DIGITALIZANDO PIERRE VERGER



Ricardo Sangiovanni

Pierre Verger comparou o resultado de seus 50 anos de fotografia a uma escultura, "a sobra do que foi um bloco de mármore ou de granito, depois da eliminação, pelo escultor, das partes julgadas inúteis." Em se tratando da obra de Verger, porém, a priori não há grão de pó que possa ser desprezado. Assim, desde o ano passado, a fundação que administra o legado do fotógrafo e antropólogo francês está digitalizando, um a um, os mais de 61 mil negativos que Verger arquivou em vida.
No primeiro ano do processo de digitalização - que deve se estender até 2014 - , pouco mais de 10 mil imagens já foram escaneadas e inseridas no banco de dados da Fundação Pierre Verger. É a segunda etapa de um trabalho de conservação do acervo que começou há sete anos, com a higienização, recatalogação e acondicionamento adequado dos negativos. Na Bahia, é a primeira vez que um acervo fotográfico particular desse porte é digitalizado. E, muito embora a digitalização de acervos seja uma tendência mundial -  já que, além de preservar originais, favorece a acessibilidade e circulação de conhecimento - , no Brasil, ainda são poucas as instituições (tanto públicas quanto privadas) que investem em projetos dessa natureza.
À  medida em que vão sendo digitalizadas, as imagens de Verger são lançadas no banco de dados da fundação, o que permite que  sejam visualizadas em tamanho maior e com mais detalhes já no momento da consulta virtual. O acervo já está 100% catalogado, e o acesso é aberto ao público, mas as imagens que ainda não foram digitalizadas aparecem em baixíssima resolução na tela de quem faz uma pesquisa.
Ademais, a digitalização ajuda a conservar os negativos porque permite a edição e reprodução das imagens sem que haja necessidade de manuseio. Entre as imagens já escaneadas, de tudo já se viu um pouco: de séries inteiras de negativos velados  (nada fica de fora) a curiosidades inéditas do universo de Verger.
Acesse o texto na íntegra: http://atarde.uol.com.br/materias/1450906