(Foto:
Bruno Concha/Secom PMS)
Peça de
cerâmica encontrada na Avenida Sete pode ser urna tupi-guarani pré-colonial
Uma peça
de cerâmica, em formato oval, provavelmente uma urna de sepultura tupi-guarani
pré-colonial, foi descoberta durante escavações na Avenida Sete de Setembro, em
Salvador. A peça tem com 80 centímetros de comprimento e 60 de largura, e foi
encontrado próximo ao Relógio de São Pedro pela equipe de arqueologia que
trabalha na obra de requalificação da via e da Praça Castro Alves.
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Bruno Concha/Secom PMS)
De acordo
com a equipe, trata-se de uma tampa e um vasilhame com um corpo sepultado. Há
indícios de que o corpo seja de um homem, provavelmente um índio tupi-guarani,
que pode ter vivido em Salvador entre os séculos XIV e XVI. O total resgate do
material da avenida está em andamento. Em agosto de 2019, restos de uma
tupi-guarani já haviam sido encontrados pela equipe de arqueologia.
“O
vasilhame tem decoração na parte interna, um indicativo de que foi
confeccionado para um ritual de enterramento. O corpo dentro da urna também nos
evidencia isso. O material que forma a cerâmica e a pintura nos trazem sinais
de que é uma urna tupi-guarani. Para mim, não há dúvidas. A arqueologia ainda
não tinha encontrado um vestígio material da existência desses índios. É a primeira
urna pré-colonial a ser encontrada em Salvador e pode auxiliar a contar a
história da presença desses indígenas aqui”, afirmou o arqueólogo coordenador
da obra, Claudio Cesar de Souza e Silva.
O
secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Pablo Barrozo, destacou a
importância do trabalho arqueológico que foi feito na Avenida Sete para a
história da cidade. “Ao longo das escavações, pudemos desvendar parte da nossa
história. Tudo isso foi feito com muito cuidado e respeito ao passado, com um grande
estudo aprovado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional) e com uma equipe qualificada”,
disse.
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Bruno Concha/Secom PMS)
Artefatos
históricos
Mais de
12 mil artefatos históricos foram retirados da Avenida Sete e da Praça Castro
Alves durante o trabalho de arqueologia. Além das estruturas fixas, como o
achado da Praça Castro Alves (restos de uma fonte e do Teatro São João), foram
encontrados ossos humanos, moedas, cachimbos, uma bala de canhão, garrafas de
vidro, além de contas de colares e faianças (cerâmicas) portuguesas do século
XVI.
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Bruno Concha/Secom PMS)
As
estruturas da Igreja de São Pedro e uma fonte de água foram outros itens
encontrados durante as escavações na altura do Relógio de São Pedro. Uma imagem
de Nossa Senhora do Rosário ou da Saúde também foi achada na via.
O
trabalho de arqueologia teve três etapas (prospecção, resgate e monitoramento)
e foi autorizada previamente pelo Iphan, que acompanha todos os achados e
autoriza o resgate do material do solo. O terceiro trecho (entre o Relógio de
São Pedro e o Sulacap) está agora passando por resgate, quando materiais são
recolhidos do solo. Após o fim das obras, todos os materiais serão
transportados e disponibilizados para estudo no Centro de Antropologia e
Arqueologia de Paulo Afonso.
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