BIOGRAFIA DE MAHOMMAH G. BAQUAQUA
Fonte:
Revista Brasileira de História, vol. 8, no. 16 (1988).
COMPANHIA DE TEATRO PROCÓPIO FERREIRA - SALVADOR, 1930
Aos
três dias do mês de novembro de 1930, procedente de Vitória, aportava em
Salvador o navio Jequitinhonha, dentre os demais passageiros estavam: Procópio
Ferreira, Regina Maura, Manuel Pêra, Hermila Pêra, Darcy Cazarré, Carlos
Machado, José Soares, Albertina Pereira, Jayme Ferreira, Armando Louzada, Abel
Pêra, Haydée Jesus Abelha. Todos da Companhia de Teatro Procópio Ferreira.
FONTE:
Livro de Entrada de Passageiros - Livro 28, 1930, Ago-1931, Jul - Página: 51V
Disponível
em:
CONVERSANDO COM PESQUISADORES
"A Conjuração Baiana
deixou como legado, entre vários, o inegável e o sofisticado exercício político
dos setores médios e baixos..."
Confira a entrevista concedida
pela historiadora Patrícia Valim ao projeto Conversando com Pesquisadores
acerca da Conjuração Baiana, que foi seu tema de mestrado e doutorado.
O Conversando com Pesquisadores
é um projeto desenvolvido pelo Centro de Memória da Bahia/Fundação Pedro Calmon
e tem por fim realizar entrevistas com estudiosos que desenvolvem pesquisa
sobre a Bahia para fomentar novas investigações, servir de debate para alunos e
professores da rede de ensino bem como suscitar o interesse de um público amplo
e diversificado pela nossa História.
Acesse: https://goo.gl/n6ZMc9
Conversando com Pesquisadores é
um projeto desenvolvido pelo Centro de Memória da Bahia/Fundação Pedro
Calmon/SecultBA que tem por fim realizar entrevistas com estudiosos que
desenvolvem pesquisa sobre a Bahia no intuito de fomentar novas pesquisas, servir
de estudo para alunos e professores da rede de ensino bem como suscitar o
interesse de um público amplo e diversificado pela nossa História.
MATOU, MANDOU MATAR E ANDA MANTANDO
Ele
matou o Tenente Francisco de Faro Leitão e o irmão do Capitão Mor Fellipe Luiz
de Faro, dele querelou na Bahia.
Ele
matou a Manoel Alvares, casado com Dona Clemencia, sobrinha legítima dele S. M.
Ele
matou ao Licenciado Julião de Campos pelos seus escravos e resultou ser
querelado na Bahia pela mulher.
Ele
mandou assaltar a mulher do mesmo Julião por gritar a que del Rei contra ele S.
M. e lhe deram muitas pancadas.
Ele
matou ao cabra João Pereira seu matador.
Ele
matou a Antonio Feliz cabo da quadrilha da cidade.
Ele
mandou uma escolta ao Penedo Província de Pernambuco donde houve três mortes.
Ele deu
ao pardo Francisco dois matadores para matarem, como mataram o Licenciado
Manoel Joaquim nas Laranjeiras.
Ele
mandou pegar Antonio dos Santos, filho do Rixoso, lhe deram muitas cutiladas,
muitas pancadas, e o assaltaram com calabrote e ficou mortal.
Ele
recebeu seis mil cruzados e oitenta mil réis de dois náufragos na perda de duas
sumacas na Barra da Cotinguiba, dinheiro de ausentes.
Ele
mandou matar a um seu facinoroso com tocaia, estando com um tiro dentro da casa
de José Gomes por estar descobrindo as mortes que fez por mandado dele S. M.
Ele
mandou matar no Tanque Sujo, a um moço casado com sua sobrinha.
Ele tem
tronco em casa donde prende homens forros, tendo carcereiro, que soltando pagam
uma pataca dando-lhes primeiro com palmatoria e entre muitos foi Francisco
Antonio e Thomas [muito].
Ele
finalmente é Senhor de quase todos os bens de ausentes.
Ele
conserva muitos matadores, sendo e cabo deles um Domingos Gomes, cujo tem feito
mais de vinte mortes para com eles acometer e matar nesta comarca, na de
Pernambuco e na da Bahia, sujeitando a cativeiro muitos.
Ele
tributa a si os ouvidores desta comarca com dividas e os intimida com jeito tal
que admira, e ainda a presença do ouvidor Alvarenga mandou um mulato preso correr
as ruas das Laranjeiras com galinha ao pescoço.
Ele
acometeu ao ouvidor interino o Capitão Mor Henrique Luiz com treze homens armados
na Vila de Santo Amaro o Juiz José de Barros, sobrinho do Axiolis, para não
corrigir aquela Vila, o que não conseguiram pela fortaleza daquele Capitão Mor.
Enfim,
para recitar todos os seus maus procedimentos parecera coisas inacreditáveis,
mais é a mesma verdade.
Fonte:
Arquivo Público do Estado da Bahia.
Seção Colonial, maço: 216.
QUILOMBOS EM SANTO AMARO
Negros
dançando. Pintura de Zacharias Wagener
Excelentíssimo Senhor Conde Governador e capitão General
Vejo-me
obrigado a por na Respeitável Presença de Vossa Excelência a pública
libertinagem e má ordem em que estão os negros e mulatos forros e cativos desta Vila, e fora dela; de forma que tenho passado ao excesso de mandar dar alguns
açoites no pelourinho, por querer evitar maior ruína, cujos açoites tem sido
com moderação; e como foi sempre inveterado costume nos Juízes ordinários o
poder mandar dá-los, e consta-me haver quem se queira opor, quiser a positiva
deliberação e ordem de Vossa Excelência ou para obter-me caso assim eu não deva
praticar ou para continuar, se eles se não obtiverem igualmente das suas
desenvolturas, as quais metem dado motivo a fazer repetidas rondas, fazendo
abrir a porta de algumas pessoas onde me noticiam estarem por costume farranchos
de negros e mulatos.
Ponho
mais na presença de Vossa Excelência, que os poucos marujos que há, me consta
estarem refugiados por casa particular de sujeito de respeito, em cuja
indagação ando ainda até de ver o meio melhor de os achar. Apenas pude até hoje
remeter os do rol junto e fica na diligência de mais. Ponho
também na Presença de Vossa Excelência que me faz a bem que Vossa Excelência me
ordene, que vá a sua Presença um autor de suspeição de Antonio Muniz de Souza
Barreto e outro, com o Juiz ordinário, para a vista deles Vossa Excelência dar
a providência, pois não deviam ir ao Juiz do ano passado por não ser este o das
suspeições, havendo despacho em contrário como Vossa Excelência verá. Participo
mais a Vossa Excelência que por desejar cumprir com os meus deveres, e dar
execução as ordens de Vossa Excelência tenho inimigos fortes, que poderão
querer inquietar-me, por isso desde já imploro a Proteção de Vossa Excelência a
quem devo somente obedecer e aos meus respectivos superiores.
Deus
Guarde a Vossa Excelência muitos anos.
Santo
Amaro, 26 de março de 1809.
Juiz
Ordinário Antonio Joaquim de Magalhães e Castro.
Fonte:
Arquivo Público do Estado da Bahia.
Seção Colonial, maço: 216.
EXPOSIÇÃO: GULLAH-BAHIA-ÁFRICA
A exposição possui áudios,
documentos e artefatos coletados por Turner em suas viagens ao Brasil, à África
e a estados americanos. Há também fotos feitas pelo próprio pesquisador, como
as que ilustram essa matéria.
A mostra é uma iniciativa
cultural da Missão Diplomática dos Estados Unidos no Brasil e chega a Salvador
em uma parceria com a Fundação Pedro Calmon (FPC). “Essa exposição estimula o
conhecimento das culturas baiana, africana e americana.
E quando negociávamos a vinda
desse acervo, percebemos também que havia um importantíssimo registro sobre a
religiosidade de matriz afrobrasileira na Bahia”, diz Zulu Araújo, presidente
da FPC.
João José Reis: 'Às vezes, escravidão vira ponto de fuga'
Foto: Walter de Carvalho.
Por Regina de Sá
Em 1985, a Unesco apresentava
lista de 38 localidades com potencial para serem reconhecidas como Patrimônio
da Humanidade. Naquele ano, o Centro Histórico de Salvador ganharia a atenção global com o título dado
pela Unesco. João José Reis, doutor em História pela Universidade de Minnesota
(EUA) e professor do Departamento de História da Ufba, defende que o
Pelourinho, antigo espaço de castigo público, poderia ganhar muito mais como
local de memória se fosse criado um museu da escravidão.
No
epicentro do Centro Histórico está o Pelourinho, visitado por turistas do mundo
inteiro. Ali, as pessoas buscam diversão, entretenimento e compras. Para o
senhor, o Pelourinho perdeu sua identidade?
Não existe identidade fixa,
"autêntica", nem de indivíduos, de grupos ou lugares. O Pelourinho
não é diferente. Apesar de voltado para o turismo em muitos aspectos,
consegue-se ali observar muita manifestação da cultura popular, inclusive no
ramo do entretenimento, o que ainda faz daquele um lugar especial. Acho
positivo que os tambores do Olodum exorcizem os demônios locais, fazendo desse
espaço de tortura pública - e não apenas de tortura de escravos - um ambiente
de expressão da liberdade.
Por
que a localidade Pelourinho deixou de possuir um pelourinho (artefato) como
testemunho de um passado em que nossa sociedade submeteu seres humanos a
castigos?
O "artefato"
desapareceu muito antes de se ter desenvolvido uma política de memória adequada
a uma sociedade mais democrática e inclusiva, que, apesar de tudo, o Brasil vem
se tornando. Não acho que seria o caso de se erguer coisa do tipo no atual
largo do Pelourinho porque, o local, apesar do nome, em parte descolou sua
identidade desse passado, sem que, por outro lado, esse passado esteja
encoberto. Outras formas de lembrança da violência na era do antigo regime
escravista poderiam ser criadas, como, por exemplo, um museu da escravidão e da
resistência escrava.
O
senhor julga que há, nessa ausência, uma sutil intenção de nossa sociedade
esconder este fato?
A Bahia já não precisa esconder
essas coisas para que os ricos e poderosos continuem a mandar, a usufruir de
seus privilégios e a fechar os olhos às desigualdades sociais e raciais.
Estamos numa era de cinismo galopante, por um lado, mas também de alguma
conquista no que diz respeito a uma compreensão mais inteira do passado.
Como
as gerações futuras vão entender o que, de fato, ocorreu onde hoje existe o
Pelourinho se não são mais visíveis as marcas da escravidão?
Talvez não seja correto dizer
que inexistam marcas materiais da escravidão no Pelourinho, porque ali estão
casas e igrejas construídas por escravos, e com os lucros da escravidão no Recôncavo
e na cidade; lá estão as antigas senzalas urbanas (as chamadas lojas, subsolos
dos sobrados e casas), e como contraponto uma igreja erigida por escravos e
libertos para abrigar uma irmandade negra, a do Rosário dos Pretos. Não falta
então "patrimônio" preservado para se pensar a escravidão. O que
precisa é passar adiante essas informações.
O
jornalista e escritor Laurentino Gomes, que deverá lançar em 2019 uma trilogia
enfocando o tráfico de escravos no Brasil, afirmou que "a escravidão é um
cadáver insepulto, um fantasma que nos assombra até hoje porque nos recusamos a
encará-lo". Simbolicamente falando, é possível que ainda exista um
fantasma insepulto no Largo do Pelourinho?
Laurentino poderá escrever sua
versão da história da escravidão porque, nos últimos 20, 30 anos, esse é um dos
temas mais estudados pela historiografia brasileira, talvez o mais estudado.
Depois da publicação do livro de Laurentino, o fantasma de que ele que fala
continuará nos rondando. Já se sabe o suficiente sobre a escravidão para que
esse passado passe, mas ele não passará inteiramente enquanto houver o racismo
e a desigualdade baseada no perfil racial.
ACESSE A FONTE:
Revista Brasileira de História (Anpuh) agora tem publicação avançada de artigos
Publicada
pela Associação Nacional de História (Anpuh), a Revista Brasileira de História
(RBH) adere no seu septuagésimo número a uma nova modalidade de publicar
artigos, conhecida como “ahead of print”. Também chamada de publicação avançada
de artigos, esta modalidade traz a lume artigos aprovados em ao menos dois
pareceres às cegas, que são depois minuciosamente revistos e diagramados. Tão
logo possível, se tornam disponíveis, de modo aberto (gratuito), para download e leitura. Com isto, a RBH
dispõe artigos que podem circular livremente de acordo com o interesse que
provocam em estudantes, professores, pesquisadores e profissionais da área de
História e das Ciências Humanas, afora quem quer que por eles se interesse.
Presente
na Scielo desde 13 de novembro, o número 70 será composto gradativamente e, ao
ser fechado, terá um dossiê sobre História Agrária, 11 artigos ao todo, uma
entrevista com François Hartog e três resenhas.
Celebrando
este histórico número 70, novas mudanças virão, a serem divulgadas em breve.
Para
chegar até esta marca memorável, a RBH, desde 1981, contou e conta com o
serviço de profissionais e o esforço solidário de uma ampla e voluntária
equipe, além dos pareceristas, aqui recordados com um muito obrigado!
A
coleção integral da RBH encontra-se no portal da Anpuh:
http://site.anpuh.org/index.php/2015-01-20-00-01-55/revistas-anpuh/rbh
Para a
coleção na Scielo ver aqui:
Além da
Scielo, está também em outros indexadores: Redalyc, Scopus, Thomson.
Instruções
aos autores:
Museu do Alto Sertão da Bahia (MASB)
Sobre o
MASB:
Em
2011, a notícia de que pesquisas arqueológicas estavam sendo realizadas no alto
sertão da Bahia e de que todo acervo encontrado havia sido destinado para Ilhéus/BA,
motivou representantes de diversos setores da cidade de Caetité em prol da
construção do Museu do Alto Sertão da Bahia (MASB), não só como instituição que
pudesse abrigar o referido acervo arqueológico (que hoje já ultrapassa mais de
50 mil peças), como também atuar a favor da preservação patrimonial, associada à
ideia de sustentabilidade e, assim, promover a valorização histórica e o
fortalecimento das memórias e identidades da população alto sertaneja. Sendo um
museu de território, que nasceu de uma demanda comunitária, hoje o MASB possui
dez núcleos museológicos espalhados entre áreas urbanas e rurais dos municípios
de sua abrangência até o presente momento: Caetité, Guanambi e Igaporã.
O MASB
está sediado em Caetité, na Casa da Chácara, uma antiga propriedade rural da
primeira metade do século XIX, preservada desde a década de 1960 pelo Sr.
Deoclídes Pereira de Aguiar e sua família, últimos moradores do imóvel que, de
comum acordo, cederem-no ao MASB objetivando uma maior garantia da sua
preservação. Atualmente o imóvel está em processo de restauro e conservação,
contudo, o MASB, enquanto museu de território, já atua em outras frentes de
trabalho no alto sertão baiano.
VI EIHC - ENCONTRO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA COLONIAL
Com o
tema Mundos coloniais comparados: poderes, fronteiras e identidades, o VI EIHC
celebra seu décimo ano de existência, na cidade de Salvador, promovido pelas
Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e Universidade Católica do Salvador
(UCSal) – primeira instituição privada a dar assento ao EIHC. O mesmo padrão de
qualidade das edições anteriores será mantido ao reunir experts de vários
campos da história colonial em conferências, mesas-redondas e simpósios
temáticos, além do lançamento de obras publicadas recentes. Desta vez, o
encontro conta com mais um espaço, o “Bate-papo com o(a) historiador(a)”, cujo
objetivo é aproximar o leitor da trajetória intelectual de consagrados
historiadores e historiadoras. Todos(as) os(as) pesquisadores(as),
professores(as), estudantes e amantes da História Colonial, e áreas afins,
estão convidados(as) a tomar parte nesse grande evento, que ocorrerá, nas
dependências do campus da Federação da UCSal, entre os dias 12 e 15 de setembro
de 2016.
ACESSE:
Revista Bahia com História - Inovação, tecnologias e novas abordagens no ensino e aprendizado da História
Por Thiago Souza
Quando
o professor de História, Urano Andrade, criou o blog Pesquisando a História, em
2009, ele tinha em mente dois objetivos: divulgar suas próprias pesquisas e
democratizar o acesso a documentações históricas. Para tanto, ele
disponibilizou centenas de documentos que versam sobre o Brasil colonial e
imperial. A variedade de arquivos engloba desde relatórios, autos e lista de
medicamentos, até – literalmente – receita de bolo do século XIX. Ao longo
destes seis anos no ar, o blog do professor Urano já foi visitado por quase 480
mil pessoas.
A
estatística mostra a força que a internet possui nos dias atuais como fonte de
informação e conhecimento da História, além de ser uma eficaz ferramenta de
interação entre pesquisadores que buscam conteúdos específicos. No que se
refere ao campo da aprendizagem e educação, seja nas tradicionais disciplinas
escolares ou acadêmicas, a potencialidade da internet permite acesso a
incontáveis bancos de dados que podem favorecer a absorção do ensino.
Tecnologia – A entrada das novas tecnologias
facilita a criação de projetos pedagógicos, trocas interindividuais e
comunicação à distância, redefinindo o relacionamento estabelecido entre aluno
e professor. No entanto, o uso dessas ferramentas em instituições de ensino
espalhadas pelo país ainda é um desafio para muitos professores. As
dificuldades na utilização das tecnologias educacionais são diversas, podendo
ser em relação à falta de recursos tecnológicos de profissionais qualificados
ou da reestruturação de políticas educacionais.
Acesse a matéria na íntegra:
Biblioteca portuguesa de Belém pede apoio
Historiadora Leonor Rendeiro, recupera manuscrito da Biblioteca Fran Paxeco
Gabriela de Azevedo, Estado de São Paulo.
Mais de
400 volumes de obras raras. Difíceis de encontrar em qualquer lugar do mundo.
Livros do século 16, escritos em latim. Religião, história e cultura em milhões
de páginas prensadas em papel de trapo. Vieram da Europa há mais de 100 anos,
relíquias trazidas por portugueses que se estabeleceram em Belém do Grão-Pará,
hoje a capital paraense, Belém.
