Imagens da escravidão na Antiguidade como meios de auto-representação


Andrea Binsfeld 

Hoje em dia, o filme é um meio importante para a difusão de imagens sobre a escravidão antiga. Assim, um dos escravos mais conhecidos da Antiguidade, Espártaco, a cabeça da insurreição de escravos entre 73 e 71 a.C., atualmente, para muitos, é ligado ao rosto de Kirk Douglas, por causa do filme Spartacus, de Stanley Kubrick. Filmes sobre a Antiguidade, como Gladiador, de Ridley Scott, são muitas vezes inspirados pela pintura de gênero do século XIX. Por exemplo, os quadros de Jean-Léon Gérôme mostram o gosto de seus contemporâneos por temáticas antigas ou exoticas, como lutas de gladiadores ou vendas de escravas. Gérôme emprega em suas pinturas estereótipos de todos os tempos e impressões que adquiriu em suas viagens ao Egito. Por exemplo, ele colocava uma cena específica de uma venda em um quadro "oriental" e em outra ocasião colocava a mesma cena em um ambiente da "Antiguidade". É verdade que o pintor tentou obter precisão histórica e de expert da Antiguidade, mas resta saber até que ponto ele acertou a realidade antiga. Uma vantagem na análise de suas obras é, sem dúvida, que nós conhecemos sempre os títulos, de maneira que não surgem dúvidas sobre a condição de cativo das pessoas representadas. Em comparação a isso, a interpretação de obras gráficas ou plásticas da própria Antiguidade é muito mais difícil, como, por exemplo, obras que muitos pesquisadores interpretam como representações de vendas de escravos ou escravas. Vejamos alguns casos.
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