A Unesp é umas das primeiras
universidades do Brasil a adquirir um software que ajuda a prevenir o
plágio em trabalhos acadêmicos. A ferramenta equipara um determinado
texto a uma base de dados ampla - que inclui milhões de teses e
dissertações, livros, artigos, revistas científicas e sites – para
identificar possíveis imitações de trabalhos já publicados.
O programa é destinado aos professores da instituição, sobretudo aos
que lecionam na pós-graduação, e já está disponível em toda a
Universidade. O software Turnitin, desenvolvido pela empresa americana
IParadigms, não precisa ser instalado no computador. Para acessá-lo, é
necessário um cadastramento com os bibliotecários das unidades, que
fornecerão nome de usuário e senha.
Na prática, o professor submete um texto ao sistema de busca que
verificará possíveis semelhanças com outras publicações. Os trechos
parecidos ou idênticos são destacados em cores, que variam de acordo com
a quantidade de palavras iguais encontradas, frequência e tamanho das
citações e relevância do trecho copiado para o conjunto do trabalho.
Discussão ética
“Essa ferramenta vai ajudar a identificar o plágio, que deve ser coibido”, afirma a pró-reitora de Pesquisa, Maria José Giannini. “O fundamental, entretanto, é intensificar a discussão sobre ética na pesquisa e na conduta profissional.”
Para a bibliotecária Flávia Maria Bastos,
coordenadora da Coordenadoria Geral de Bibliotecas (CGB), ao medir o
“grau de originalidade”, a universidade estimula publicações de
qualidade que acrescentam algo de novo à bibliografia já existente na
área. “O docente consegue, ainda, identificar o tipo de fonte usada,
prevenindo os estudantes de basearem suas pesquisas em trabalhos
desatualizados ou de origem não confiável.”
Acervo em português
“A iniciativa é tomada num momento em que o mundo discute questões
referentes à qualidade e à ética na pesquisa”, declara o professor Carlos Roberto Grandini,
da Comissão de Permanente de Avaliação (CPA). Segundo ele, a ferramenta
também tem um papel didático, já que permite criar salas virtuais de
correção dos arquivos para ensinar os alunos a fazer corretamente uma
citação.
Por enquanto, a maior parte do acervo está em inglês. Os criadores já
trabalham no aperfeiçoamento do programa para ampliar a detecção por
semelhanças em qualquer idioma por meio de traduções automáticas.
Conforme o professor, isso vai tornar inútil a tradução dos trechos
copiados para disfarçar a fraude.
A Unesp também ajudará a abastecer a base de busca com
literatura em língua portuguesa, informa Grandini. “Isso protegerá
nossas pesquisas, que serão indicadas pelo sistema quando alguém no
exterior tentar usá-las indevidamente.”
ACESSE A FONTE: http://unesp.br/noticia.php?artigo=6795