Arquivo Público do Estado da Bahia: 125 anos


No dia 16 de janeiro, o Arquivo Público do Estado da Bahia celebrou 125 anos de existência. Nesta trajetória, momentos importantes merecem destaque, como o gradativo crescimento, resultado da intensificação do recolhimento e da aquisição de acervos públicos e privados. O Arquivo sempre manteve o caráter singular de repositório dos documentos acumulados pelas atividades desenvolvidas pelo Estado. Mas, teve o sentido de sua missão reelaborado para dialogar com as mudanças do presente. De órgão exclusivamente administrativo enquanto “depósito da história” e mais tarde, difusor cultural e instrumento de democratização do Estado, o Arquivo vem sendo reconfigurado para as novas demandas do século XXI, fortalecido como um espaço legítimo de cidadania.

A ideia de modernizar a instituição remonta ao final da década de 1970. Com este propósito, o Governo do Estado da Bahia transferiu a sede da Rua Carlos Gomes para o Solar da Quinta do Tanque, na Baixa de Quintas, em 1980, possibilitando a instalação dos laboratórios de restauração e microfilmagem. O restauro do forro, assoalho e telhado do Solar, e a requalificação dos sistemas elétrico, lógico e telefônico, realizados entre 2013 e 2015, evidencia a retomada do processo de modernização com vistas à institucionalização da digitalização para fins de acesso e preservação.

Investimentos, também, foram direcionados ao tratamento técnico do acervo custodiado, notadamente de descrição multinível, restauro e digitalização. O objetivo se concentrou no interesse de qualificar o Arquivo Público do Estado como polo difusor de informações para apoiar as decisões governamentais de caráter político-administrativo, subsidiar o cidadão na defesa de seus direitos e incentivar a produção acadêmico-científica e cultural.
Os conjuntos documentais “Tribunal da Relação do Estado do Brasil e da Bahia: 1652-1822”; “Registros de Entrada de Passageiros no Porto de Salvador: 1855 a 1964” e “Cartas Régias 1648-1821” confirmam o valor excepcional do acervo do APEB ao serem nominados “Memória do Mundo” pelo Comitê Nacional do Brasil do Programa Memória do Mundo da UNESCO, em 2008, 2010 e 2013 respectivamente.

Deve-se ressaltar ainda o empenho para disciplinar a gestão documental e o acesso à informação pública, com a oficialização da primeira Tabela de Temporalidade de Documentos da Administração Pública do Poder Executivo – Atividades Meio (2010), e do Plano de Classificação de Documentos.

A despeito de todas as realizações, o Arquivo Público deverá transpor inúmeros desafios: a expansão de bases de dados; o amplo acesso à informação integrando-o às redes virtuais; o restauro e a digitalização em larga escala; o tratamento arquivístico de documentos em formato digital; a orientação técnica a órgãos do Poder Executivo, às Prefeituras e Câmaras Municipais; além da oferta renovada de serviços educativos e culturais, com a finalidade de assegurar a aproximação com as instituições educacionais e o público em geral.

Um passo importante que contribuirá para superar parte dos desafios apontados se concretizou em dezembro de 2014, com a institucionalização no âmbito da Secretaria de Cultura, do Colegiado de Arquivos e Memória, representado pela sociedade civil e pelo poder público, com a finalidade de fortalecer o segmento.

Atento às demandas dos cidadãos e da administração pública, o Arquivo Público do Estado da Bahia, merece justas homenagens pela passagem dos 125 anos. O Arquivo Público reafirma o compromisso de aperfeiçoar e ampliar o acesso e a salvaguarda da memória da Bahia e do Brasil em benefício das gerações atuais e futuras.


Maria Teresa Navarro de Britto Matos

PALESTRA COM O PROFESSOR JOÃO JOSÉ REIS - REVOLTA DOS MALÊS, 180 ANOS

O Centro de Memória da Bahia, unidade da Fundação Pedro Calmon, convida a todo(a)s para a palestra acerca da Revolta dos Malês, que será ministrada pelo professor Dr. João José Reis, em 04 de fevereiro, às 17 horas, na sala Kátia Mattoso - Biblioteca Pública do Estado da Bahia.

