BIOGRAFIA DE MAHOMMAH G. BAQUAQUA




Fonte:
Revista Brasileira de História, vol. 8, no. 16 (1988).

COMPANHIA DE TEATRO PROCÓPIO FERREIRA - SALVADOR, 1930

Aos três dias do mês de novembro de 1930, procedente de Vitória, aportava em Salvador o navio Jequitinhonha, dentre os demais passageiros estavam: Procópio Ferreira, Regina Maura, Manuel Pêra, Hermila Pêra, Darcy Cazarré, Carlos Machado, José Soares, Albertina Pereira, Jayme Ferreira, Armando Louzada, Abel Pêra, Haydée Jesus Abelha. Todos da Companhia de Teatro Procópio Ferreira.
FONTE: 
Livro de Entrada de Passageiros - Livro 28, 1930, Ago-1931, Jul - Página: 51V

Disponível em:


CONVERSANDO COM PESQUISADORES

"A Conjuração Baiana deixou como legado, entre vários, o inegável e o sofisticado exercício político dos setores médios e baixos..."   



Confira a entrevista concedida pela historiadora Patrícia Valim ao projeto Conversando com Pesquisadores acerca da Conjuração Baiana, que foi seu tema de mestrado e doutorado.
O Conversando com Pesquisadores é um projeto desenvolvido pelo Centro de Memória da Bahia/Fundação Pedro Calmon e tem por fim realizar entrevistas com estudiosos que desenvolvem pesquisa sobre a Bahia para fomentar novas investigações, servir de debate para alunos e professores da rede de ensino bem como suscitar o interesse de um público amplo e diversificado pela nossa História.

Conversando com Pesquisadores é um projeto desenvolvido pelo Centro de Memória da Bahia/Fundação Pedro Calmon/SecultBA que tem por fim realizar entrevistas com estudiosos que desenvolvem pesquisa sobre a Bahia no intuito de fomentar novas pesquisas, servir de estudo para alunos e professores da rede de ensino bem como suscitar o interesse de um público amplo e diversificado pela nossa História.

MATOU, MANDOU MATAR E ANDA MANTANDO



Ele matou o Tenente Francisco de Faro Leitão e o irmão do Capitão Mor Fellipe Luiz de Faro, dele querelou na Bahia.
Ele matou a Manoel Alvares, casado com Dona Clemencia, sobrinha legítima dele S. M.
Ele matou ao Licenciado Julião de Campos pelos seus escravos e resultou ser querelado na Bahia pela mulher.
Ele mandou assaltar a mulher do mesmo Julião por gritar a que del Rei contra ele S. M. e lhe deram muitas pancadas.
Ele matou ao cabra João Pereira seu matador.
Ele matou a Antonio Feliz cabo da quadrilha da cidade.
Ele mandou uma escolta ao Penedo Província de Pernambuco donde houve três mortes.
Ele deu ao pardo Francisco dois matadores para matarem, como mataram o Licenciado Manoel Joaquim nas Laranjeiras.
Ele mandou pegar Antonio dos Santos, filho do Rixoso, lhe deram muitas cutiladas, muitas pancadas, e o assaltaram com calabrote e ficou mortal.
Ele recebeu seis mil cruzados e oitenta mil réis de dois náufragos na perda de duas sumacas na Barra da Cotinguiba, dinheiro de ausentes.
Ele mandou matar a um seu facinoroso com tocaia, estando com um tiro dentro da casa de José Gomes por estar descobrindo as mortes que fez por mandado dele S. M.
Ele mandou matar no Tanque Sujo, a um moço casado com sua sobrinha.
Ele tem tronco em casa donde prende homens forros, tendo carcereiro, que soltando pagam uma pataca dando-lhes primeiro com palmatoria e entre muitos foi Francisco Antonio e Thomas [muito].
Ele finalmente é Senhor de quase todos os bens de ausentes.
Ele conserva muitos matadores, sendo e cabo deles um Domingos Gomes, cujo tem feito mais de vinte mortes para com eles acometer e matar nesta comarca, na de Pernambuco e na da Bahia, sujeitando a cativeiro muitos.
Ele tributa a si os ouvidores desta comarca com dividas e os intimida com jeito tal que admira, e ainda a presença do ouvidor Alvarenga mandou um mulato preso correr as ruas das Laranjeiras com galinha ao pescoço.
Ele acometeu ao ouvidor interino o Capitão Mor Henrique Luiz com treze homens armados na Vila de Santo Amaro o Juiz José de Barros, sobrinho do Axiolis, para não corrigir aquela Vila, o que não conseguiram pela fortaleza daquele Capitão Mor.

