João José Reis*
Em artigo publicado no número
28 da Topoi, intitulado “Jihad na
África Ocidental durantea ‘Era das Revoluções’”, Paul Lovejoy se propõe a
criticar Eric Hobsbawm e Eugene Genovese por não terem incluído determinados
eventos africanos em suas reflexões a respeito da Era das Revoluções e das
revoltas escravas nas Américas, e na Bahia em particular. No caso de Hobsbawm,
alega, inclusive, que já haveria bibliografia suficiente sobre o assunto na
época em que publicou (em 1962) sua obra The Age of Revolution, 1789-1848. No
seu prefá- cio, Hobsbawm, precavido, chamava a atenção que seu livro não era
“narrativa detalhada”, mas uma síntese interpretativa que tinha como alvo uma
espécie de “leitor ideal” que seria o “cidadão inteligente e educado”, não o
especialista. Ele já previa “os inevitáveis escorços de que os especialistas
lamentarão.”1 O lamento publicado na Topoi por Paul Lovejoy levou mais de 50
anos para ser feito. O interessante é que a África que este historiador tenta
resgatar na crítica a Hobsbawm não se encontra totalmente ausente de The Age of
Revolution, o que Lovejoy negligencia informar ao leitor de seu artigo. O tema
é o mesmo, embora dentro daquele espírito de síntese anunciado e executado por
Hosbsbawm. Senão, leiam:
Artigo original de Lovejoy:
Réplica de João Reis:
Tréplica de Lovejoy: