Patrícia França
Um acervo digitalizado com três
livros de ocorrências e 23 prontuários de ex-presos políticos que ficaram
reclusos na Galeria F da Penitenciária Lemos de Brito foram entregues, nesta
terça-feira, 11, à Comissão Estadual da Verdade da Bahia (CEV-BA) pelo secretário
de Administração Penitenciária e Ressocialização do governo do Estado, Nestor
Duarte Neto.
A documentação cobre o período da
ditadura militar que vai de 1970 a 1976 e é resultado do levantamento feito
pela historiadora Claudia Moraes Trindade, coordenadora do Centro de
Documentação da Penitenciária Lemos de Brito (Cedoc).
O presidente da CEV, sociólogo
Joviniano Neto, disse que o levantamento vai ajudar o trabalho de resgate da
memória da trajetória dos ex-presos políticos da Galeria F, na medida em que
fixa datas e traz o relato, ainda que sob o olhar de agentes penitenciários a
serviço da repressão, do dia a dia desses ex-militantes.
"A documentação do Cedoc
permitiu, por exemplo, a identificação de mais 14 ex-presos políticos que não
constavam na lista da Comissão Estadual da Verdade", informou Joviniano.
Autor da Coleção Galeria F -
Lembranças do Mar Cinzento , o jornalista e ex-preso político Emiliano José diz
que os registros dos livros de ocorrência e dos prontuários do Cedoc vão "revelar pela palavra do tirano o que
foi a tirania" na Bahia. Ele chama a atenção para a classificação dada
pelos agentes aos prisioneiros: os primeiros chamados de "extraordinários
, depois de "subversivos" e por fim "presos políticos".
ACESSE NA ÍNTEGRA:
http://atarde.uol.com.br/politica/noticias/1703080-documentos-resgatam-memoria-de-presos-politicos-na-ditadura