Enfim, para recitar todos os seus maus procedimentos parecera coisas inacreditáveis, mais é a mesma verdade.
Fonte: 
Arquivo Público do Estado da Bahia. 
Seção Colonial, maço: 216. 

QUILOMBOS EM SANTO AMARO

Negros dançando. Pintura de Zacharias Wagener

Excelentíssimo Senhor Conde Governador e capitão General
Vejo-me obrigado a por na Respeitável Presença de Vossa Excelência a pública libertinagem e má ordem em que estão os negros e mulatos forros e cativos desta Vila, e fora dela; de forma que tenho passado ao excesso de mandar dar alguns açoites no pelourinho, por querer evitar maior ruína, cujos açoites tem sido com moderação; e como foi sempre inveterado costume nos Juízes ordinários o poder mandar dá-los, e consta-me haver quem se queira opor, quiser a positiva deliberação e ordem de Vossa Excelência ou para obter-me caso assim eu não deva praticar ou para continuar, se eles se não obtiverem igualmente das suas desenvolturas, as quais metem dado motivo a fazer repetidas rondas, fazendo abrir a porta de algumas pessoas onde me noticiam estarem por costume farranchos de negros e mulatos.
Ponho mais na presença de Vossa Excelência, que os poucos marujos que há, me consta estarem refugiados por casa particular de sujeito de respeito, em cuja indagação ando ainda até de ver o meio melhor de os achar. Apenas pude até hoje remeter os do rol junto e fica na diligência de mais. Ponho também na Presença de Vossa Excelência que me faz a bem que Vossa Excelência me ordene, que vá a sua Presença um autor de suspeição de Antonio Muniz de Souza Barreto e outro, com o Juiz ordinário, para a vista deles Vossa Excelência dar a providência, pois não deviam ir ao Juiz do ano passado por não ser este o das suspeições, havendo despacho em contrário como Vossa Excelência verá. Participo mais a Vossa Excelência que por desejar cumprir com os meus deveres, e dar execução as ordens de Vossa Excelência tenho inimigos fortes, que poderão querer inquietar-me, por isso desde já imploro a Proteção de Vossa Excelência a quem devo somente obedecer e aos meus respectivos superiores.
Deus Guarde a Vossa Excelência muitos anos.
Santo Amaro, 26 de março de 1809.
Juiz Ordinário Antonio Joaquim de Magalhães e Castro.
Fonte: 
Arquivo Público do Estado da Bahia. 
Seção Colonial, maço: 216. 
    

EXPOSIÇÃO: GULLAH-BAHIA-ÁFRICA


A exposição possui áudios, documentos e artefatos coletados por Turner em suas viagens ao Brasil, à África e a estados americanos. Há também fotos feitas pelo próprio pesquisador, como as que ilustram essa matéria.
A mostra é uma iniciativa cultural da Missão Diplomática dos Estados Unidos no Brasil e chega a Salvador em uma parceria com a Fundação Pedro Calmon (FPC). “Essa exposição estimula o conhecimento das culturas baiana, africana e americana.

E quando negociávamos a vinda desse acervo, percebemos também que havia um importantíssimo registro sobre a religiosidade de matriz afrobrasileira na Bahia”, diz Zulu Araújo, presidente da FPC.

João José Reis: 'Às vezes, escravidão vira ponto de fuga'

                                                              Foto: Walter de Carvalho.  
Por Regina de Sá

Em 1985, a Unesco apresentava lista de 38 localidades com potencial para serem reconhecidas como Patrimônio da Humanidade. Naquele ano, o Centro Histórico de Salvador  ganharia a atenção global com o título dado pela Unesco. João José Reis, doutor em História pela Universidade de Minnesota (EUA) e professor do Departamento de História da Ufba, defende que o Pelourinho, antigo espaço de castigo público, poderia ganhar muito mais como local de memória se fosse criado um museu da escravidão.

No epicentro do Centro Histórico está o Pelourinho, visitado por turistas do mundo inteiro. Ali, as pessoas buscam diversão, entretenimento e compras. Para o senhor, o Pelourinho perdeu sua identidade?

Não existe identidade fixa, "autêntica", nem de indivíduos, de grupos ou lugares. O Pelourinho não é diferente. Apesar de voltado para o turismo em muitos aspectos, consegue-se ali observar muita manifestação da cultura popular, inclusive no ramo do entretenimento, o que ainda faz daquele um lugar especial. Acho positivo que os tambores do Olodum exorcizem os demônios locais, fazendo desse espaço de tortura pública - e não apenas de tortura de escravos - um ambiente de expressão da liberdade.

Por que a localidade Pelourinho deixou de possuir um pelourinho (artefato) como testemunho de um passado em que nossa sociedade submeteu seres humanos a castigos?

O "artefato" desapareceu muito antes de se ter desenvolvido uma política de memória adequada a uma sociedade mais democrática e inclusiva, que, apesar de tudo, o Brasil vem se tornando. Não acho que seria o caso de se erguer coisa do tipo no atual largo do Pelourinho porque, o local, apesar do nome, em parte descolou sua identidade desse passado, sem que, por outro lado, esse passado esteja encoberto. Outras formas de lembrança da violência na era do antigo regime escravista poderiam ser criadas, como, por exemplo, um museu da escravidão e da resistência escrava.
O senhor julga que há, nessa ausência, uma sutil intenção de nossa sociedade esconder este fato?
A Bahia já não precisa esconder essas coisas para que os ricos e poderosos continuem a mandar, a usufruir de seus privilégios e a fechar os olhos às desigualdades sociais e raciais. Estamos numa era de cinismo galopante, por um lado, mas também de alguma conquista no que diz respeito a uma compreensão mais inteira do passado.

Como as gerações futuras vão entender o que, de fato, ocorreu onde hoje existe o Pelourinho se não são mais visíveis as marcas da escravidão?

Talvez não seja correto dizer que inexistam marcas materiais da escravidão no Pelourinho, porque ali estão casas e igrejas construídas por escravos, e com os lucros da escravidão no Recôncavo e na cidade; lá estão as antigas senzalas urbanas (as chamadas lojas, subsolos dos sobrados e casas), e como contraponto uma igreja erigida por escravos e libertos para abrigar uma irmandade negra, a do Rosário dos Pretos. Não falta então "patrimônio" preservado para se pensar a escravidão. O que precisa é passar adiante essas informações.

O jornalista e escritor Laurentino Gomes, que deverá lançar em 2019 uma trilogia enfocando o tráfico de escravos no Brasil, afirmou que "a escravidão é um cadáver insepulto, um fantasma que nos assombra até hoje porque nos recusamos a encará-lo". Simbolicamente falando, é possível que ainda exista um fantasma insepulto no Largo do Pelourinho?


Laurentino poderá escrever sua versão da história da escravidão porque, nos últimos 20, 30 anos, esse é um dos temas mais estudados pela historiografia brasileira, talvez o mais estudado. Depois da publicação do livro de Laurentino, o fantasma de que ele que fala continuará nos rondando. Já se sabe o suficiente sobre a escravidão para que esse passado passe, mas ele não passará inteiramente enquanto houver o racismo e a desigualdade baseada no perfil racial.

ACESSE A FONTE: 

Revista Brasileira de História (Anpuh) agora tem publicação avançada de artigos


Publicada pela Associação Nacional de História (Anpuh), a Revista Brasileira de História (RBH) adere no seu septuagésimo número a uma nova modalidade de publicar artigos, conhecida como “ahead of print”. Também chamada de publicação avançada de artigos, esta modalidade traz a lume artigos aprovados em ao menos dois pareceres às cegas, que são depois minuciosamente revistos e diagramados. Tão logo possível, se tornam disponíveis, de modo aberto (gratuito),  para download e leitura. Com isto, a RBH dispõe artigos que podem circular livremente de acordo com o interesse que provocam em estudantes, professores, pesquisadores e profissionais da área de História e das Ciências Humanas, afora quem quer que por eles se interesse.

Presente na Scielo desde 13 de novembro, o número 70 será composto gradativamente e, ao ser fechado, terá um dossiê sobre História Agrária, 11 artigos ao todo, uma entrevista com François Hartog e três resenhas.
Celebrando este histórico número 70, novas mudanças virão, a serem divulgadas em breve.

Para chegar até esta marca memorável, a RBH, desde 1981, contou e conta com o serviço de profissionais e o esforço solidário de uma ampla e voluntária equipe, além dos pareceristas, aqui recordados com um muito obrigado!

A coleção integral da RBH encontra-se no portal da Anpuh: http://site.anpuh.org/index.php/2015-01-20-00-01-55/revistas-anpuh/rbh

Para a coleção na Scielo ver aqui: 
Além da Scielo, está também em outros indexadores: Redalyc, Scopus, Thomson.

Instruções aos autores: 

Museu do Alto Sertão da Bahia (MASB)


Sobre o MASB:
Em 2011, a notícia de que pesquisas arqueológicas estavam sendo realizadas no alto sertão da Bahia e de que todo acervo encontrado havia sido destinado para Ilhéus/BA, motivou representantes de diversos setores da cidade de Caetité em prol da construção do Museu do Alto Sertão da Bahia (MASB), não só como instituição que pudesse abrigar o referido acervo arqueológico (que hoje já ultrapassa mais de 50 mil peças), como também atuar a favor da preservação patrimonial, associada à ideia de sustentabilidade e, assim, promover a valorização histórica e o fortalecimento das memórias e identidades da população alto sertaneja. Sendo um museu de território, que nasceu de uma demanda comunitária, hoje o MASB possui dez núcleos museológicos espalhados entre áreas urbanas e rurais dos municípios de sua abrangência até o presente momento: Caetité, Guanambi e Igaporã. 



O MASB está sediado em Caetité, na Casa da Chácara, uma antiga propriedade rural da primeira metade do século XIX, preservada desde a década de 1960 pelo Sr. Deoclídes Pereira de Aguiar e sua família, últimos moradores do imóvel que, de comum acordo, cederem-no ao MASB objetivando uma maior garantia da sua preservação. Atualmente o imóvel está em processo de restauro e conservação, contudo, o MASB, enquanto museu de território, já atua em outras frentes de trabalho no alto sertão baiano.

VI EIHC - ENCONTRO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA COLONIAL



Com o tema Mundos coloniais comparados: poderes, fronteiras e identidades, o VI EIHC celebra seu décimo ano de existência, na cidade de Salvador, promovido pelas Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e Universidade Católica do Salvador (UCSal) – primeira instituição privada a dar assento ao EIHC. O mesmo padrão de qualidade das edições anteriores será mantido ao reunir experts de vários campos da história colonial em conferências, mesas-redondas e simpósios temáticos, além do lançamento de obras publicadas recentes. Desta vez, o encontro conta com mais um espaço, o “Bate-papo com o(a) historiador(a)”, cujo objetivo é aproximar o leitor da trajetória intelectual de consagrados historiadores e historiadoras. Todos(as) os(as) pesquisadores(as), professores(as), estudantes e amantes da História Colonial, e áreas afins, estão convidados(as) a tomar parte nesse grande evento, que ocorrerá, nas dependências do campus da Federação da UCSal, entre os dias 12 e 15 de setembro de 2016.
ACESSE: 

Revista Bahia com História - Inovação, tecnologias e novas abordagens no ensino e aprendizado da História

Por Thiago Souza 
Quando o professor de História, Urano Andrade, criou o blog Pesquisando a História, em 2009, ele tinha em mente dois objetivos: divulgar suas próprias pesquisas e democratizar o acesso a documentações históricas. Para tanto, ele disponibilizou centenas de documentos que versam sobre o Brasil colonial e imperial. A variedade de arquivos engloba desde relatórios, autos e lista de medicamentos, até – literalmente – receita de bolo do século XIX. Ao longo destes seis anos no ar, o blog do professor Urano já foi visitado por quase 480 mil pessoas.

A estatística mostra a força que a internet possui nos dias atuais como fonte de informação e conhecimento da História, além de ser uma eficaz ferramenta de interação entre pesquisadores que buscam conteúdos específicos. No que se refere ao campo da aprendizagem e educação, seja nas tradicionais disciplinas escolares ou acadêmicas, a potencialidade da internet permite acesso a incontáveis bancos de dados que podem favorecer a absorção do ensino.

Tecnologia – A entrada das novas tecnologias facilita a criação de projetos pedagógicos, trocas interindividuais e comunicação à distância, redefinindo o relacionamento estabelecido entre aluno e professor. No entanto, o uso dessas ferramentas em instituições de ensino espalhadas pelo país ainda é um desafio para muitos professores. As dificuldades na utilização das tecnologias educacionais são diversas, podendo ser em relação à falta de recursos tecnológicos de profissionais qualificados ou da reestruturação de políticas educacionais.
Acesse a matéria na íntegra: 


Biblioteca portuguesa de Belém pede apoio

Historiadora Leonor Rendeiro, recupera manuscrito da Biblioteca Fran Paxeco
Gabriela de Azevedo, Estado de São Paulo. 
Mais de 400 volumes de obras raras. Difíceis de encontrar em qualquer lugar do mundo. Livros do século 16, escritos em latim. Religião, história e cultura em milhões de páginas prensadas em papel de trapo. Vieram da Europa há mais de 100 anos, relíquias trazidas por portugueses que se estabeleceram em Belém do Grão-Pará, hoje a capital paraense, Belém.
A cidade abriga a biblioteca Fran Paxeco, patrimônio do Grêmio Literário Recreativo Português (GLRP), um clube local criado por imigrantes portugueses há 148 anos. Ao todo, são aproximadamente 35 mil itens entre periódicos, livros e manuscritos. É possível encontrar várias edições da Bíblia, um livro de Maquiavel e a coleção mais completa do mundo das obras de Camilo Castelo Branco, que inclui a primeira edição do clássico Amor de Perdição.
Para a bibliotecária Nazaré Góes, trabalhar rodeada desses títulos é uma viagem no tempo. "Estou há 23 anos aqui e tudo me remete ao passado. Infelizmente, desde que entrei obras já se perderam, mas o que temos hoje é um tesouro. Aqui sei que consigo um mundo de informações que podem ajudar muita gente. Recebemos pessoas de outros países, vez ou outra, para fazer pesquisas. Eles conhecem mais esse lugar do que quem mora aqui", comenta.
Mas cuidar dos valorosos livros dá bastante trabalho e há três meses Nazaré ganhou o reforço da bibliotecária Ellen Rodrigues. "Quando entrei me encantei, não fazia ideia do quanto de história temos guardado. Os mais antigos em latim ainda, com temas religiosos. Muitos livros encadernados juntos. Já achei 16 livros em um volume só. Os manuscritos também são incríveis, são correspondências entre a população daqui e o governo português, no tempo do Brasil Colônia, que falam já do medo da nossa famosa Revolução Cabana", conta.
Há um livro chamado Philia, de 1528, todo escrito em latim, que não foi encontrado em nenhuma das pesquisas bibliográficas realizadas pelas bibliotecárias, e a probabilidade de ser único no mundo é grande.
Mas, para guardar tantas raridades, é preciso investimento. "É o que estamos buscando hoje, apoio para garantir que essas obras sejam restauradas. Adequar essa biblioteca requer um alto investimento, mas é necessário porque resgatar essa biblioteca é resgatar a cultura portuguesa e brasileira também. Isso significa um resgate histórico e cultural", afirma o presidente da Diretoria Executiva do GLRP, Mário Paiva.
A biblioteca é o terceiro mais antigo gabinete de leitura portuguesa do Brasil. Antes dele foram abertos um no Rio e outro na Bahia. Atualmente, a Associação dos Amigos dos Arquivos Públicos do Pará (Arquipep) faz um trabalho inicial de conservação. "Já há um projeto para buscar o selo da Lei Rouanet no Ministério da Cultura, que estamos aguardando aprovação. Ele é para conseguirmos incentivo financeiro e recuperar as obras raras, a Coleção Camiliana e alguns periódicos. Além de recuperar, faremos conservação, acondicionamento, climatização, digitalização e proporcionaremos o acesso do material online. Mas de fato a biblioteca inteira é um tesouro que precisa de cuidados", explica a diretora executiva da Arquipep, especialista em preservação de patrimônio, Ethel Valentina Soares.
A historiadora da associação, Loren Rendeiro, vem trabalhando no restauro de alguns manuscritos. "Estamos trabalhando ainda apenas com os manuscritos. Naquela época se escrevia com uma tinta metaloácida, que com o tempo entra em oxidação, enferruja mesmo. É um trabalho cuidadoso, que leva tempo. Algumas páginas foram destruídas por insetos e então precisamos fazer nivelamento, preenchimento com papel japonês para dar sustentação. É um serviço muito bonito de recuperação da história que não podemos deixar de lado, a nossa", diz.

O projeto custa cerca de R$ 2,8 milhões e tem previsão para ser executado em três anos e meio. "O acervo dessa biblioteca é valioso, existe um livro aqui que eu considero inestimável, mas não revelo o nome. Temos uma parte interessantíssima da História do Brasil em nossas mãos, livros portuários, registros da entrada dos judeus marroquinos, livros do berço das artes gráficas, encadernações raras, cartas, jornais, revistas. Tudo precisa ser muito bem conservado para não deixarmos o tempo destruir esses bens. Aliás, o tempo tem sido generoso por manter ainda em bom estado a maioria dessas obras", completa Ethel.
Acesse a fonte: 

TRÁFICO DE ESCRAVOS E ESCRAVIDÃO NA BAHIA NO SÉCULO XIX - JOÃO JOSÉ REIS

“Tráfico de Escravos e Escravidão na Bahia no século XIX” é o tema da palestra que será pronunciada pelo professor doutor João José Reis (Ufba), no dia 13 de outubro, terça-feira, às 18h, no Palacete das Artes (equipamento vinculado ao IPAC/SecultBA). 
O premiado autor de “A morte é uma festa” e “O Alufá Rufino: tráfico, escravidão e liberdade no Atlântico negro” fará um apanhado a respeito do tráfico transatlântico de escravos e da escravidão na Bahia, com ênfase no século XIX, quando serão discutidos temas como número dos africanos traficados, trabalho, relações senhor-escravo, alforria e resistência escrava.

O evento integra o projeto #MusEuCurto #MusEuCurtoArte, de dinamização artística de museus, realizado pelo Instituto do Patrimônio Artístico Cultural (IPAC) e Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB), unidades da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA).
Esta será a quinta ação de desdobramento da exposição Bahia é África Também – Coleção Claudio Masella (recorte do acervo pertencente ao Solar Ferrão/Dimus), no Palacete das Artes. Além da itinerância de um segmento da coleção, a FUNCEB vem buscando despertar a atenção do público para a relação entre o acervo com matriz africana e linguagens artísticas desenvolvidas por agentes culturais da Bahia.

O primeiro encontro, no dia 29 de agosto, recebeu a professora Lisa Earl Castillo para falar sobre “Contatos entre a África e a Bahia no século XIX: viajantes atlânticos do terreiro da Casa Branca”; no segundo, dia 10 de setembro, a professora Yeda Castro discutiu “A nossa língua africana”; e o terceiro, realizado no dia 19 de setembro, reuniu atores, diretores e produtores para debater “O universo Afrodescendente no Teatro Baiano”, e o quarto, dia 3 de outubro tratou do surgimento do samba na Bahia e influência das matrizes africanas”.
ACESSE A FONTE NA ÍNTEGRA: 

NOVOS ACERVOS SÃO SELECIONADOS PARA O PROGRAMA MEMÓRIA DO MUNDO DA UNESCO


O Comitê Nacional do Brasil do Programa Memória do Mundo da UNESCO (MoWBrasil), reunido na sede do Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro, nos dias 22 e 23 de setembro, selecionou dez candidaturas, dentre as trinta habilitadas apresentadas ao Comitê Nacional em atendimento a convocação do Edital do ano de 2015, para inscrição no Registro Nacional do Programa Memória do Mundo da UNESCO.
A validação destas nominações se dará por Portaria do Senhor Ministro da Cultura publicada em Diário Oficial. Os representantes das instituições custodiadoras dos acervos nominados receberão seu certificado de inscrição no Registro Nacional do Brasil do programa Memória do Mundo da UNESCO, em cerimônia programada para ocorrer no dia 10 de dezembro de 2015, às 17h, na sede do Arquivo Nacional (Praça da República, nº 173 – Centro – Rio de Janeiro – RJ), na qual estarão presentes os membros do Comitê, os representantes das instituições contempladas, representantes da UNESCO e outros convidados.
O Programa Memória do Mundo, criado em 1992, é uma iniciativa do Ministério da Cultura em conjunto com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), e reconhece documentos, arquivos e bibliotecas de grande valor internacional, regional e nacional. Seu objetivo é preservar e difundir amplamente esse acervo, buscando impedir que o patrimônio da humanidade seja esquecido. Além disso, o programa facilita a preservação desses documentos e seu acesso, contribuindo, assim, para despertar a consciência coletiva do patrimônio documental da Humanidade.

As candidaturas selecionadas foram:

I . Acervo da Comissão Construtora da Nova Capital - Belo Horizonte (1892-1903), apresentado conjuntamente pelo Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte - APCBH/FMC, pelo Museu Histórico Abílio Barreto - MHAB/FMC e pelo Arquivo Público Mineiro – APM.
II. Arquivo da Secretaria de Governo da Capitania de São Paulo (1611-1852), apresentado pelo Arquivo Público do Estado de São Paulo.
III. Arquivo Pessoal Rubens Gerchman (1942-2008), apresentado pelo Instituto Rubens Gerchman.
IV. Cultura e Opulência do Brasil, De André João Antonil, apresentado pela Fundação Biblioteca Nacional.
V. Decisões que Marcaram Época: A Caminhada do Poder Judiciário no Reconhecimento de Direitos Sociais aos Homossexuais, apresentado pela Justiça Federal de 1º Grau no Rio Grande do Sul – Seção Judiciária do RS (SJRS).
VI. Iconografia do Rio de Janeiro na Coleção Geyer (séculos XVI a XIX), apresentada conjuntamente pela Casa Geyer e Museu Imperial / IBRAM.
VII. Partituras - Obras de Heitor Villa-Lobos (1901-1959), apresentadas pelo Museu Villa-Lobos / IBRAM.
VIII. Processos Judiciais Trabalhistas: Doenças Ocupacionais na Mineração em Minas Gerais – Dissídio Individuais e Coletivos (1941-2005), apresentados pelo Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região – Minas Gerais.
IX. Registros Fotográficos Oficiais das Intervenções Urbanas na Cidade do Rio de Janeiro (1900-1950), apresentados pelo Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro.

