DOCUMENTOS HISTÓRICOS DA CIDADE DE ARACI DISPONÍVEIS ONLINE
Disponibilizamos
aqui livros do Cartório de Registro Civil de Araci, os quais compreendem
registros de nascimentos, casamentos e óbitos, além de alguns livros de atas e
notas. São documentos que vão desde o ano de 1877 até 1940, totalizando 4.800
páginas. A digitalização foi realizada pelo historiador Urano Andrade, historiador e pesquisador, coordenador técnico do projeto de digitalização dos Livros de Notas da Bahia (1664-1889), que
estão no APEB, através de financiamento da Biblioteca Britânica, mediante o
Programa de Arquivos Ameaçados. Segundo Pedro Juarez Pinheiro, responsável por
fazer o levantamento da documentação, “apesar de ser uma coleção relativamente
pequena, é bastante significativa para a pesquisa histórica do município e
região, pois em alguns documentos encontram-se, por exemplo, registros de
casamentos e nascimentos de escravos, além de livros com procurações,
arrendamentos e atas de eleições”. No caso da digitalização da documentação de
Araci, só foi possível com o financiamento do Colégio Apoio, através do
Professor José Nilton Carvalho Pereira, o qual também é Vice-Presidente do
Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB) e tem financiado a preservação
de acervos históricos, como o de jornais antigos de Araci, Serrinha e região.
Tanto os jornais digitalizados e reimpressos como os documentos do Cartório de
Registro Civil de Araci, recém digitalizados, estarão disponíveis para consulta
no Centro Cultural de Araci, Fórum de Araci, bibliotecas da UNEB de Serrinha e
Coité, além do IGHB e APEB e serão uteis para a produção acadêmica,
principalmente de estudantes dos cursos de História e Letras.
ACESSE: http://www.viladoraso.com.br/
CARTA DE ORDENS DE FRANCISCO FELIX DE SOUZA
Carta
de ordens mencionada na Escritura retro. Pública forma.
Carta missiva.
Senhor Capitão Joaquim Telles de Menezes. Ajudá, treze de Outubro de mil
oitocentos e trinta e dois. Hoje parte a Escuna Thereza do seu comando e segue viagem
para a Cidade do Rio de Janeiro a consignação do Senhor João Ignácio Correa e
vossa mercê precisar, aliás, e vossa mercê receberá dele as suas ordens, e
receberá tudo quanto vossa mercê precisar para arranjar a Escuna e também lhe
botar o seu sobre a soma que lhe é preciso como vossa mercê me pede que é
necessário. Veja vossa mercê que em estando pronto de tudo, há de vossa mercê
receber do Senhor Correa o carregamento de aguardente e tabaco Mapendim e algumas
fazendas e vossa mercê seguir viagem para as Ilhas de São Thomé e Príncipe para
me dispor do carregamento nos gêneros que vossa mercê vir que me faça consta.
Tenho mais a dizer-lhe se vossa mercê arribar em qualquer das partes do Brasil,
pode vossa mercê sacar uma letra sobre mim para as despesas que forem mais
necessárias e lhe recomendo que veja se faz pouca despesa em qualquer parte que
for, visto vossa mercê não poder tornar ao Rio de Janeiro. Veja vossa mercê que
em qualquer parte que for vossa mercê fará as minhas vezes porque se as
despesas que vossa mercê fizer forem grandes visto não poder tornar o Porto que
lhe destino, vossa mercê pode fazer venda do Barco para pagar a Tripulação, as
despesas que vossa mercê fizer isto é, se vossa mercê tiver algum sucesso na
viagem que não possa tornar o porto do destino, e no mais nada tenho a
dizer-lhe. Estimo que vossa mercê faça feliz viagem e que tenha felicidade e
igualmente todos os Oficiais é o que eu lhe desejo. Seu amigo Venerador F. F.
de Souza. Está conforme o original que me foi apresentado, limpo sem vício,
emenda, borrão entre linha, ou outra alguma coisa que dúvida faça, fiz passar
em pública forma que conferi, subscrevi e assinei, concertei com outro Oficial
de Justiça companheiro a concerto comigo abaixo assinado nesta Cidade da Bahia
aos vinte oito dias do mês de Março do corrente ano do Nascimento de Nosso
Senhor Jesus Cristo de mil oitocentos e trinta e três. Eu Antonio Lopes de
Miranda Tabelião o subscrevi. Em testemunho de verdade. Estava o Sinal Público.
