Em diferentes momentos, a União
Nacional dos Estudantes (UNE) se destacou no cenário político brasileiro,
envolvida como participante ou protagonista em temas e movimentos que agitaram
a sociedade brasileira. Entretanto, o papel que essa entidade desempenhou em
nome do movimento universitário nesses cenários não pode ser entendido como
algo suspenso ou desconexo das disputas em torno de determinadas demandas,
homogêneo, destituído de cisões, disputas e predominâncias políticas e
ideológicas que grupos, organizações e partidos exerceram um sobre outros no
seu interior e no conjunto das suas relações.
Assim, é possível identificar a
atuação de diferentes forças políticas no interior da UNE e no movimento
universitário, forças essas que intervieram de modo organizado em defesa de
suas crenças e reivindicações políticas, sociais e gremiais. Dentre essas, destacam-se
os jovens comunistas, os udenistas, socialistas, católicos e anticomunistas
radicais, organizações que contribuíram ou se opuseram as pautas predominantes
na atuação dessa entidade.
A partir dessas identificações,
o objetivo desse livro é analisar a atuação da UNE entre os anos de 1945 e de
1964, com ênfase nas forças políticas que atuaram no interior do movimento
universitário e que disputaram espaços para que pudessem se expressar por meio
das entidades estudantis, o que em última instância se considerou como maneiras
de legitimar práticas e crenças expressas nos repertórios que foram sugeridos
ao conjunto do movimento.
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