Ensaios foram escritos em 1877, pouco antes da morte do escritor cearense, e teorizam sobre a origem e a extinção da humanidade.
O livro traz textos de Alencar, guardados há mais de 130 anos, que não
haviam sido publicados integralmente ainda. Após três anos de pesquisa
no acervo do Museu Histórico Nacional, a equipe do professor Marcelo
Almeida Peloggio identificou fragmentos e anotações em 11 cadernos do
escritor cearense que compõem dois manuscritos sobre a origem da
humanidade e sua extinção, “Antiguidade da América” e “A raça
primogênita”.
“São textos de caráter antropológico e filosófico, talvez os últimos
escritos de Alencar. Aventam a hipótese de que o homem surgiu na América
e aqui vai se extinguir”, diz Peloggio, coordenador do Grupo de Estudos
José de Alencar da UFC. Os ensaios consideram que o berço da humanidade
seria a América e que o mundo terminaria em uma hecatombe, um grande
massacre, que se passaria no continente.
De acordo com a pesquisa de Peloggio, os escritos foram produzidos entre
setembro e novembro de 1877, pouco antes da morte do escritor, em 12 de
dezembro daquele ano. “Alencar estava debilitado ao fim de sua vida,
mas com uma capacidade de produção incrível”, afirma o pesquisador.
O livro “Antiguidade da América e A raça primogênita”, com manuscritos
inéditos do escritor José de Alencar, será lançado pela Editora
Universidade Federal do Ceará (UFC), na quinta-feira, dia 28 de outubro,
na Livraria Saraiva do Shopping Iguatemi de Fortaleza. O evento irá
acontecer no Espaço Raquel de Queiroz, às 19 horas.