estavam na mesma cidade, ainda era possível manter o vínculo, mas, quando um ficava no Maranhão e o outro era vendido para o Rio de Janeiro, a situação ficava muito complexa".


Solange Rocha ressaltou que era muito comum a separação das famílias na sociedade escravista, mesmo após uma lei de 1869 que proibia a separação. "A gente tem o relato de uma mulher na Paraíba que foi separada de seus filhos e enlouqueceu. Ela não conseguiu superar as perdas", contou. Segundo a pesquisadora, a separação entre a mulher e o companheiro causava um tipo comum de relação familiar durante o período da escravidão. "Havia muitas famílias de mulheres, as chamadas famílias monoparentais. Através de documentos, podemos encontrar essas famílias com até três gerações", destacou.


De acordo com Isabel dos Reis, era comum que, no caso de união entre escravos e libertos, um dos companheiros buscasse a alforria do outro. "Muitas pessoas mantinham uma relação estável, duradoura, e havia o comprometimento de o homem comprar a alforria de sua mulher ou de a mulher comprar a alforria do marido. Com isso, a gente percebe a resistência, a luta para preservar esses laços", afirmou.
assista ao vídeo: http://jc.uol.com.br/canal/cotidiano/pernambuco/noticia/2010/05/13/apesar-das-dificuldades-negros-conseguiam-manter-lacos-de-familia-durante-a-escravidao-221797.php

Ministro anuncia criação de bolsas para negros


São 250 bolsas de pós-graduação para alunos negros ou pardos e um aumento de 200 bolsas do Programa de Iniciação Científica

Agência Brasil | 13/05/2010 12:42


No Dia em que se comemora os 122 anos da Lei Áurea, o ministro da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Eloi Ferreira, anunciou a criação de 250 bolsas de pós-graduação para alunos negros ou pardos e um aumento de 200 bolsas do Programa de Iniciação Científica (Pibic), que passarão de 600 para 800.


O ministro destacou que, apesar de o sistema de cotas não ser obrigatório no Brasil, 91 universidades públicas adotam a reserva de vagas no vestibular para alunos negros.

Ele também anunciou o lançamento de um selo para identificar as instituições de ensino que promovem a Lei nº 10.639, de 2003. O texto tornou obrigatória a inclusão da história do povo negro e suas contribuições culturais, econômicas e sociais para o país no currículo de ensino infantil, fundamental e médio. A entrega dos selos ocorrerá em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra.

Para Eloi Ferreira, as ações divulgadas nesta quinta-feira ajudam a corrigir injustiças e distorções históricas. “A promulgação da Lei Áurea não foi acompanhada de uma inclusão educacional, habitacional e isso faz com que até hoje o negro continue na base da pirâmide social”, afirmou.
O ministro defendeu também a criação do Estatuto de Igualdade Racial, que já foi aprovado pela Câmara e aguarda votação no Senado. “Essa lei será como um segundo artigo da Lei Áurea. Ela garante o respeito às religiões de matriz africana e garante a possibilidade de acesso à terra aos remanescentes quilombolas”, destacou.

Marcio Alexandre M. Gualberto

Quem é de Axé diz que é!
No Censo de 2010 declare seu amor ao seu Orixá
Diga que é do Santo, diga que é do Axé
Pois quem é de Umbanda, quem é de Candomblé
Não pode ter vergonha, tem que dizer que é!!!


PROGRAMA: DEBATES DA TVE - ABOLIÇÃO

O programa Debates da TVE traz neste domigo, as  pesquisadoras da linha de escravidão da UFBA, Luciana Brito e Wlamyra Albuquerque com  o tema abolição.
O programa vai ao ar as 21:00h 
Não percam.

Primeiro Seminário do projeto do Museu Digital da Memória Afro - Brasileira

Breve Histórico  

Aqui segue uma breve descrição de nosso projeto, cuja Home Page, ainda em está em construção, é www.arquivoafro.ufba.br O propósito do primeiro Museu Digital da Memória Afro-Brasileira é disponibilizar e intercambiar cópias de documentos por internet, reunindo num só acervo documental digital os fundos de arquivos relativos aos Estudos Afro-Brasileiros que hoje se acham dispersos em várias instituições e coleções privadas, tanto nacionais como internacionais.
Este projeto se inicia como uma iniciativa de pesquisa e extensão do Programa Fábrica de Idéias, hoje lotado no Centro de Estudos Afro-Orientais/CEAO da UFBA, em parceria com outras universidades nacionais (sobretudo UFPE, UFMA, UERJ e UEFS e estrangeiras, bem como com arquivos e fundos documentais tanto nacionais quanto internacionais. Para tal, contamos ainda com a participação de pesquisadores de outras unidades e instituições, a exemplo da Faculdade de Educação da UFBA, da Universidade Federal do Recôncavo Baiano /UFRB, do Arquivo Histórico de Moçambique (AHM), e o apoio da Associação Brasileira de Antropologia/ABA.
Propor a construção de museu totalmente virtual para o resgate da memória afrobrasileira é também uma estratégia para fomentar a relação entre a Universidade, museus físicos, os centros de pesquisa e a sociedade. Em um sentido mais geral, nosso objetivo é também a criação de melhores condições para a institucionalização e o fortalecimento em nível de pesquisa dos Estudos Étnico-Raciais.
 

Nossos propósitos são: 1. Digitalizar documentação, acervos particulares, inventariar memórias vivas das culturas afro-descendentes;
2. Estimular a produção de tecnologias sociais; e ferramentas interativo-colaborativas que possibilitam ampliar a construção de novas bases de dados e fontes para pesquisadores interessados na temática dos estudos étnicos e africanos e áreas afins;
3.Desenvolver em parceria com diversos arquivos e pesquisadores um ambiente/plataforma, (posteriormente um software para fins educativos) para a preservação de arquivos no Brasil e na África (sobretudo, em Moçambique, Cabo Verde, Guiné Bissau, Angola e Senegal). 
 