A
cidade abriga a biblioteca Fran Paxeco, patrimônio do Grêmio Literário
Recreativo Português (GLRP), um clube local criado por imigrantes portugueses
há 148 anos. Ao todo, são aproximadamente 35 mil itens entre periódicos, livros
e manuscritos. É possível encontrar várias edições da Bíblia, um livro de
Maquiavel e a coleção mais completa do mundo das obras de Camilo Castelo
Branco, que inclui a primeira edição do clássico Amor de Perdição.
Para a
bibliotecária Nazaré Góes, trabalhar rodeada desses títulos é uma viagem no
tempo. "Estou há 23 anos aqui e tudo me remete ao passado. Infelizmente,
desde que entrei obras já se perderam, mas o que temos hoje é um tesouro. Aqui
sei que consigo um mundo de informações que podem ajudar muita gente. Recebemos
pessoas de outros países, vez ou outra, para fazer pesquisas. Eles conhecem
mais esse lugar do que quem mora aqui", comenta.
Mas
cuidar dos valorosos livros dá bastante trabalho e há três meses Nazaré ganhou
o reforço da bibliotecária Ellen Rodrigues. "Quando entrei me encantei,
não fazia ideia do quanto de história temos guardado. Os mais antigos em latim
ainda, com temas religiosos. Muitos livros encadernados juntos. Já achei 16
livros em um volume só. Os manuscritos também são incríveis, são correspondências
entre a população daqui e o governo português, no tempo do Brasil Colônia, que
falam já do medo da nossa famosa Revolução Cabana", conta.
Há um
livro chamado Philia, de 1528, todo escrito em latim, que não foi encontrado em
nenhuma das pesquisas bibliográficas realizadas pelas bibliotecárias, e a
probabilidade de ser único no mundo é grande.
Mas,
para guardar tantas raridades, é preciso investimento. "É o que estamos
buscando hoje, apoio para garantir que essas obras sejam restauradas. Adequar essa
biblioteca requer um alto investimento, mas é necessário porque resgatar essa
biblioteca é resgatar a cultura portuguesa e brasileira também. Isso significa
um resgate histórico e cultural", afirma o presidente da Diretoria
Executiva do GLRP, Mário Paiva.
A
biblioteca é o terceiro mais antigo gabinete de leitura portuguesa do Brasil.
Antes dele foram abertos um no Rio e outro na Bahia. Atualmente, a Associação
dos Amigos dos Arquivos Públicos do Pará (Arquipep) faz um trabalho inicial de
conservação. "Já há um projeto para buscar o selo da Lei Rouanet no
Ministério da Cultura, que estamos aguardando aprovação. Ele é para
conseguirmos incentivo financeiro e recuperar as obras raras, a Coleção
Camiliana e alguns periódicos. Além de recuperar, faremos conservação,
acondicionamento, climatização, digitalização e proporcionaremos o acesso do
material online. Mas de fato a biblioteca inteira é um tesouro que precisa de
cuidados", explica a diretora executiva da Arquipep, especialista em
preservação de patrimônio, Ethel Valentina Soares.
A
historiadora da associação, Loren Rendeiro, vem trabalhando no restauro de
alguns manuscritos. "Estamos trabalhando ainda apenas com os manuscritos.
Naquela época se escrevia com uma tinta metaloácida, que com o tempo entra em
oxidação, enferruja mesmo. É um trabalho cuidadoso, que leva tempo. Algumas
páginas foram destruídas por insetos e então precisamos fazer nivelamento,
preenchimento com papel japonês para dar sustentação. É um serviço muito bonito
de recuperação da história que não podemos deixar de lado, a nossa", diz.
O
projeto custa cerca de R$ 2,8 milhões e tem previsão para ser executado em três
anos e meio. "O acervo dessa biblioteca é valioso, existe um livro aqui
que eu considero inestimável, mas não revelo o nome. Temos uma parte
interessantíssima da História do Brasil em nossas mãos, livros portuários,
registros da entrada dos judeus marroquinos, livros do berço das artes
gráficas, encadernações raras, cartas, jornais, revistas. Tudo precisa ser
muito bem conservado para não deixarmos o tempo destruir esses bens. Aliás, o
tempo tem sido generoso por manter ainda em bom estado a maioria dessas
obras", completa Ethel.
Acesse a fonte:
TRÁFICO DE ESCRAVOS E ESCRAVIDÃO NA BAHIA NO SÉCULO XIX - JOÃO JOSÉ REIS
“Tráfico
de Escravos e Escravidão na Bahia no século XIX” é o tema da palestra que será
pronunciada pelo professor doutor João José Reis (Ufba), no dia 13 de outubro,
terça-feira, às 18h, no Palacete das Artes (equipamento vinculado ao
IPAC/SecultBA).
