Em 3 de
Abril de 1850
Ilustríssimos
e Excelentíssimos Senhores Deputados Assembleia Provincial
O Juiz
e Mesários da Irmandade de Nossa Senhora do Guadalupe, conhecendo o grande mal
que há, em deixar-se arruinar a Capela, que de certo terá esse fim, se senão
acudir de pronto aos concertos de que necessita; e por outro lado, não podendo
por si concorrer para suas despesas, se não com uma parte muito diminuta, em
atenção a suas fracas forças, vem pedir a Vossas Excelências que à vista do
orçamento e exame juntos, lhes concedam trinta Loterias pequenas, e segundo o
plano que oferecem, ou outro que Vossas Excelências terem servidos dar,
dispensando o Direito Provincial, a fim de com esses rendimentos, possam ir
concertando a Igreja, que quando não fique inteiramente reparada, ao menos
deixará de desabar, como está prestes, se não for acudido. Graça esta que esperam
da Filantropia de Vossas Excelências. Assinaturas: Francisco das Chagas Solto,
Tertuliano Cândido Rodrigues, José Antonio de Carvalho e Araújo, Simplicio da
Silva Reis Jorge Gomes, Raimundo Victorio Pereira, João Nunes da Matta, Anselmo
José da Cruz, José Antonio Xavier, José Joaquim Lucio Magalhães, André Lucio de
Medeiros, Francisco de Abreu Faria, Francisco Bruno Pereira. Reconheço as
assinaturas supra por verdadeiras. Bahia, 20 de Abril de 1850. Em testemunho de
verdade. José Joaquim da Costa Amado.
Fonte:
APEB, Seção Legislativa, Livro 983.
Ilustração de 1873 da Praça dos Veteranos, no sentido da Barroquinha. A rua, à esquerda, é
um acesso à Ladeira da Palma. O casarão, ao centro, ainda existe. Era o antigo
Largo de Guadalupe, devido à Igreja de Guadalupe, demolida em 1858. No centro
vê-se o chafariz do Guadalupe, instalado no lugar da Igreja, por volta de 1860,
e que fazia parte do Sistema do Queimado.
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Comunico
a Vossa Excelência que, em virtude da ordem dessa Presidência por oficio de 16
de março último, ordena o recolhimento ao armazém por baixo da sala da casa da
Câmara, em que funciona o Júri, dos materiais provenientes do desmancho da
Igreja do Guadalupe; e que, principiando-se a recebe-los, tem-se reconhecido
que, de envolta com alguns que podem ser aproveitados, há uma grande quantidade
de objetos, e muitos, estragados, ou podres que estão à vista de todos, e que,
só podendo servir para o fogo, tem de encher o armazém sem a menor utilidade.
Parecendo, pois, mais conveniente que, mediante exame e orçamento de pessoa
competente, se ponham em hasta pública tais objetos, recolhendo-se seu produto
à caixa de cauções, Vossa Excelência tira-se de resolver a respeito como julgar
mais acertado. Deus Guarde a Vossa Excelência. Tesouraria Provincial da Bahia, 8
de Junho de 1857. Ilustríssimo e Excelentíssimo Senhor Presidente da Província.
O Inspetor, José Joaquim de Mello Paulino.
Fonte: APEB,
Seção de Arquivos Colonial/Provincial, Correspondência Recebida do Inspetor da
Tesouraria da Bahia, Maço 4247.
Nesta
ilustração, em carvão, do médico e artista plástico baiano Octavio Torres, de
1946, está representada a Ladeira da Praça, no século 19. Em frente ao solar,
em primeiro plano, estão carregadores de cadeira, um meio de transporte comum,
na época. Nesse solar funcionou a primeira sede da Academia de Letras da Bahia,
fundada em 1917.
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Para saber mais: O resgate de uma história: a Capela de Nossa Senhora de Guadalupe