Escavações na zona portuária do Rio de Janeiro revelam retrato pouco conhecido da escravidão

Uma das “casas de carne” do mercado do Valongo na visão algo otimista de Debret ao mostrar poucos escravos vigiados pelo comerciante. 

Mercado de escravos na rua do Valongo, Debret, aquarela sobre papel, c. 1816-1828. reprodução do livro Debret e o Brasil – obra completa, ed. capivara, 2009


O Instituto Nacional de Criminalística estabelece uma série de procedimentos para se investigar um crime: o reconhecimento, que delimita a extensão da cena do crime e a preserva; a documentação cuidadosa e a observação científica do lugar; a procura de provas e evidências a serem coletadas; a análise científica num laboratório das provas recolhidas pelo perito. É na junção dessas áreas que se encontra a solução de, por exemplo, um assassinato. Seria possível usar os mesmos procedimentos para “desvendar” um crime cometido há vários séculos, com milhões de vítimas? Pesquisas recentes feitas em universidades brasileiras indicam que a adoção da mesma interdisciplinaridade, reunindo historiadores, arqueólogos, geneticistas (paleogenéticos) e patologistas, poderá, enfim, dar conta de um dos maiores crimes já cometidos: a escravidão. 

Ossos que falam: Escavações na zona portuária do Rio de Janeiro revelam retrato pouco conhecido da escravidão. Carlos Haag. Edição Impressa 190 - Dezembro 2011   





Artigo científico
JAEGER, L. H. et al. Mycobacterium tuberculosis complex detection in human remains: tuberculosis spread since the 17th century in Rio de Janeiro, Brazil. Infection, Genetics and Evolution. No prelo.