O premiado autor de “A morte é uma festa” e “O Alufá Rufino:
tráfico, escravidão e liberdade no Atlântico negro” fará um apanhado a respeito
do tráfico transatlântico de escravos e da escravidão na Bahia, com ênfase no
século XIX, quando serão discutidos temas como número dos africanos traficados,
trabalho, relações senhor-escravo, alforria e resistência escrava.
O evento integra o projeto #MusEuCurto #MusEuCurtoArte, de dinamização artística de museus, realizado pelo Instituto do Patrimônio Artístico Cultural (IPAC) e Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB), unidades da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA).
Esta
será a quinta ação de desdobramento da exposição Bahia é África Também –
Coleção Claudio Masella (recorte do acervo pertencente ao Solar Ferrão/Dimus),
no Palacete das Artes. Além da itinerância de um segmento da coleção, a FUNCEB
vem buscando despertar a atenção do público para a relação entre o acervo com
matriz africana e linguagens artísticas desenvolvidas por agentes culturais da
Bahia.
O
primeiro encontro, no dia 29 de agosto, recebeu a professora Lisa Earl Castillo
para falar sobre “Contatos entre a África e a Bahia no século XIX: viajantes
atlânticos do terreiro da Casa Branca”; no segundo, dia 10 de setembro, a
professora Yeda Castro discutiu “A nossa língua africana”; e o terceiro,
realizado no dia 19 de setembro, reuniu atores, diretores e produtores para
debater “O universo Afrodescendente no Teatro Baiano”, e o quarto, dia 3 de
outubro tratou do surgimento do samba na Bahia e influência das matrizes
africanas”.
ACESSE A FONTE NA ÍNTEGRA:
NOVOS ACERVOS SÃO SELECIONADOS PARA O PROGRAMA MEMÓRIA DO MUNDO DA UNESCO
O
Comitê Nacional do Brasil do Programa Memória do Mundo da UNESCO (MoWBrasil),
reunido na sede do Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro, nos dias 22 e 23 de
setembro, selecionou dez candidaturas, dentre as trinta habilitadas
apresentadas ao Comitê Nacional em atendimento a convocação do Edital do ano de
2015, para inscrição no Registro Nacional do Programa Memória do Mundo da
UNESCO.
A
validação destas nominações se dará por Portaria do Senhor Ministro da Cultura
publicada em Diário Oficial. Os representantes das instituições custodiadoras
dos acervos nominados receberão seu certificado de inscrição no Registro
Nacional do Brasil do programa Memória do Mundo da UNESCO, em cerimônia
programada para ocorrer no dia 10 de dezembro de 2015, às 17h, na sede do Arquivo
Nacional (Praça da República, nº 173 – Centro – Rio de Janeiro – RJ), na qual
estarão presentes os membros do Comitê, os representantes das instituições
contempladas, representantes da UNESCO e outros convidados.
O
Programa Memória do Mundo, criado em 1992, é uma iniciativa do Ministério da
Cultura em conjunto com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura (Unesco), e reconhece documentos, arquivos e bibliotecas de
grande valor internacional, regional e nacional. Seu objetivo é preservar e
difundir amplamente esse acervo, buscando impedir que o patrimônio da
humanidade seja esquecido. Além disso, o programa facilita a preservação desses
documentos e seu acesso, contribuindo, assim, para despertar a consciência
coletiva do patrimônio documental da Humanidade.
As
candidaturas selecionadas foram:
I .
Acervo da Comissão Construtora da Nova Capital - Belo Horizonte (1892-1903),
apresentado conjuntamente pelo Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte -
APCBH/FMC, pelo Museu Histórico Abílio Barreto - MHAB/FMC e pelo Arquivo
Público Mineiro – APM.
II.
Arquivo da Secretaria de Governo da Capitania de São Paulo (1611-1852),
apresentado pelo Arquivo Público do Estado de São Paulo.
III.
Arquivo Pessoal Rubens Gerchman (1942-2008), apresentado pelo Instituto Rubens
Gerchman.
IV.
Cultura e Opulência do Brasil, De André João Antonil, apresentado pela Fundação
Biblioteca Nacional.
V.
Decisões que Marcaram Época: A Caminhada do Poder Judiciário no Reconhecimento
de Direitos Sociais aos Homossexuais, apresentado pela Justiça Federal de 1º
Grau no Rio Grande do Sul – Seção Judiciária do RS (SJRS).
VI.
Iconografia do Rio de Janeiro na Coleção Geyer (séculos XVI a XIX), apresentada
conjuntamente pela Casa Geyer e Museu Imperial / IBRAM.
VII. Partituras
- Obras de Heitor Villa-Lobos (1901-1959), apresentadas pelo Museu Villa-Lobos
/ IBRAM.
VIII.