Concertada por mim Tabelião Antonio Lopes de Miranda. E por mim Escrivão Luiz
Joaquim Magalhães Castro. Antonio de Souza Guimarães. Número cinco mil duzentos
e trinta pagou oitenta réis de selo. Bahia, doze de Abril de mil oitocentos e
trinta e três. Sá Tavares. A qual carta de ordens em pública forma fiz
registrar e conferi com outro abaixo assinado na Bahia aos dezoito de Abril de
mil oitocentos e trinta e três. Eu Francisco Ribeiro Neves Tabelião Vitalício
de Notas subscrevi e assinei.
Fonte:
APEB, Seção Judiciária, Livro de Notas 240, pp. 159v-161v.
LISA EARL CASTILLO: DESVENDANDO MITOS DO FAMOSO DOM OBÁ II
Por Lisa
Louise Earl Castillo
“Acabei
de encontrar o registro de casamento de Cândido da Fonseca Galvão, o famoso D.
Obá II, no Rio de Janeiro, em 1874. A esposa, Sofia Maria da Conceição, natural
da freguesia de Santa Rita, no Rio, era filha de Esperança Mina, que ainda era
escrava no dia do casamento da filha.
Este
documento confirma, definitivamente, o que eu já argumentei num artigo meu: que
ele nasceu na Freguesia da Sé em Salvador, e não em Lençóis, como é dito.
Cândido
era adepto dos orixás, com devoção especial a Ogum, Oxossi, Oxum e Iansã. Seu
pai era compadre de Marcelina da Silva, Obatossi, ialorixá da Casa Branca do
Engenho Velho. É provável que o terreiro liderado por Marcelina foi importante
no aprendizado religioso de Cândido”.
PARA SABER MAIS: Bamboxê Obitikô e a expansão do culto aos orixás (século XIX): uma
rede religiosa afroatlântica. Disponível em:
PALESTRA: PROFESSOR ROBERT SLENES
Palestra
com Robert W. A. Slenes (UNICAMP): "A mãe que era escrava do filho:
construindo biografias de cativos e libertos através da ligação nominativa de
fontes". Uma abordagem do seu capítulo, "Senhores e Escravos no Oeste
Paulista", História da Vida Privada no Brasil, Vol. II.
Data:
28/11/2017 (terça-feira)
Horário:
14h.
Local:
Auditório do APEB
Endereço:
Ladeira Quintas dos Lázaros, 50 - Baixa de Quintas, Salvador - BA
Fundação Pedro Calmon vai receber 3 milhões para reforma do Arquivo Público
A secretária de Cultura, Arany
Santana, o Diretor geral da Fundação Pedro Calmon, Zulu Araújo, e o
Superintendente do IPHAN, Bruno Tavares, assinaram hoje (8) o convênio de R$3
milhões para reforma e restauração do prédio do Arquivo Público, localizado na Baixa
de Quintas.
Para Zulu Araújo, essa obra é
de fundamental importância para o setor de Arquivo Público da Bahia, já que irá
requalificar o ambiente do prédio trazendo maior eficiência na conservação dos
acervos públicos. “Com essa reforma e restauração a Fundação Pedro Calmon
poderá desempenhar o seu papel de guardar e difundir o grande, raro e rico
acervo histórico da Bahia”, afirmou.
De acordo com a secretária
Arany Santana, essa reforma iniciará uma nova fase para a cultura no estado.
“Essa luta vem sendo travada desde 2015. E essa conquista do recurso obtido vai
salvaguardar a história do país”, garantiu.
Fundado em 16 de janeiro de
1890, o Arquivo Público do Estado da Bahia é a mais importante entidade
arquivística do estado brasileiro da Bahia. Está localizado no Solar da Quinta
do Tanque, prédio integrante do patrimônio histórico e arquitetônico da capital
baiana e originalmente local de pouso dos jesuítas, erguido ainda no século XVI
e pertencente a esta ordem até sua expulsão do Brasil, em 1759.
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