Exposição - Manuscritos na História

Núcleo de Ação Educativa do Arquivo Público do Estado de São Paulo torna pública  a exposição “Manuscritos na História”, buscando trazer, aos olhos do público, um pouco da história e das mudanças, ao longo do tempo, de documentos produzidos sob a forma manuscrita.
      Os documentos manuscritos fazem parte da História do Brasil e, por muito tempo, foram soberanos no âmbito particular e da administração pública. Dentre uma seara de documentos, num universo de 7 mil metros lineares[*1] disponíveis para consulta, não foi tarefa fácil a seleção daqueles que constituem essa exposição.
      Dividida em dez ambientes, a exposição aborda diversas formas de documentos manuscritos, representativos do ponto de vista historiográfico e, também, do acervo do Arquivo Público do Estado de São Paulo, sendo que algumas salas tratam de tipologias específicas enquanto outras têm um perfil mais genérico.
      Não obstante, com a preocupação de difundir o acervo e algumas possibilidades de uso de documentos de arquivo em sala de aula, disponibilizamos algumas propostas de atividades pedagógicas para serem trabalhadas no âmbito dos ensinos Fundamental e Médio.
 

Definir o que é um documento é uma tarefa complexa e difícil, haja vista as diferentes ciências modernas trabalharem com conceituações muitas vezes distintas e, quiçá, antagônicas. Para a História, o termo “documento” já foi sinônimo de documento escrito, preferencialmente oficial, desde que demonstrada sua veracidade. Através de documentos cartoriais, diplomáticos e estatais era possível escrever a História, a “verdadeira História”, pautada pelos estudos políticos e econômicos.
       No limiar do século XX, porém, a História começou a ampliar seu objeto de análise e, paulatinamente, alterou, também, sua concepção de documento. A partir de então, todo tipo de vestígio da ação humana – canções populares, cartas de amor, retratos, pinturas rupestres, relatos orais – começou a ser reconhecido como um documento. Logo, de forma sucinta, podemos definir um documento como qualquer vestígio deixado pelos homens ao longo do tempo ou então, adotando uma terminologia arquivística, “unidade de registro de informações, qualquer que seja o suporte ou formato” [*1].
       A palavra “manuscrito” é originária do latim manus (mão) scriptu (escrito), cuja tradução seria “escrito à mão”. Esse tipo de documentação se incorporou à História do Brasil a partir da ocupação portuguesa, iniciada oficialmente em 1500. De uso restrito à documentação oficial, devido ao custo da tinta, ao preço do papel e à falta de letramento da sociedade colonial, os documentos manuscritos foram, pouco a pouco, se incorporando ao cotidiano dos brasileiros à medida que se ampliava o acesso à escolarização básica.
       Ofícios, requerimentos, autos, documentos de identificação, testamentos, inventários, atestados, cartas, diários pessoais, agendas, bilhetes, cadernos escolares, post-its, enfim, inúmeros foram e ainda são os tipos de documentos produzidos sob a forma manuscrita, razão pela qual é tão importante a guarda, preservação e divulgação desses documentos, visto que fazem parte não só de nossa história, mas também de nosso cotidiano.
      No limiar do século XXI, em plena era tecnológica, o Núcleo de Ação Educativa objetiva apresentar um tipo de documentação que paulatinamente tem deixado de ser usada, em especial no âmbito da administração pública, mas que ainda hoje tem importância comprobatória e histórica para a sociedade.

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