Arquivo Público do Estado da Bahia comemora 125 anos


Nesta sexta-feira (16/01/2015), o Arquivo Público do Estado da Bahia, localizado na Baixa de Quintas, em Salvador, completou 125 anos, consolidando-se enquanto segunda mais importante instituição arquivística pública do país. Em seu extenso e rico patrimônio estão custodiados documentos produzidos e acumulados no período colonial, monárquico e republicano brasileiro, que são diariamente consultados por pesquisadores de todo Brasil e de outros países. Um acervo organizado e estruturado desde 1890, quando o então governador do Estado da Bahia, Manoel Victorino Pereira, por meio de Ato, criou o Arquivo Público. Recentemente, após extensa reforma, o Arquivo teve seu telhado, forro e assoalho reestruturados, esta que foi a primeira intervenção feita no prédio desde 1980 quando se instalou no atual endereço.

O Solar da Quinta do Tanque ganhou novo telhado em toda extensão do seu pavimento superior, onde funcionam a Biblioteca, a Sala de Consulta e o Auditório, o que garantirá melhor preservação dos documentos e estrutura para realização de ações de formação, como seminários, palestras. Antes da reforma, goteiras, falhas no assoalho e no sistema elétrico prejudicavam o acesso de pesquisadores, o que foi solucionado com a um processo de requalificação que garantirá uma melhor utilização de equipamentos de microfilmagem e impressão, por exemplo. Foram investidos 2,6 milhões nesta etapa. As próximas contemplarão a rede hidráulica, pintura, reforma de janelas, banheiros e paredes, dentre outras ações, cujos projetos, já aprovados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), após ajustes, passarão por licitação para sua execução.

Recém liberado para normalizar o atendimento ao público, após meses em reforma, Daniele Souza, estudante de doutorado e professora do Instituto Federal da Bahia (Ifba), não perdeu tempo e já retomou a pesquisa. “Como pesquiso Salvador do século 18 e as nuances do trafico de escravos, o processo de conquista de liberdade e as estratégias de sobrevivência e de luta contra a escravidão, acredito conseguir aqui 77% das informações para a elaboração da minha dissertação de mestrado e doutorado”, afirmou.

O pesquisador Urano Andrade acredita que o Arquivo Público tem um papel central, não apenas para a comunidade acadêmica, mas para toda a sociedade. “Ele é de fundamental importância, tanto para a História da Bahia como do Brasil, pois tem o maior acervo colonial e documentos de diversas ordens. A instituição é local de referência para qualquer pesquisador”, enfatizou Andrade. O Arquivo recebe, mensalmente, cerca de 500 pesquisadores, que utilizam de serviços como os da Sala de Consulta de Manuscritos e Impressos e a sala de Consulta de Microfilmes, que foram reformadas. Para o advogado Luiz Walter Coelho Filho, que frequenta a instituição há 15 anos, o Arquivo é um espaço indispensável para o trabalho do pesquisador. “Aqui se tem uma base de dados muito importante e uma organização, com pessoas comprometidas que atendem muito bem o público. Fico feliz com a reforma do telhado e das instalações, e parabenizo as pessoas que fizeram essa instituição no passado e também as que trabalham no presente”, elogiou.

Patrimônio - No Solar da Quinta do Tanque estão custodiados importantes documentos como as Cartas Régias – 1648 a 1821 que, reunidas em 122 volumes, perfazem um quantitativo de 68.894 páginas, inscritas no Registro Nacional do Brasil do Programa Memória do Mundo da Unesco (MOWBrasil), em 2013. Com isso, a coleção passou a ser reconhecida como patrimônio documental de grande relevância para a memória regional, nacional e internacional. Um patrimônio que engloba documentos textuais, manuscritos, além de documentos iconográficos e cartográficos, ou seja, um acervo único que remonta do período colonial, monárquico e republicano brasileiro.

ARQUIVO PÚBLICO DO ESTADO DA BAHIA - ATIVIDADES NORMALIZADAS

Atenção, amantes dos maços do tempo! o Arquivo Público do Estado da Bahia já está de volta aos seus corações, olhos e pulmões, na mesma casa de Quintas em que o Padre Vieira passou boa parte dos seus últimos anos.
Após a finalização das obras de restauro do telhado, forro e assoalho, o público já pode voltar a usufruir dos serviços do órgão. As intervenções qualificaram o acesso e uso de partes importantes como a Sala de Consulta de Manuscritos e Impressos e a sala de Consulta de Microfilmes.

Mais informações em: http://goo.gl/6WVXdE