African Origins - Raízes africanas

 
Agência FAPESP

Informações sobre as histórias de africanos transportados à força em navios negreiros – ou tumbeiros, como eram chamadas essas embarcações – pelo Atlântico estão reunidas em um novo site na internet.
Trata-se do projeto African Origins, que utiliza como base informações de 9.453 africanos libertados pelas Comissões Mistas (sistema de tribunais internacionais criado na época para julgar os navios acusados de envolvimento no tráfico de escravos) para fornecer dados sobre quase 70 mil pessoas durante a supressão do comércio transatlântico de escravos no século 19. Pelo site é possível conferir o resultado de uma série de contribuições linguísticas e culturais do registro de um nome. Durante a busca, o usuário tem acesso a informações como o lugar de origem, o ano de partida e o nome do navio em que estava a pessoa desejada, além de traçar os padrões migratórios de africanos carregados do interior da África para portos no litoral do continente. “Os registros disponíveis até o momento são de escravos libertados em Havana, na capital cubana. Cada registro é analisado detalhadamente antes de ser incluído”, disse Domingos Dellamonica Jr., programador no projeto que conta com o apoio do Fundo Nacional para as Humanidades, da Universidade Emory e do Instituto W.E.B. DuBois (Universidade Harvard), todos dos Estados Unidos.
Formado em Ciências da Computação pela Universidade de São Paulo, Dellamonica teve mestrado apoiado por Bolsa da FAPESP e concluído em 2007 na mesma universidade. Atualmente, cursa o doutorado na Emory. 
 
 
A base de dados Origens Africanas contém informações sobre as histórias de africanos transportados à força em navios negreiros através do Atlântico. Utilizando informações detalhadas acerca de 9.453 africanos libertados pelas Comissões Mistas, essa base de dados apresenta informações sobre a localização, etnia e língua de vários povos capturados na África e vendidos no comércio de escravos. Através de contribuições para este site feita por africanos, membros da diáspora africana e outras pessoas, esperamos ajudar a escrever a história dos milhares de africanos capturados e vendidos como escravos durante a supressão do comércio transatlântico de escravos no século XIX.