X. República e Positivismo: A Produção Intelectual da Igreja Positivista do Brasil, apresentado pela Igreja Positivista do Brasil (IPB).
FONTE: 

III SEMINÁRIO ESTUDOS DA BAHIA - PESQUISA, ENSINO E EXTENSÃO UNIVERSITÁRIAS

Entre os dias 26 e 27 de outubro de 2015, o Grupo de Pesquisa Cultura, Sociedade e Linguagem realizará o seu III Seminário no DCH VI, na cidade de Caetité/BA. Este evento tem a perspectiva de promover encontros entre a comunidade acadêmica e local, favorecer trocas e intercâmbios dentro e fora da universidade e suscitar reflexões sobre questões conjunturais. Atividades como mesas, oficinas e sessões interativas estão afinadas com demandas prementes do nosso meio, assim como possibilitam a partilha de aprendizados e a soma de experiências.
Desejamos a todos as nossas Boas Vindas!


CONVERSANDO COM SUA HISTÓRIA: MOVIMENTOS REBELDES NA BAHIA DAS REGÊNCIAS

Resumo:
No período das regências (1831-1840), muitos movimentos rebeldes agitaram a vida pública das mais importantes cidades do Império. Concomitantemente, houve o surgimento de jornais, panfletos e associações políticas e econômicas que tiveram o papel de aglutinar pessoas em torno dos discursos de rebeldia.

A Cidade da Bahia e o Recôncavo estiveram entre as regiões mais afetadas por movimentos rebeldes de diversos tipos - a exemplo da Sabina (1837-1838) - muitos dos quais sustentaram a bandeira do federalismo tão divulgado na imprensa.
Esta palestra apresenta uma visão de conjunto desse contexto rebelde, revelando conjunturas, personagens e suas mudanças de postura em torno da questão política provincial e imperial no período em questão.


Vinícius Mascarenhas de Oliveira é mestre em História pela Universidade Federal da Bahia, onde desenvolveu pesquisas sobre a ação dos federalistas na Bahia que culminaram na dissertação denominada "Federalistas na Bahia: trajetórias, ideias, sociedades e movimentos (1831-1838)". Atualmente é professor da Ucsal e das redes estadual e municipal.

Conversando com sua História: “Arquivos baianos como espaço de memória do tráfico negreiro”



Resumo

A História do tráfico atlântico de escravos encontra-se registrada nos diversos Arquivos Baianos. Dentre os principais repositórios dessas fontes estão o Arquivo Público do Estado da Bahia, Arquivo Histórico Municipal de Salvador e Arquivo Histórico da Santa Casa de Misericórdia da Bahia.

Essa documentação encontra-se dispersa nessas instituições e ao longo do tempo vem fundamentando a produção de monografias, dissertações, teses e livros no Brasil e no exterior.

Agregando informações sobre esses arquivos, esta palestra apresenta algumas experiências de pesquisas, com essa documentação, que contribuem com a preservação da memória do tráfico de escravos na América e, especialmente, na Bahia.

Urano Andrade é formado em História pela Universidade Católica do Salvador, partícipe da linha de pesquisa Escravidão e Invenção da Liberdade da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Atualmente integra o projeto de digitalização dos Livros de Notas do Arquivo Público do Estado da Bahia (APEB).

Cândido Domingues é mestre em História pela Universidade Federal da Bahia, aonde realizou a pesquisa “perseguidores da espécie humana: capitães negreiros da cidade da Bahia na primeira metade do século XVIII. Atualmente é professor da Universidade do Estado da Bahia (UNEB).

Atenciosamente,
Centro de Memória da Bahia
Fundação Pedro Calmon - Centro de Memória e Arquivo Público da Bahia
Secretaria de Cultura do Estado da Bahia
Governo do Estado da Bahia

(71) 3117-6067

CONVERSANDO COM SUA HISTÓRIA


Centro de Memória da Bahia convida para a palestra "“Pelo Risco que lhe vai correndo no dito navio de mar e fogo e corsário”: Bahia e Holanda no Tráfico atlântico de escravos", que será proferida pelo professor Cândido Domingues (UNEB), no curso Conversando com a sua História, em 21 de setembro, mês dedicado a discussão do tema Trafico de escravos, organizado pelo Centro de Memória da Bahia/FPC.
Data: 21 de setembro
Horário: 17 horas

Local: na sala Kátia Mattoso - auditório da Biblioteca Pública do Estado da Bahia.

