Gravura
de Debret, 1835
Publicado em 17 de julho de
2014
Por Luiz Mott.
O segundo registro de um crime
homofóbico ocorrido no Brasil nos leva a Sergipe del Rey, no ano do Senhor de
1678. A vítima é um moleque escravo que foi açoitado até à morte por ter
mantido relação sodomítica com um capitão do exército. Tal episódio encontra-se
registrado no 14º Caderno do Nefando da Inquisição de Lisboa: Frei Inácio da
Purificação, carmelita da Bahia, denuncia ao Santo Ofício uma série de delitos
contra a Fé e bons costumes observados na Ouvidoria de Sergipe: “na Vila Nova
do Rio São Francisco, vi um homem por nome Capitão Pedro Gomes, tão
escandaloso em cometer o pecado nefando, que publicamente o comete com brancos
e pretos, e na mesma fama está também incurso um sacerdote, Padre Diogo
Pereira, morador na Cotinguiba, a 5
léguas de Sergipe del Rey”.
1590 é a data oficial da
conquista de Sergipe e fundação da cidade de São Cristóvão. Assim sendo, em
1678, quando da denúncia deste crime de morte contra um jovem escravo sodomita,
a Ouvidoria de Sergipe, agregada à Capitania da Bahia, já contava com quase um
século de colonização, tanto que nesse sumário inquisitorial, dos 19
denunciantes, 6 já eram sergipanos natos, 6 portugueses e os 7 restantes,
naturais das capitanias limítrofes. Estima-se que nessa Comarca viviam então
aproximadamente 17 mil habitantes, dos quais 1/4 constituído de brancos
luso-brasileiros, conhecidos como “mazombos”, predominando contudo os negros
crioulos e africanos, mulatos, mamelucos e índios aldeados. Sergipe contava
então com quase uma vintena de engenhos de açúcar, sua principal fonte de
renda.
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