Há 170 anos, Antonio Godinho
estava de viagem para lá.
Diz Antonio Godinho, Africano,
que vivendo de negócio volante desta Cidade para os Portos de África, como se
vê do incluso passaporte, necessita para continuar o seu tráfico haver outro
para a viagem que de próximo tem de fazer, e como este não possa ser dado sem
que se mostre corrente por esta repartição, recorre o Suplicante. Bahia, 26 de
maio de 1846. Fonte: APEB, Seção Colonial, Maço: 6310.
Informando, como ordena Vossa
Excelência, o requerimento de Antonio Francisco, Africano liberto, residente em
Ajudá, o qual quer transporta-se para esta Cidade, com sua mulher e filhos e
uma escrava Nagô de nome Anna, pedindo para isso passaporte e a Vossa
Excelência tenho a dizer que os passaportes são concedidas pela Autoridade do
lugar, d’onde saem os indivíduos, que os requerem, e se naquele Porto não há
quem os conceda, pode o Suplicante, como é prática, regressar com sua mulher e
filhos, com o mesmo passaporte, que daqui levou, menos essa escrava de que
fala, e que não pode ter a vir por legal proibição. Bahia, 24 de Novembro de
1847. (Fonte: APEB, Seção Colonial, maço: 3139-8.
De acordo com a Pesquisadora Lisa Earl Castillo, Antonio Francisco era borno e saiu da Bahia em
1836, depois da Revolta dos Malês. A casa ancestral ainda existe em Ouidah e ele
tem muitos descendentes no Benim. O sobrenome da família é Chagas.