Luciana da Cruz Brito
Resumo:
Durante a Guerra Civil, quando a abolição se tornou uma realidade nos Estados
Unidos, os sulistas brancos se sentiram ameaçados por aquilo que chamaram de
“despotismo africano”. De acordo com eles, a abolição traria uma nova ordem
racial, que significaria a inversão dos códigos raciais vigentes na região sul.
Esta nova ordem significaria que os afro-americanos tomariam a liderança do sul
e subjugariam os sulistas brancos. A possibilidade de reconstruir suas vidas em
outra sociedade escravista parecia, para os confederados derrotados, não somente
a chance de continuarem a viver sob os benefícios da exploração da mão de obra
escravizada, mas também de continuar a viver sob regras raciais que lhes eram
familiares. Além disso, o Império do Brasil oferecia vários incentivos à
aqueles que estavam dispostos à imigrar, como terras para cultivo. Assim,
milhares de confederados começaram a imigrar para países para Cuba, México,
Honduras, Argentina e Brasil. Entretanto, os confederados perceberam que o
Brasil não seria seu novo paraíso racial. A aparente integração racial, a
assimilação social “excessiva” dos negros libertos e livres, além da mistura
racial fizeram os imigrantes questionarem se o Brasil poderia ser realmente seu
novo lar. Através de informações disponíveis em livros, diários e especialmente
cartas enviadas para seus amigos e familiares nos Estados Unidos, este artigo
discutirá as impressões dos confederados sobre raça, especialmente mistura
racial, e o lugar social dos libertos na sociedade escravista brasileira.
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