III Simposio Internacional de Estudios Inquisitoriales: nuevas fronteras


Apresentação

Este Simpósio se propõe empreender um renovado caminho de interpretação do fenômeno inquisitorial. A intenção é ampliar os espaços geográficos da investigação sobre a Inquisição; desenhar novas fronteiras e definir as diretrizes do diálogo entre centro e periferia e, ao mesmo tempo, entre periferia e os centros que elaboraram e criaram o discurso inquisitorial. O desafio é desenvolver uma análise global de uma instituição que influenciou enormemente a vida das sociedades onde se implantou, mas que também se viu afetada por muitos elementos das realidades dentro das quais se foi difundindo, obrigada a negociações múltiplas, seja nos espaços peninsulares, seja nas regiões extra europeias.
Madri, Roma e Lisboa foram centros diretores de uma instituição com uma anterioridade (tardo-medieval), mas onde as novas fronteiras religiosas, geográficas, políticas e culturais do século XV em diante impuseram desafios que conduziram à sua reinvenção constante. A expansão da Inquisição a partir de 1478 não é meramente geográfica e de controle do território, mas também de ampliação jurisdicional. A multiplicação das sedes dos tribunais por três continentes, que incrementou o número de centros inquisitoriais, é concomitante com uma ampliação da vigilância do Santo Ofício sobre os horizontes comportamentais das sociedades.


Este Simpósio será um território aberto para uma investigação historiográfica capaz de assumir o desafio de abrir novas fronteiras na forma de estudar e de interpretar a Inquisição. A fonte inquisitorial será assim utilizada como subsídio para penetrar sociedades e tempos. O novo desafio é conseguir compreender a (re)invenção das sociedades através do fenômeno inquisitorial, desde como se assume e percebe um assunto tão estritamente ibérico como o da limpeza de sangue até como se concebe o papel evangelizador das sociedades católicas dentro e fora do mundo cristão. Trata-se de examinar como a criação de novos centros inquisitoriais reconfigura e reformula a periferia dos comportamentos humanos em sua reprodução social.