RESUMO
Inicialmente,
o artigo enfoca três excursões de Miguel Calmon a plantações de fumo dos
holandeses em Sumatra. Conecto a análise do relato de viagem de Calmon ao
estudo da ideologia dos senhores de terras da Bahia no pós-abolição e
evidencio, nas suas percepções, a autonomia dos trabalhadores. Também indico as
estratégias patronais de organização do trabalho livre, centradas no aluguel e
usufruto da mão-de-obra. Na continuação, o artigo demonstra como, após o
regresso do viajante, sob sua liderança, contactar índios representava
descobrir trabalhadores nacionais. Além de sublinhar a importância da
mobilidade, para os índios, em lidarem com as estratégias de sua teórica
proteção, argumento que a mobilidade era igualmente uma arma de luta para a
classe trabalhadora. Pretendo assim contribuir para ampliar a pesquisa sobre os
mundos do trabalho, iluminando conexões tanto globais quanto brasileiras.
Palavras-chave:
coolies; índios; trabalhadores