1. Toby
Green
2. Cândido
Eugênio Domingues de Souza
Resumo: O século
XVII foi decisivo para a formação do espaço do Atlântico meridional. Ali, guerras
dinásticas e religiosas refletiram em conflitos de metrópoles europeias disputando
espaços de produção e reprodução de riquezas. Esse contexto aproximou ainda mais
as histórias de Brasil e África, como poderemos compreender neste texto. O alvorecer
do Seis- centos viu as invasões holandesas a terra brasílicas e africanas. Isso
não foi em vão. Por um lado, a guerra de independência dos Países Baixos frente
à Coroa Espanhola foi expandida ao Atlântico Sul, especialmente às terras portuguesas
anexadas aos domínios da União Ibérica. Por outro lado, a presença holandesa não
era uma novidade, pois fora importantes financiadores na construção do parque açucareiro
quinhentista e isso impulsionou o seu interesse em dominar os canaviais e os mercados
de escravos. Sal- vador, sede do Governo-Geral e do Bispado da América portuguesa,
foi a primeira a ser invadida em 1624 e mesmo após sua reconquista, não ficou ilesa
de novos ataques e prejuízos à sua economia ao longo da primeira metade da centúria.
Esse artigo objetiva analisar a forte presença das guerras luso-neerlandesas em
Angola e na Bahia e suas implicações na política na África Centrocidental, região
principal de produção de mão de obra para as Américas, e na crise econômica baiana
especialmente no tráfico negreiro e produção açucareira. Para este último objetivo,
será importante analisar os caminhos apresentados por Gaspar Freyre para enfrentar
a crise provocada pela presença dos holandeses no Atlântico Sul.
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1. Professor do Departments of History and Spanish,
Portuguese and Latin American Studies, King´s College London.
2. Mestre
em História pela Universidade Federal da Bahia. Professor Assistente de História
do Brasil, Universidade do Estado da Bahia (UNEB, DCH-IV).
ACESSE NA ÍNTEGRA: