João José Reis fala sobre escravidão contemporânea



Por Tharsila Prates

Referência para os estudos da história da escravidão e vencedor do prêmio Machado de Assis, escritor falou com o CORREIO
Referência para os estudos da história da escravidão no século XIX e vencedor, este ano, do prêmio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras (ABL) pelo conjunto da obra, o historiador baiano João José Reis, 65 anos, está engajado em dois novos livros.

Um vai tratar de um cativo trazido da África que virou comerciante rico; e o outro, em estágio mais avançado, é sobre o arrocho fiscal a trabalhadores africanos no século XIX, ainda sem data para o lançamento. “Pretendo produzir muito ainda”, disse ele em entrevista ao CORREIO, por e-mail.

Autor de livros como A Morte é uma Festa e Rebelião Escrava no Brasil: a História do Levante dos Malês em 1835 (ambos pela Companhia das Letras), Reis é formado em História pela Universidade Católica do Salvador, tem mestrado e doutorado pela Universidade de Minnesota e diversos pós- doutorados, que incluem a Universidade de Londres, o Center for Advanced Studies in the Behavioral Sciences, da Universidade Stanford, e o National Humanities Center.

Bastante aplaudido durante a última edição, em julho, da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), onde participou da mesa Fora de Série, com a escritora cearense Ana Miranda, ele afirmou querer sua identidade reconhecida como historiador, e não como romancista.

Com o livro A Morte é uma Festa, João Reis venceu o prêmio Jabuti em 1992. O trabalho trata, de maneira detalhada, sobre o levante que terminou na destruição do recém-inaugurado cemitério do Campo Santo, em Salvador, em 1836. Se você nunca ouviu falar no episódio que ficou conhecido como Revolta da Cemiterada, a leitura do livro é obrigatória.


Nesta entrevista, ele fala sobre a escravidão contemporânea, os novos projetos e sobre a Universidade Federal da Bahia (Ufba), onde ingressou em 1979 como professor. Confira: