Cirandas em Lambe-Lambe tem por
objetivo a circulação das cantigas populares: “Terezinha de Jesus” e “Pai
Francisco” em feiras livres da cidade de Salvador. Alimentando-se das tradições
as artistas Tacira Coelho e Marie, fazem uma releitura das mesmas, retratando-as
na atualidade.
Por Marie:
“se me disserem que o que eu
faço não é arte, não tem problema, risco a palavra arte e coloco no lugar
política e vai dar no mesmo” Leon Ferrari
“O tempo passou, mas
ainda, no séc. XXI é preciso retornar a certos assuntos. Ainda é uma realidade
as agressões e preconceitos contra a mulher e seu papel na sociedade, bem como
a censura às manifestações artísticas. Nós, enquanto artistas temos a obrigação
de nos posicionarmos e levar até o publico esta reflexão. Cirandas em
lambe-lambe é a concretização, através do teatro em miniatura, deste
pensamento, desta urgência que a humanidade têm em se reciclar, em re-ver os
seus conceitos e pré-conceitos, em olhar de forma mais humana uns para os
outros. E é bebendo nas tradições, nas origens da nossa cultura que pretendo
falar deste presente.”
Por Tacira Coelho:
“Tente mover o mundo: o
primeiro passo será mover a si mesmo” Platão
Quando falamos em arte, pensamos
no encontro entre o artista com sua obra e o público que a recebe. Questiono-me
como fazer com que as minhas ideologias, meus anseios, toquem o espectador.
Bem, escolhi demonstrar esses pensamentos em miniatura. Terezinha de Jesus toca
em um assunto que tem sido muito vivo em mim: A arte do encontro! E apesar de
contar a história entre um homem e uma mulher, retrata a falta de amor nas
relações, falta de respeito pelas condições do outro quando nos deparamos com o
que é diferente de nós. Portanto, resolvi falar do amor, sem denominações!