Resumo
Este
livro conecta histórias de escravos e homens livres à vida material e à cultura
profissional experimentada no mar e em terra firme, entre os séculos XV e XX. O
enfoque é o mundo do trabalho, a condição dos trabalhadores e a agência deles.
Entre outros assuntos, são analisados aqui: o ritual de passagem do equador e
suas transformações ao longo do tempo; os problemas relativos à alimentação e à
saúde dos marinheiros; a atuação de escravos e libertos como trabalhadores do
mar e as perspectivas de liberdade de marinheiros escravos navegando entre os
domínios portugueses; as discussões sobre a liberdade no parlamento brasileiro
e em um ambiente fabril a partir das petições de escravos; as primeiras
discussões sobre o uso da mão de obra de indígenas como substitutos de escravos
africanos; e as conexões entre os discursos médicos do século XIX e o racismo
(re)construído continuamente até o século XXI. Entre as fontes, destacam-se os
debates parlamentares, documentação administrativa do período colonial e imperial
brasileiro, narrativas de viajantes, crônicas coloniais, matrículas de
marinheiros, dicionários de marinha e processos judiciais envolvendo os homens
do mar.