Laboratório
em História Social da UnB divulga palestra do Historiador Cândido Domingues:
DOS
PORTOS AOS SERTÕES: TRÁFICO INTERNO NA AMÉRICA PORTUGUESA, C. 1778-1797
Cândido
Domingues é doutorando em História pelo Centro de Humanidades / Faculdade de
Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e Universidade dos
Açores (CHAM / FCSH / UNL-UAç), Bolsista CHAM, professor assistente da
Universidade do Estado da Bahia (Uneb). Desenvolve pesquisas sobre tráfico e
traficantes de gente africana escravizada no período colonial, sendo integrante
da linha Escravidão e Invenção da Liberdade, do Programa de Pós-Graduação em
História da UFBA.
RESUMO: A
sociedade da colonial brasileira tem-se mostrado, a cada novo estudo, sempre
mais complexa. A escravidão africana e a consequente hierarquização de status
sociais e das cores fizeram desta sociedade um desafio aos pesquisadores que
buscam compreender os meios de sociabilidade e suas contradições. Um ponto
nevrálgico da formação do Brasil Colônia foi o tráfico atlântico de escravos.
Ele alimentou e renovou o mercado de mão de obra nas cidades e nos mais
distantes rincões daquele território. Através do comércio internacional de
pessoas escravizadas, a riqueza da metrópole e suas colônias foi
potencializada, as elites coloniais compuseram seus jogos no tabuleiro
político-social e, principalmente, hoje os pesquisadores analisam a multidão
étnica que se tornou aquela sociedade. Se hoje conhecemos bastante sobre tais
temas nas histórias das principais cidades como Salvador, Olinda, Recife, Rio
de Janeiro ou Mariana, ainda temos um desafio que é compreender melhor o
tráfico interno de escravos que, dos portos negreiros brasílicos, redistribuíam
a mão de obra, fomentando a hierarquia, o poder e a composição étnica dos
distantes sertões americanos em geral, e brasileiros em especial. O objetivo
desta comunicação é contribuir para o avanço de tais pesquisas a partir da
análise de “passaportes” para venda de escravos para as diversas Capitanias
brasileiras nas últimas décadas do século XVIII emitidos pela Capitania da
Bahia, atentando-se aos acontecimentos passados na costa africana que mudam a
composição étnica dos que desembarcavam em Salvador, e às demandas globais de
economia que acabavam por atingir regiões distantes dos centros de poder como
as minas de Goiás, ou os territórios da agropecuária, como Maranhão e Piauí,
que figuravam no período como destino com potencial para rivalizar com as
regiões mineradoras tradicionais do Sudeste.
Dia
3/9/2018, às 16h, na Sala de Aulas da Pós-Graduação em História
Haverá
emissão de certificada para participantes.
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