Nosso Lema: Generosidade digital, isto é, a idéia de um museu sem dono; Repatriação digital, ou seja, incentivo a que os arquivos retornem a seus locais de origem; Doação digital e preservação da Memória das populações subalternizadas.

 Contato via e-mail (arquivoafro@ufba.br) ou telefone (71) 3283-5509.

"A história do negro no Brasil face a outras leituras“

A  Associação de Pesquisador@ s Negr@s da Bahia – APNB tem o prazer de convidá-l@ para mesa redonda  "A história do negro no Brasil face a  outras leituras“ a ser realizada no CEAO, Largo Dois de Julho, auditório Agostinho da Silva, dia 13 de maio, às 18h.
Coordenador:
Cloves Luis Pereira Oliveira
Participantes:
1-  Wlamyra Ribeiro de Albuquerque
2 - Francisco Carlos Cardoso da Silva
3 - Osmundo Santos de Araujo Pinho
4 -  Nilo Rosa dos Santos
Debatedores:
1 - Jesiel Ferreira de Oliveira Filho
2 - Ana Cláudia Lemos Pacheco

O PAPEL SOCIAL E CULTURAL DA INTERNET


Seminário
O PAPEL SOCIAL E CULTURAL DA INTERNET
01 e 02 de JUNHO - Salvador/BA
Universidade Católica de Salvador.
Av Joana Angélica nº 362 - Nazaré
Inscrições: nucleodialogossociais@gmail.com
I
nvestimento: R$ 30,00

O Significado do 13 de Maio

 
Ricardo Barros Sayeg*
O dia 13 de maio de 1888 marcou oficialmente o fim da escravidão no Brasil, através de uma lei assinada pela Princesa Isabel, durante uma viagem de Dom Pedro II ao exterior. Naquela oportunidade houve uma série de comemorações, principalmente no Rio de Janeiro, capital do Império. Vários ex-escravos saíram às ruas comemorando o feito. É verdade que em várias regiões do país o trabalho escravo persistiu e só foi abolido no início do século XX. Ainda nos dias de hoje, volta e meia a imprensa nos dá informações sobre a existência do trabalho escravo em várias regiões do país.
 O movimento negro, então, resolveu abolir essa data e comemorar a negritude no dia 20 de novembro, denominado Dia da Consciência Negra. Razão mais que justa, pois, de fato, o 13 de maio foi uma data que ocorreu de “cima para baixo”, sem a participação dos principais interessados no tema, apesar de haver no Brasil um movimento abolicionista bem forte naquele período, principalmente nas cidades mais importantes do sudeste do país.
O Dia da Consciência Negra não existe por acaso. Em 20 de novembro de 1695, Zumbi, principal liderança do Quilombo dos Palmares – a maior comunidade formada por escravos fugitivos das fazendas no interior de Alagoas – foi morto em uma emboscada na Serra Dois Irmãos, em Pernambuco, após liderar uma resistência que resultou no início da destruição daquela comunidade. Portanto, comemorar o Dia da Consciência Negra nessa data é uma forma de homenagear e manter viva na memória coletiva essa figura tão importante para a história do Brasil e para o povo negro em especial. Não somente a imagem do líder, mas também a sua importância na luta pela libertação da escravidão e na melhoria das condições de vida para esse povo.
Entretanto o 13 de maio de 1888 também tem seu significado. Liberal, a Princesa Isabel apoiava abertamente o movimento abolicionista. Ela chegou a amparar artistas e intelectuais que atuavam em favor do movimento da abolição da escravidão no Brasil. Muitos desses artistas e intelectuais apoiavam também a criação do sistema republicano no Brasil. Ela chegou a financiar a alforria de alguns escravos e dava guarida a muitos deles na sua casa em Petrópolis.
Joaquim Nabuco, um dos grandes políticos do Império, afirmava que a escravidão no Brasil era "a causa de todos os vícios políticos e fraquezas sociais; um obstáculo invencível ao seu progresso; a ruína das suas finanças, a esterilização do seu território; a inutilização para o trabalho de milhões de braços livres; a manutenção do povo em estado de absoluta e servil dependência para com os poucos proprietários de homens que repartem entre si o solo produtivo".
No dia 13 de maio de 1888 aconteceram as últimas votações de um projeto de abolição da escravidão no nosso país. A regente então, desceu de Petrópolis, cidade serrana, para aguardar no Paço Imperial o momento de assinar a Lei Áurea. Usou uma pena de ouro especialmente confeccionada para a ocasião, recebendo a aclamação do povo do Rio de Janeiro. O Jornal da Tarde, do dia 15 de maio de 1888, noticiou que "o povo que se aglomerava em frente do Paço, ao saber que já estava sancionada a grande Lei, chamou Sua Alteza, que aparecendo à janela, foi saudada por estrepitosos vivas."
É bem verdade que a Abolição da escravidão representou também a queda da monarquia no Brasil. Em 15 de novembro de 1889, o Império sucumbia, principalmente pela falta de apoio político daqueles que até então eram os únicos a sustentarem politicamente o Império: os grandes produtores rurais donos de escravos.
O 13 de maio, entretanto, não deve ser esquecido. Ele tem um lugar de enorme importância na história desse país e do povo brasileiro.

*Ricardo Barros Sayeg é Mestre em Educação, Bacharel em História e Pedagogia pela Universidade de São Paulo e Professor de História do Colégio Paulista.