JORNAL DA BAHIA – Quarta-feira, 13 de
fevereiro de 1861.
O Jogo
do Entrudo – Desde o domingo anda por algumas ruas, durante o dia e a noite,
patrulhas de polícia ou de cavalaria para impedirem o selvagem e reprovado
brinquedo de entrudo; mas de que servem elas? O entrudo tem sido jogado em
várias ruas com verdadeiro frenesi e sensível imprudência apesar da proibitiva
presença das patrulhas. Na segunda-feira das 7 para as 8 horas da noite, nas
Portas da Ribeira, as barbas da guarda ali estacionada, jorrava das janelas
água capaz de afogar todas as patrulhas juntas. Na Rua dos Ourives não se podia
passar, porque a água caia em gamelas, não obstante acha-se na quina da mesma
rua encostados com a frente para o Largo de Santa Bárbara dois policiais, dos
quais um era sargento.
Nos
Cais Dourado também cruzava-se as cuias d’água, e na porta do trapiche Barnabé,
havia uma porção de moços imprudentes, contra os quais acabamos de ter mais de
uma queixa, que queriam por força molhar a todos que passavam, e grita um – que era muito mal feito por ele,
subdelegado, tinha sido molhado, portanto todos deviam ser.
Parece
que o homem só foi subdelegado depois de molhado.
Na
Calçada também o houve, e em Itapagipe excedeu todos os limites: não se
satisfaziam em seringar ou em atirar tigelas d’água, perseguiam o pobre
viandante; fosse homem ou criança, e si ele não tomava o expediente de entrar
pelo mar, agarravam-0 e atiravam-no!
E digam
que a polícia empregou os meios.
Que
ordens daria o Senhor Moraes para fazer os seus editais respeitados?
Os dois
primeiros bailes de mascaras, no domingo e na segunda-feira, foram mui pouco
concorridos.
FONTE: JORNAL DA BAHIA – Quarta-feira, 13 de fevereiro de 1861.
Biblioteca Pública do Estado da Bahia
Setor de Jornais e Revistas Raras
FONTE: JORNAL DA BAHIA – Quarta-feira, 13 de fevereiro de 1861.
Biblioteca Pública do Estado da Bahia
Setor de Jornais e Revistas Raras