Já se encontram disponíveis ao público obras raríssimas,
datadas em sua maioria do século 19, devidamente digitalizadas. Curiosos e
amantes de literatura e da língua portuguesa se deliciam com os manuscritos do
romancista Camilo Castelo Branco de seu livro mais conhecido,
"Amor de Perdição" (1862) e do "Dicionário da Língua Tupy",
de Gonçalves Dias (1858).
Uma boa amostragem da correspondência pessoal de Castelo Branco também
foi para a rede. Estudiosos de áreas diversas têm acesso fácil a
documentos mandados da colônia a dom João VI em 1817, cartas régias
assinadas pelo Marquês de Pombal, do século anterior, textos de autoria do Padre
Antonio Vieira (não se sabe se grafado por ele ou por copistas), diplomas,
ofícios, decretos, aquarelas, desenhos a bico de pena, além de atas de reuniões
do Real Gabinete. As homenagens, no Brasil, por ocasião do tricentenário da
morte de Camões, em 1880, foram assunto de uma série de cartas.
São mais de 1.500 itens já contemplados. Com um zoom, mais do que observar a
grafia e o léxico de tempos idos, é possível chegar aos detalhes de todos esses
papéis, ver as ranhuras, as marcas do tempo. Foi para tentar diminuir esse
impacto do passar dos anos que o projeto foi criado. "Queremos resguardar
obras e manuscritos mais raros. Até meses atrás, se passasse na nossa
avaliação, a pessoa poderia pegar com as próprias mãos documentos de 200
anos", conta o presidente do Real Gabinete, o economista português Antonio
Gomes Costa, 59 dos 76 anos no Brasil - está na função há 18.
O trabalho ainda está em andamento: falta digitalizar, por exemplo, as
Ordenações de D. Manuel, de 1521, e os Capitolos de Cortes e Leys Que
Sobre Alguns Delles Fizeram, de 1539.
( fonte: O Estado de S. Paulo)
ACESSE: http://www.realgabinete.com.br/