Galeria que abrigou presos políticos será espaço de memória da ditadura

A Galeria F, situada no prédio circular com um total de 119 celas, encontra-se desativada

A Galeria F, ala dos presos políticos na Penitenciária Lemos Brito, será transformada em um espaço de memória da ditadura.

A decisão foi anunciada pelo titular da Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização da Bahia-Seap, Nestor Duarte Neto, nesta quarta-feira (4/2) após visita ao espaço no dia anterior, em companhia de dois integrantes da Comissão Estadual da Verdade, Carlos Navarro (coordenador) e Joviniano Neto, e do diretor da Penitenciária Lemos Brito, Everaldo Jesus de Carvalho.

O coordenador da Comissão Estadual da Verdade - Bahia, Carlos Navarro, explica que a transformação da Galeria F em espaço de memória é um antigo anseio dos presos políticos que por lá passaram, entre eles José Carlos Zanetti e Emiliano José que fizeram a sugestão à CEV.

A Galeria F, situada no prédio circular com um total de 119 celas, encontra-se desativada.
Por lá passaram 85 presos políticos, entre eles o jornalista e escritor Emiliano José, que ficou preso por quatro anos (1971-1974). Ele é autor de livros relatando o horror dos anos de chumbo naquela galeria.

A historiadora Cláudia Trindade, que desenvolve um trabalho de pesquisa no Centro de Documentação da Penitenciária, já localizou diversos prontuários de presos políticos até hoje não registrados pela CEV e outras entidades.

O diretor da PLB, Everaldo Jesus de Carvalho, disse que o projeto prevê também transformar o espaço em um Centro Dinâmico de Cultura Prisional, com escolas profissionalizantes e outras atividades.

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