CRUZ VERMELHA E EUTERPE: PICUINHAS DE VELHOS CARNAVAIS



Ilustríssimo e Excelentíssimo Senhor Conselheiro Presidente da Província
Entreguem-se os papeis – Palácio da Presidência da Bahia, 29 de janeiro de 1886.
Dizem os abaixo-assinados membros do conselho administrativo do Club CarnavalescoCruz Vermelha que, havendo sido, em geral, mal interpretado o ato pelo qual o mesmo Club contratou para tocar em suas festas carnavalescas no corrente ano, a música do corpo policial, levando-se a conta de má vontade para com outra sociedade denominada Euterpe em ato de mera administração; que não convindo de maneira alguma deixar vingar e produzir seus perniciosos frutos essa má interpretação, mormente quando se trata de duas sociedades de puro divertimento e dos quais fazem parte pessoas que na vida comum se acham ligadas em estreitas relações de todo o gênero, e até mesmo de íntima amizade; que não desejando além disto continuar a ocupar a atenção de Vossa Excelência com a questão suscitada sobre o referido contrato. Pedem e requerem a Vossa Excelência se digne mandar restituir-lhes o requerimento que tratando do assunto, submeteram a consideração de Vossa Excelência, pois que, o Club que os suplicantes representam está pronto a ceder a música a que tem incontestável direito, a Sociedade Euterpe como também em virtude das ponderações acima expostas e outras razões particulares, intercede a Vossa Excelência para que isso realize de maneira a ficar a referida Sociedade servida, sem quebra da dignidade dos oficiais que assinaram o mencionado contrato. E. R. M. Bahia, 27 de janeiro de 1886
José Coelho de Resende, José Oliveira Castro, Arthur Francisco Magarão, José da Silva Mattos, Joaquim da Silva Cunha, José Dias Lopes. 
FONTE: Arquivo Público do Estado da Bahia 
Seção colonial maço: 1570