Processos Judiciais Trabalhistas: Doenças Ocupacionais na Mineração em Minas
Gerais – Dissídio Individuais e Coletivos (1941-2005), apresentados pelo Tribunal
Regional do Trabalho da 3ª Região – Minas Gerais.
IX.
Registros Fotográficos Oficiais das Intervenções Urbanas na Cidade do Rio de
Janeiro (1900-1950), apresentados pelo Arquivo Geral da Cidade do Rio de
Janeiro.
X.
República e Positivismo: A Produção Intelectual da Igreja Positivista do
Brasil, apresentado pela Igreja Positivista do Brasil (IPB).
FONTE:
III SEMINÁRIO ESTUDOS DA BAHIA - PESQUISA, ENSINO E EXTENSÃO UNIVERSITÁRIAS
Entre os dias 26 e 27 de outubro de 2015, o Grupo de Pesquisa Cultura, Sociedade e Linguagem realizará o seu III Seminário no DCH VI, na cidade de Caetité/BA. Este evento tem a perspectiva de promover encontros entre a comunidade acadêmica e local, favorecer trocas e intercâmbios dentro e fora da universidade e suscitar reflexões sobre questões conjunturais. Atividades como mesas, oficinas e sessões interativas estão afinadas com demandas prementes do nosso meio, assim como possibilitam a partilha de aprendizados e a soma de experiências.
Desejamos a todos as nossas Boas Vindas!
CONVERSANDO COM SUA HISTÓRIA: MOVIMENTOS REBELDES NA BAHIA DAS REGÊNCIAS
Resumo:
No
período das regências (1831-1840), muitos movimentos rebeldes agitaram a vida
pública das mais importantes cidades do Império. Concomitantemente, houve o
surgimento de jornais, panfletos e associações políticas e econômicas que
tiveram o papel de aglutinar pessoas em torno dos discursos de rebeldia.
A
Cidade da Bahia e o Recôncavo estiveram entre as regiões mais afetadas por
movimentos rebeldes de diversos tipos - a exemplo da Sabina (1837-1838) -
muitos dos quais sustentaram a bandeira do federalismo tão divulgado na
imprensa.
Esta
palestra apresenta uma visão de conjunto desse contexto rebelde, revelando
conjunturas, personagens e suas mudanças de postura em torno da questão
política provincial e imperial no período em questão.
Vinícius
Mascarenhas de Oliveira é mestre em História pela Universidade Federal da
Bahia, onde desenvolveu pesquisas sobre a ação dos federalistas na Bahia que
culminaram na dissertação denominada "Federalistas na Bahia: trajetórias,
ideias, sociedades e movimentos (1831-1838)". Atualmente é professor da
Ucsal e das redes estadual e municipal.
Conversando com sua História: “Arquivos baianos como espaço de memória do tráfico negreiro”
Resumo
A História do tráfico atlântico
de escravos encontra-se registrada nos diversos Arquivos Baianos. Dentre os
principais repositórios dessas fontes estão o Arquivo Público do Estado da
Bahia, Arquivo Histórico Municipal de Salvador e Arquivo Histórico da Santa
Casa de Misericórdia da Bahia.
Essa documentação encontra-se
dispersa nessas instituições e ao longo do tempo vem fundamentando a produção
de monografias, dissertações, teses e livros no Brasil e no exterior.
Agregando informações sobre
esses arquivos, esta palestra apresenta algumas experiências de pesquisas, com
essa documentação, que contribuem com a preservação da memória do tráfico de
escravos na América e, especialmente, na Bahia.
Urano Andrade é formado em
História pela Universidade Católica do Salvador, partícipe da linha de pesquisa
Escravidão e Invenção da Liberdade da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Atualmente integra o projeto de digitalização dos Livros de Notas do Arquivo
Público do Estado da Bahia (APEB).
Cândido Domingues é mestre em
História pela Universidade Federal da Bahia, aonde realizou a pesquisa
“perseguidores da espécie humana: capitães negreiros da cidade da Bahia na
primeira metade do século XVIII. Atualmente é professor da Universidade do
Estado da Bahia (UNEB).
Atenciosamente,
Centro de Memória da Bahia
Fundação Pedro Calmon - Centro
de Memória e Arquivo Público da Bahia
Secretaria de Cultura do Estado
da Bahia
Governo do Estado da Bahia
(71) 3117-6067
CONVERSANDO COM SUA HISTÓRIA
Centro de Memória da Bahia convida para a palestra "“Pelo Risco que lhe vai correndo no dito navio de mar e fogo e corsário”: Bahia e Holanda no Tráfico atlântico de escravos", que será proferida pelo professor Cândido Domingues (UNEB), no curso Conversando com a sua História, em 21 de setembro, mês dedicado a discussão do tema Trafico de escravos, organizado pelo Centro de Memória da Bahia/FPC.
