O GT Nacional de História Cultural, na sexta edição
de seu Simpósio Nacional, por intermédio do tema "Escritas da História:
Ver – Sentir – Narrar", almeja dar continuidade às questões que motivaram
as edições anteriores, isto é, divulgar pesquisas e suscitar debates tanto em
torno de temas já consagrados no âmbito da História Cultural, quanto refletir
acerca de perspectivas teóricas e metodológicas que visam ampliar os campos de
interlocução do historiador da cultura.
Em Encontros anteriores temas como Sensibilidades,
Sociabilidades, Imagens, Linguagens, Representações e Paisagens foram os eixos
norteadores. Nesta oportunidade, o VI Simpósio Nacional de História Cultural,
por escolha do Comitê Científico do GT Nacional de História Cultural, se propõe
a esquadrinhar, de maneira aprofundada, uma temática de grande interesse para
os historiadores, a saber: as escritas da história. Na verdade, o VI Simpósio
tem como principal objetivo refletir acerca das diferentes maneiras de se
escrever a História Cultural, seja no âmbito propriamente teórico, num diálogo
com ideias e conceitos que tem ampliado, nas últimas décadas, horizontes
investigativos e de pesquisa, seja em sintonia com os temas e objetos
privilegiados pelos historiadores da cultura.
Nesse sentido, o propósito do VI Simpósio Nacional
de História Cultural é o de enfrentar tanto desafios teóricos e interpretativos
quanto analisar procedimentos e práticas atinentes às escritas da história e ao
ofício do historiador que se volta para a História Cultural. Por este caminho,
compreendendo que a apreensão da realidade ocorre em dois planos – racional e
emocional –, teremos como perspectiva geral discutir como as escritas da
História Cultural têm enfrentado questões teóricas e de método. Essas escritas
se processam no confluir do indivíduo com o social, dado pela partilha e pelo
embate, pelas forças de coesão e de enfrentamento, que se realizam na dinâmica
do processo histórico.
Assim, no VI Simpósio Nacional de
História Cultural, nossa proposta é a de pensar os problemas envolvidos nas
escritas da história, mas não apenas os que se apresentaram ao historiador de
ofício em razão do impacto do "linguistic turn" [ou seja, os
problemas da representação narrativa do referente (ficcional x real), propostos
por Hayden White, Roland Barthes, entre outros], mas, sobretudo, como as
escritas da história cultural respondem às mudanças ocorridas nos
comportamentos, nos valores e visões de mundo, nas formas de conhecimento do
real, nos regimes de verdades, nas experiências estéticas e expressões
artísticas, nas crenças e mitos, na moral e na norma, nas formas de agregação
dos indivíduos e dos grupos, no sentido do público e do privado. Em resumo: que
razões e sentimentos estavam contidos nessas transformações que ocorreram nas
escritas da história?