O Omohundro Institute of Early
American History and Culture está recebendo propostas para artigos para serem
apresentados na conferência intitulada “Africanos nas Américas: reconstruindo
vidas num novo mundo, 1675–1825”, a ser celebrado na University of the West
Indies, Cave Hill, Barbados, em 14–16 de março de 2013.
Os historiadores estimam que
aproximadamente 12 milhões de africanos tenham sido embarcados através do
oceano Atlântico no período do tráfico de escravos, entre 1500 e 1867,
constituindo a maior migração forçada da história. Os estudos sobre as
culturas, circunstâncias, geografias e decisões que levaram a escravização na
áfrica, assim como o seu enorme benefício comercial e a terrível experiência da
travessia atlântica, têm iluminado importantes aspectos do tráfico de seres
humanos e do alto custo em vidas que causou. Esta pesquisa e os escritos por
ela produzidos têm nos ajudado a compreender como o tráfico de escravos criou
novas realidades econômicas, políticas e sociais no mundo Atlântico mais amplo.
“Africanos nas Américas:
reconstruindo vidas num novo mundo, 1675–1825” almeja ampliar o escopo dessa
produção acadêmica focalizando naquelas pessoas que sobreviveram à captura, aos
navios negreiros e que, em última instância, se encontraram num mundo até então
desconhecido para elas. O comitê organizador está interessado em propiciar uma
abordagem interdisciplinar de amplo espectro, incluindo qualquer lugar nas
Américas para onde os africanos tenham sido levados América do sul, America
central, Caribe e América do norte durante o século e meio em que o volume do
tráfico de escravos conheceu o seu apogeu. Pesquisadores de todas as áreas do
conhecimento antropologia, arqueologia, histórias da arquitetura e da arte,
estudos culturais e religiosos, teatro, culinária, história, literatura,
cultura material, medicina, epidemiologia e música estão convidados a
contribuir, considerando como suas respectivas disciplinas e dados iluminam as
estratégias que os africanos escravizados utilizaram para construir suas vidas
num sistema desenhado para desumanizá-los e explorá-los.
As perguntas gerais que podem
ser colocadas incluem: de que modo as culturas africanas foram transformadas na
transferência atlântica? Que tipo de conhecimento, costumes, memórias e rituais
foram preservados pelos africanos escravizados? Do que eles abriram mão? O que
eles recriaram? Quais estratégias, pessoais e coletivas, de resistência e
resiliência eles desenvolveram? Como eles entendiam e tratavam a presença
ubíqua da morte na suas vidas? Como as mulheres escravizadas tinham,
criavam e protegiam aos seus filhos? Como a presença e a experiência dos
africanos transformaram as culturas dos europeus e dos nativos americanos? Que
tipo de relações mantinham os africanos entre si e de que modo eles negociavam
com outros povos atlânticos? Houve conexões com a áfrica que sobreviveram à
ruptura da escravização? Quais os significados atribuídos à “liberdade” pelos
africanos escravizados? Consegui-la era uma alternativa desejável ou
plausível? Quais as experiências e as memórias mais marcantes de construção de
trajetórias de vida num novo mundo, entre 1675–1825, os africanos escolheram
para serem transmitidas aos seus descendentes e tecerem a sua história?
Enviar as propostas de não mais
de cinco (5) páginas, espaço duplo e um breve currículo, incluindo telefone e
email de contato para:
http://oieahc.wm.edu/conferences/Barbados/cfp/index.cfm.
A data final para o envio de propostas é 3 de setembro de 2012. A recepção
de todas as propostas será notificada por email. Se você não receber
confirmação, por favor, volte a enviar a proposta ou contate Kim Foley (kafoley@wm.edu).
As propostas podem ser escritas
em inglês, francês, português, ou espanhol. A conferência terá tradução
simultânea. Aqueles que apresentarem propostas devem saber que o orçamento da conferência não
pode cobrir custos de viagem, embora algumas exceções possam ser feitas
para pesquisadores africanos, cujas propostas sejam aceitas no programa. A
conferência assumirá todas as outras despesas (hospedagem,
alimentação, transporte local) associadas à participação no evento.