Prédio
está em obras desde dezembro do ano passado; intervenções pararam após serem
achadas peças dos séculos XVII ao XIX.
Obras
deveriam ter terminado em setembro; novo prazo é abril de 2020
(Foto:
Mauro Akin Nassor/Arquivo CORREIO)
O Arquivo
Públcio do Estado da Bahia (Apeb) vai continuar fechado para o público pelo
menos até abril do ano que vem. O prédio do século XVI passa por uma terceira
fase de obras desde dezembro do ano passado e a previsão era de que as
intervenções fossem concluídas em nove meses - ou seja, em setembro passado.
Dois
meses após o prazo ter vencido, a Fundação Pedro Calmon (FPC), instituição
responsável pelo Arquivo, informou nesta quinta-feira (21) que, por conta de
uma paralisação nas obras no mês de fevereiro, a nova estimativa de término é
abril de 2020.
As obras
foram paralisadas por ordem do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacioal (Iphan) porque, durante as escavações numa parte do terreno para a
construção de um refeitório, foram encontrados fragmentos de peças que datam
dos séculos XVII ao XIX.
Em março,
o CORREIO mostrou, com exclusividade, as peças encontradas no terreno: foram
desde cerâmicas, grilhões, moedas, cachimbos e até fragmentos de ossos.
Na época,
um dos 500 pesquisadores que frequentam o Arquivo Público todo mês, Urano
Andrade, falou sobre o valor histórico dos achados.
"Aquele
prédio, suas paredes e cada cantinho contam histórias inimagináveis”, afirmou
Urano.
Fragmentos
foram achados durante escavações para construção de um refeitório
(Foto:
Mauro Akin Nassor/Arquivo CORREIO)
O Arquivo
Público da Bahia, que foi construído na antiga Quinta dos Padres - um local de repouso
dos padres jesuítas até a expulsão deles, em 1759, e onde também funcionou um
leprosário - é o segundo do país em volume de documentação – são 7.360,14
metros lineares de documentos –, perdendo só para o Arquivo Nacional, no Rio de
Janeiro.
Além dos
pesquisadores, cidadãos comuns frequentam o arquivo para ter acesso a
documentos como testamentos, registros civis, entre outros.
Aditivo
Segundo a
Fundação Pedro Calmon, a paralisação impediu que a empresa Marsou Engenharia,
responsável pela obra, ficasse impedida de trabalhar no solo "por
meses".
"Isso
motivou a necessidade de firmar mais um aditivo no prazo de vigência da obra,
por mais 180 dias, a partir de 15 de dezembro desse ano. A estimativa de
término encontra-se prevista para abril de 2020", diz a Fundação, em nota
publicada em seu site.
A obra da
sede do Arquivo, segundo a FPC, representa um investimento de R$ 3 milhões, que
abrangem a requalificação do sistema elétrico e hidrossanitário, além da
restauração do telhado, forro, assoalho, piso, escadas, janelas, portas e pintura
predial externa. Prevê, também, a reforma dos toaletes, a instalação de
circuito fechado de TV, de elevador de acessibilidade e monta carga.
Segundo a
diretora, Teresa Matos, “trata-se de um investimento necessário para qualificar
a preservação e o acesso a dois patrimônios de imensurável significado e
importância – o documental e o arquitetônico”.
ACESSE A FONTE: