Conteúdo digital da Biblioteca Nacional resgata memórias e emociona pesquisadores


De norte a sul do País, nos grandes centros urbanos e nas localidades mais remotas de todo o mundo, internautas acessam a BNDigital para as mais variadas e curiosas finalidades. Os resultados alcançados nas pesquisas são tão satisfatórios, e muitas vezes inesperados, que motivam as pessoas a enviarem mensagens de elogio e agradecimento à Biblioteca Nacional.
De acordo com Angela Monteiro Bettencourt, coordenadora da BNDigital, até em lápide já foi gravado o resultado de uma pesquisa feita na Hemeroteca Digital. “A citação menciona a edição 15463 do jornal O Pays, de 20 de fevereiro de 1927, e está em uma sepultura do cemitério de Paquetá”, conta Angela. Frequentemente chegam e-mails com relatos de investigações genealógicas bem sucedidas, reconstituição de histórias de artistas e outros personagens esquecidos e autores que encontraram subsídios para seus livros, como é o caso de um título sobre faquirismo, que soma 300 páginas, resultante de informações pesquisadas em periódicos digitais. “Isso sem falar no sistema utilizado, definido pelos usuários como ‘espetacular’ - em termos de interface, qualidade das imagens, precisão da busca e velocidade – quando comparado a bibliotecas digitais internacionais”, acrescenta a Coordenadora.


Todo este criterioso trabalho começa no Laboratório de Digitalização, onde ocorre a primeira etapa do processo: a captura. “A partir do documento original ou do microfilme, realizamos a digitalização para gerar um arquivo máster em formato tiff de alta qualidade, com 300 ppi (pontos por polegada). A partir desse arquivo, que fica registrado em nosso centro de armazenamento de dados, são feitas as imagens derivadas, em formato PDF – no caso da digitalização de muitas páginas –, ou JPG – no caso de uma única página. Além disso, os documentos em PDF que são muito grandes e pesados são transformados em book reader (.htm), para facilitar a leitura, enquanto as imagens em formato JPG ganham uma versão feita com o programa “Dragão Marinho”, que permite a visualização online superampliada, sem a opção de download”, explica Otavio Alexandre de Oliveira, responsável pelo Laboratório.

 

A segunda etapa do processo de digitalização é o tratamento técnico. Nessa fase o objeto digital é catalogado e são criados os metadados que o descrevem. “Na BNDigital todos os conteúdos são indexados em português e em inglês. O esquema de metadados adotado é o Dublin Core, padrão internacional que envolve um conjunto de 15 elementos (Título, Criador, Assunto, Descrição, Publicador, Contribuidor, Data, Tipo, Formato, Identificador, Fonte, Idioma, Relação, Cobertura e Direitos), permitindo a cooperação com outras bibliotecas digitais de todo o mundo”, observa Angela Bettencourt.

 

Para cumprir o propósito de ampliar o acesso aos documentos digitalizados, a BNDigital mantém parcerias nacionais e internacionais com outras bibliotecas virtuais, para as quais disponibiliza o seu acervo. Essa interoperação é possível graças à adesão ao protocolo da Iniciativa dos Arquivos Abertos – Open Archives Initiative Protocol for Metadata Harvesting – OAI-PMH, que permite a transferência de dados entre repositórios digitais. “Assim, periodicamente, as instituições parceiras podem coletar arquivos de seu interesse e disponibilizá-los para seus públicos.”, conclui Angela.
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