Data:
21 de setembro
Horário:
17 horas
Local:
na sala Kátia Mattoso - auditório da Biblioteca Pública do Estado da Bahia.
Eleições do Conselho Nacional de Política Cultural
A
Representação Regional Bahia e Sergipe do Ministério da Cultura realizará no
dia 12 de setembro de 2015, a Etapa Estadual das Eleições do Conselho Nacional
de Política Cultural (CNCP), na Biblioteca Pública do Estado da Bahia, situada
nos Barris.
O
evento apresenta-se como uma oportunidade decisiva para definir a quantidade de
delegados baianos para os fóruns nacionais, inclusive na área de ARQUIVOS.
Em anexo, segue o release com vistas à ampla
divulgação e mobilização dos profissionais que trabalham e utilizam os
ARQUIVOS. O encontro será decisivo para assegurar um maior número de
representantes setoriais da Bahia!
Todas as informações também encontram-se na
página no Facebook MinC Bahia e Sergipe
link: https://goo.gl/hi2m9u
Para
ter mais informação sobre como funciona o CNPC, acesse a plataforma: www.cultura.gov.br/votacultura
Acesse
as redes sociais do Minc Bahia e Sergipe e ajude a divulgar esse processo
democrático:
facebook
: MinC Bahia e Sergipe https://goo.gl/hi2m9u
instagram:
Minc Bahia e Sergipe
whatsapp:
(71) 83661090
As inscrições na
plataforma digital do processo eleitoral para os Colegiados Setoriais e o
Plenário do Conselho Nacional de Políticas Culturais (CNPC) encontram-se
abertas até o dia 26 de setembro de 2015.
Os interessados poderão
se inscrever para votar ou se candidatar nos seguintes Colegiados: Arquitetura e
Urbanismo; ARQUIVOS; Arte Digital;
Artes Visuais; Artesanato; Circo; Culturas Afro-Brasileiras; Culturas
Populares; Dança; Design; Literatura, Livro e Leitura; Moda; Música; Patrimônio
Imaterial; Patrimônio Material e Teatro.
Para tirar dúvidas sobre o processo eleitoral, a
coordenação do CNPC do Ministério da Cultura oferece uma série de canais. A
plataforma digital dispõe de Fale Conosco; a
Secretaria de Articulação Institucional (SAI) do MinC também atende demandas
pelas redes sociais (Facebook eTwitter) e
por meio do aplicativo de celular WhatsApp, número (61) 9241-0630, e para
atendimento por telefone por (61) 2024-2186.
Confira o calendário de encontros estaduais –
CNPC
9 de setembro – Brasília (DF) / Vitória (ES) /
Teresina (PI)
10 de setembro – São Luís (MA)
11 de setembro – Curitiba (PR) / Recife (PE) /
Fortaleza (CE)
14 de setembro – Cuiabá (MT)
16 de setembro – Goiânia (GO) / Belém (PA) / Palmas
(TO)
17 de setembro – Belo Horizonte (MG) / Macapá (AP)
18 de setembro – Rio de Janeiro (RJ) / Maceió (AL)
19 de setembro – Campo Grande (MS) / Florianópolis
(SC)
23 de setembro – Aracaju (SE) / Campina Grande (PB)
/ Rio Branco (AC)
25 de setembro – Porto Velho (RO) / São Paulo (SP)
/ Boa Vista (RR)
26 de setembro – Manaus (AM) / Porto Alegre (RS)
Fonte:
AVENIDA 7 DE SETEMBRO: 100 ANOS DE HISTÓRIA
A
mostra Expo 100 Anos da Avenida Sete comemora o centenário da via pública, que
completa 100 anos no dia 7 de setembro. A exposição, cuja curadoria é de Nelson
Cadena, reúne 40 painéis temáticos que registram imagens antigas, assim como
textos que abordam diversos momentos da Avenida.
As imagens foram selecionadas dos acervos de Marisa Vianna, Nelson Cadena, Fundação Gregório de Mattos e Museu Tempostal, com programação visual do designer Mauro Ybarros. A abertura da mostra acontece hoje (1/9), às 19h, com apresentação do Bahia Brass – quinteto de sopro do Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia (Neojiba). O projeto da exposição abrange, ainda, três palestras que acontecem nos dias 22, 23 e 24 de setembro, às 10h30, na Caixa Cultural.
FONTE: A NOTÍCIA, 9 DE SETEMBRO DE 1915
Serviço:
Caixa Cultural Salvador (Rua Carlos Gomes, 57, Centro/3421-4200). De terça a
domingo, das 9h às 18h. Até 30/9.
Assinar:
Postagens (Atom)