Criado em 2006, na Capitania da
Paraíba, o Encontro Nordestino de História Colonial tinha como pressuposto
discutir as temáticas concernentes à experiência colonial em suas mais diversas
localidades americanas e, por que não dizer, africanas e asiáticas na Época
Moderna.
Realizado a cada dois anos, em
2008, o mesmo já estava na Capitania do Rio Grande Norte, local onde se tornou
Internacional por sua vasta abrangência de temáticas e, sobretudo, pela grande
participação de pesquisadores e professores de outros países. Tal feito não só
consolidou no território nacional a atividade de extensão, como tornou-se um
ponto de parada obrigatória de toda nau estrangeira que visava atracar nos estudos coloniais da modernidade.
De lá para cá, o EIHC já passou
pelas capitanias de Pernambuco e pelo antigo Estado do Maranhão e Grão-Pará,
mas especificamente na Capitania do Pará. Divulgando pesquisas, trocando
experiências, promovendo debates científicos e, mais do que isso, consolidando
os estudos sobre o mundo colonial, este evento, em 2014, retorna à Capitania de
Pernambuco! No entanto, por conta de sua vastidão, a localidade escolhida para
este momento era aquela denominada de “as parte do sul” ou, a partir de 1712, a
Comarca das Alagoas.
A criação desta nova jurisdição
somente atestava a especificidade e a diferença que as localidades do “sul da
Capitania de Pernambuco” tinham em relação às Vilas de Olinda e Recife. Assim,
dentro da comarca três vilas se destacam: a Vila de São Francisco de Penedo,
considerada pelos agentes coloniais a mais “selvagem”; a Vila de Porto Calvo,
com características similares ao mundo açucareiro da sede da capitania; e a
Vila de Santa Maria Magdalena Alagoas do Sul, considerada importante por sua
centralidade e pelos portos do Francês e Jaraguá escoarem a produção local.
Fora justamente nesta última
vila que se sediou a “cabeça da Comarca”, hegemonizando o território e nomeando
o que, em 1817, após a insurreição pernambucana, se convencionou chamar de
Capitania/Província das Alagoas. Se foi traíra naquele momento à causa dos
insubordinados pernambucanos, pouco importa! O que se destaca, naquele
episódio, é a concretização da demarcação de um espaço diferenciado dentro da
capitania, com vida própria, com
atividades camaristas específicas, com economia consolidada e com súditos
portugueses que já não se afinavam com a sede da Capitania de Pernambuco!
Enfim, é neste espaço
reconhecidamente lembrado pelo banquete feito pelos índios caétes ao Bispo
Fernandes Sardinha, pelo celebre personagem de Calabar no período flamengo e
pelos habitantes Mocambos de Palmares que ocorrerá o V ENCONTRO INTERNACIONAL
DE HISTÓRIA COLONIAL. Por conta disso, a temática proposta não podia ser
diferente: CULTURA, ESCRAVIDÃO E PODER NA EXPANSÃO ULTRAMARINA (SÉCULOS XVI AO
XIX).
Por tudo isso, sintam-se
convidados a desbravar a terra dos caetés, a terra dos quilombolas, a terra das
aguardentes, dos açúcares, do fumo, dos peixes e dos gados, e, agora a terra do
EIHC-2014.
ACESSE: http://www.eihc.com.br/