1824
– Revolta do 3º Batalhão de 1ª Linha, o batalhão dos “Periquitos” com o
assassinato do Comandante das Armas Felisberto Gomes Caldeira (25 de outubro a
3 de dezembro).
1825
– Fuzilamento de Sargento-Mor Sátiro da Cunha, acusado de participar do motim
que resultou na morte do Comandante das Armas (15 de janeiro).
1826
– Revolta de escravos no Cabula, periferia de Salvador, com prisão do “Rei dos
Negros” e morte da “Rainha” que se recusou a render-se (25 de agosto).
1827
– Revolta dos escravos no Cabula e em Armação, termos de Salvador, com saldo de
8 mortos (11 e 12 de março). Revolta dos escravos do rico proprietário Pedro
Rodrigues Bandeira, em Cachoeira, ocasião em que os escravos mataram o feitor e
um seu irmão (22 de março)
1828
– O presidente da província menciona que neste ano ocorreram três rompimentos
da escravaria, sendo o último em dezembro.
1829
– Revolta dos escravos de três engenhos do coronel José Maria de Pina e Mello, em Cotegipe, com três mortes e
incêndio de um dos engenhos ( 26 de outubro). Outra sublevação escrava no
Recôncavo, em novembro. Em fins deste ano os proprietários do Recôncavo fazem
uma representação ao presidente, pedindo o envio de destacamentos militares
para aquela região, com o objetivo de reprimir as constantes revoltas escravas.
1830
– Assassinato do Visconde de Camamú presidente da província da Bahia (28 de
fevereiro). Dezoito a vinte negros invadem e saqueiam lojas no centro da
cidade, se dirigindo em seguida para um armazém de negros novos, onde se lhes ajuntam
mais de cem. Vai ao encalço deles um grupo de 60 praças. Houve luta, sendo
capturados 41 negros e mortos 50 (1º de abril).
1831
– Revolta a bordo da charrua Carioca, com luta entre marinheiros e oficiais (31
de janeiro). Distúrbios anti-lusitanos por ocasião da chegada de notícias
relatando os acontecimentos de 13 de março na Corte do Rio de Janeiro - “Noite das Garrafadas” – tendo esse
movimento, na vanguarda, parte da tropa de 1ª linha; reivindicava-se a demissão
do Comandante das Armas, o Marechal Calado, e do Comandante dos corpos
militares (4 de abril). As inquietações atingem o Recôncavo, principalmente
Cachoeira, Santo Amaro e Maragogipe ( a partir de 6 de abril). Depois do
assassinato de um comerciante brasileiro, seguem-se assassinatos de vários
portugueses e o saque de suas propriedades (13 de abril). Os escravos de Pedro
Rodrigues Bandeira ameaçam romper de novo, o que coloca Cachoeira em
sobressalto (23 de abril). Prisão de Cipriano Barata, João Primo, Barão de
Itaparica e outros, acusados de crimes contra a ordem pública, inclusive a
tentativa de subverter os escravos prometendo-lhes liberdade (28 de abril).
Revolta do Batalhão nº 20 do Piauí, estacionado em Salvador, com adesão do
Batalhão de Artilharia de Linha sediado no Forte de São Pedro, com assalto do
trem militar nos Aflitos; exigi-se a demissão do Comandante das Armas e se
reclamava contra a vida interna da caserna: as revistas, o rancho e o uso dos
pescocilhos de sola (31 de agosto). Primeira revolta federalista, iniciada pelo
Batalhão nº 18, com grande participação de populares vindos do Bairro de Santo
Antônio Alem do Carmo (28 de outubro).
1832
- Segunda revolta federalista, em São Felix, com a participação de diversos
fugitivos procurados por haverem participado da primeira revolta em 31 de
outubro; dirigia o rompimento o Juiz de Paz de São Felix e vereador da Câmara
de Cachoeira, Capitão Bernardo Miguel Guanais mineiro (19 a 24 de fevereiro).
1833
– Prisão de cinco suspeitos de sedição, tentativa de aliciamento rebelde do
Corpo de Artilharia, tentativa de arrombamento da prisão do hospital, intensa
propaganda federalista (? Janeiro). Populares atacam a Companhia de Cavalaria
dos Municipais Permanentes, em Água de Meninos, e ocorrem ajuntamento
“suspeitos” de pessoas em São Caetano e Mangueiras, nos limites da cidade; do
ataque resultam o ferimento grave de um soldado e a prisão de um homem negro e
outro pardo, sendo que um deles já se envolvera na revolta de São Felix (8 e 9
de março). Terceira revolta federalista, partida de um motim penitenciário
entre presos políticos na Fortaleza do Mar, houve bombardeio da cidade durante
três dias por parte dos rebeldes do forte e no interior de Salvador se
verificaram escaramuças entre populares e soldados, prisões e invasões de domicílio
pela soldadesca (26 a 29 de abril).
1834
– Revolta dos Índios de Pedra Branca, vilarejo pertencente á comarca de
Cachoeira, onde cerca de 300 índios se rebelaram contra a ocupação de suas
terras pelos lavradores (?).
1835
– A Revolta do Malês, com a participação de escravos e libertos africanos que
atacaram vários quartéis e rondas de soldados em diversos pontos da cidade,
morrendo durante a luta e repressão mais de 40 negros rebeldes e cerca de 6
soldados (24 a 25 de janeiro).
1836
– A Cemiterada, distúrbios populares contra a criação de um cemitério na
cidade, cujos proprietários teriam o monopólio dos enterros em Salvador por
trinta anos, tirando das Irmandades o direito de fazer sepultamentos em
seus cemitérios particulares e jazigos
de igrejas (25 de outubro).
1837-1838
– A Sabinada, maior de todas as insurreições do período, quando os rebeldes
dominam a cidade de Salvador, obrigando o governo legalista a fugir para o
Recôncavo e posteriormente se instalar na ilha de Itaparica, enquanto durou a
luta (7 de novembro de 1837 a 16 de março de 1838).
Fonte: REIS, João José. A elite baiana face aos movimentos sociais, Bahia: 1824-1840. Revista de História, V.54, ano 27, nº 108, pp. 347-348, out/dez. 1976.