Eleições do Conselho Nacional de Política Cultural


A Representação Regional Bahia e Sergipe do Ministério da Cultura realizará no dia 12 de setembro de 2015, a Etapa Estadual das Eleições do Conselho Nacional de Política Cultural (CNCP), na Biblioteca Pública do Estado da Bahia, situada nos Barris.

O evento apresenta-se como uma oportunidade decisiva para definir a quantidade de delegados baianos para os fóruns nacionais, inclusive na área de ARQUIVOS.

Em anexo, segue o release com vistas à ampla divulgação e mobilização dos profissionais que trabalham e utilizam os ARQUIVOS. O encontro será decisivo para assegurar um maior número de representantes setoriais da Bahia! 

Todas as informações também encontram-se na página no Facebook  MinC Bahia e Sergipe link: https://goo.gl/hi2m9u
Para ter mais informação sobre como funciona o CNPC, acesse a plataforma: www.cultura.gov.br/votacultura
Acesse as redes sociais do Minc Bahia e Sergipe e ajude a divulgar esse processo democrático:
facebook : MinC Bahia e Sergipe https://goo.gl/hi2m9u
instagram: Minc Bahia e Sergipe

whatsapp: (71) 83661090 

As inscrições na plataforma digital do processo eleitoral para os Colegiados Setoriais e o Plenário do Conselho Nacional de Políticas Culturais (CNPC) encontram-se abertas até o dia 26 de setembro de 2015.
Os interessados poderão se inscrever para votar ou se candidatar nos seguintes Colegiados: Arquitetura e Urbanismo; ARQUIVOS; Arte Digital; Artes Visuais; Artesanato; Circo; Culturas Afro-Brasileiras; Culturas Populares; Dança; Design; Literatura, Livro e Leitura; Moda; Música; Patrimônio Imaterial; Patrimônio Material e Teatro.
Para tirar dúvidas sobre o processo eleitoral, a coordenação do CNPC do Ministério da Cultura oferece uma série de canais. A plataforma digital dispõe de Fale Conosco; a Secretaria de Articulação Institucional (SAI) do MinC também atende demandas pelas redes sociais (Facebook eTwitter) e por meio do aplicativo de celular WhatsApp, número (61) 9241-0630, e para atendimento por telefone por (61) 2024-2186.

Confira o calendário de encontros estaduais – CNPC 

9 de setembro – Brasília (DF) / Vitória (ES) / Teresina (PI)
10 de setembro – São Luís (MA)
11 de setembro – Curitiba (PR) / Recife (PE) / Fortaleza (CE)
14 de setembro – Cuiabá (MT)
16 de setembro – Goiânia (GO) / Belém (PA) / Palmas (TO)
17 de setembro – Belo Horizonte (MG) / Macapá (AP)
18 de setembro – Rio de Janeiro (RJ) / Maceió (AL)
19 de setembro – Campo Grande (MS) / Florianópolis (SC)
23 de setembro – Aracaju (SE) / Campina Grande (PB) / Rio Branco (AC)
25 de setembro – Porto Velho (RO) / São Paulo (SP) / Boa  Vista (RR)
26 de setembro – Manaus (AM) / Porto Alegre (RS)

Fonte: 

AVENIDA 7 DE SETEMBRO: 100 ANOS DE HISTÓRIA

A mostra Expo 100 Anos da Avenida Sete comemora o centenário da via pública, que completa 100 anos no dia 7 de setembro. A exposição, cuja curadoria é de Nelson Cadena, reúne 40 painéis temáticos que registram imagens antigas, assim como textos que abordam diversos momentos da Avenida. 
 As imagens foram selecionadas dos acervos de Marisa Vianna, Nelson Cadena, Fundação Gregório de Mattos e Museu Tempostal, com programação visual do designer Mauro Ybarros.  A abertura da mostra acontece hoje (1/9), às 19h, com apresentação do Bahia Brass – quinteto de sopro do Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia (Neojiba). O projeto da exposição abrange, ainda, três palestras que acontecem nos dias 22, 23 e 24 de setembro, às 10h30, na Caixa Cultural.

FONTE: A NOTÍCIA, 9 DE SETEMBRO DE 1915 
Serviço: Caixa Cultural Salvador (Rua Carlos Gomes, 57, Centro/3421-4200). De terça a domingo, das 9h às 18h. Até 30/9.